quinta-feira, 29 de agosto de 2013

Parto meu - Relato de parto domiciliar da Lena

relato parto

Acho que parto precisa ser planejado, sonhado, querido, imaginado, pensado, alongado e feito. E é exatamente isso que eu estou tentando fazer dessa vez. Acho que quando a gente é mãe de primeira viagem, muitas vezes damos a mesma importância pro nascimento do que para o enxoval, por exemplo, e acho que está na hora das mulheres modernas saberem quais são suas escolhas, o que é melhor pra elas e pro bebê, e que existem profissionais que vão te levar a isso, bem poucos, mas, ainda bem, eles existem. Portanto, se você quer ter um parto humanizado no Brasil, precisa primeiro fazer uma poupança para arcar com os custos de realizar seu desejo (assim como você juntou dinheiro para montar uma casa, uma festa de casamento e/ou a festa do seu filho de 1 ano), depois precisa escolher profissionais humanizados, que não são apenas médicos, mas cuidadores e que não tratam a gravidez como doença, mas um processo fisiológico.

A maternidade pegou a Bebel Hamu de surpresa, mas nem por isso ela deixou que as coisas acontecessem da mesma forma. Depois de visitar diversos médicos, não encontrar nenhum obstetra que fizesse parto normal pelo plano de saúde, ela finalmente encontrou uma obstetra humanizada. No final da gravidez, depois de muita pesquisa, eles se decidiram pelo parto domiciliar. Para continuar a nossa série sobre relatos de partos normais, das mais diversas formas, um relato verdadeiro de uma mulher moderna que tinha um sonho de parto e conseguiu realizá-lo da melhor forma possível, sem medo, com apoio e seu bebê nos braços. Lena nasceu no dia 17/06/2013

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Sempre sonhei em ter um parto normal e natural. Minha definição do trabalho de parto ideal seria “um dia na minha vida”. Claro que eu tinha plena consciência que seria o dia mais incrível e emocionante, mas ao mesmo tempo eu queria que fosse um dia normal, sem estresse, sem medos.

Minha gravidez não foi planejada. Eu estava trabalhando muito, iniciando um novo negócio e até tinha acabado de marcar o casamento com meu marido, mesmo morando juntos há 4 anos. Só descobri que estava grávida com 8 1/2 semanas, e no dia seguinte já estava na emergência do hospital com um sangramento. Eu tive um hematoma que demorou 6 semanas, vários respousos e uns hormônios para sarar. Passado isso, não tive mais nada grave e a gravidez seguiu normalmente.

Eu já estava com 14 semanas quando fui procurar uma médica para fazer meu pré-natal. No meu plano de saúde só encontrei médicas com as quais eu não me identifiquei, muito acostumadas a fazer cesárea e com uma conversa meio ensaiada. Consegui fazer todos os exames nas datas corretas mas não segui com nenhuma das 4 médicas que visitei. Conheci a Dra. Rachel Reis por indicação de uma cliente e logo nos apaixonamos por ela e por sua forma de trabalhar. Super atenciosa, acredita que o mais natural é o parto normal, é honesta com o seus princípios, respeita a gestante e o bebê não fazendo nenhum intervenção desnecessária.

Estava decidido que o parto seria com ela, mas só na segunda e última consulta que meu marido se decidiu também pelo parto domiciliar. Eu já estava com 35 semanas! Ela indicou uma doula e uma enfermeira que fariam parte da equipe. Elas todas vieram visitar nossa casa quando eu estava com 37 semanas.

Foi em uma segunda feira, com quase 40 semanas, às 8h da manhã comecei a sentir as contrações, mesmo sem saber que eram contrações. Achei que a Lena estava mexendo de um jeito estranho, eu só tinha sentido isso uma única vez dois dias antes. Como minha mãe estava me visitando falei pro meu marido, Hugo, que ele podia ir trabalhar tranquilo, achei que não deveria ser nada, mas que se fosse eu avisaria logo. Lá pelas 10h, liguei para a doula pedindo ajuda para marcar o tempo das contrações, ela me explicou direitinho, mas não consegui marcar corretamente. Era nítido que estava regular e o tempo não estava espaçando, isso foi o suficiente para ela vir para minha casa. Liguei também para o meu marido voltar. Eles chegaram quase juntos, pouco antes das 12h.

A Érica (doula) confirmou que as contrações estavam regulares e me liberou para um banho bem relaxante e refrescante. Depois do banho comi um pouco de macarrão e tomei um suco. As contrações ficavam cada vez mais fortes, mas as dores ainda não eram muito intensas.  

A enfermeira e a obstetra chegaram às 14h, eu estava com 6cm de dilatação. Quando começou a doer mais, elas me sugeriram que eu fosse tomar um banho quente e ficar na banheira tentando relaxar.

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Por todo esse tempo ficamos eu e meu marido juntos. Sempre ia alguém confirmar se estava tudo bem, mas elas ficavam fora só ouvindo e aguardando. Foi muito especial poder ficar só nós dois, não tinha mais nada para fazer, só esperar e sentir, e a companhia dele era a mais agradável que eu podia ter.

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Eu ainda ficava pensando “será que vai nascer hoje?”. Claro que iria, mas não deixava de ser uma surpresa pra mim tudo o que ainda estava por vir. Já havia perdido a noção de quanto tempo tinha passado, saí da banheira e fomos para a sala, a doula ficou me fazendo massagem com um óleo quentinho.

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Fiquei pendurada na rede e depois já sentei na banqueta. A obstetra conferiu os 10 cm de dilatação e a partir deste momento todas se posicionaram e começaram a me orientar em como e o que fazer. A Érica, doula, ficou atrás me dando apoio com o Hugo e a Rachel na minha frente, narrando os acontecimentos e quando eu precisei segurando minha mão para ajudar na força de expulsão final. E a Melissa, enfermeira, ora ficava de lado, ora na frente.

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Eu não havia me preparado tecnicamente para o parto. Não fiz aulas de nada, não li nenhum blog, só alguns livros. Tive medo de saber demais. Queria ter minha experiência própria, sem ficar imaginando como poderia ser maravilhoso, ou o que poderia dar errado. Meu único preparo foi confiar na equipe, estar tranquila e sem medo e ter o Hugo próximo.

Estava sentindo muito calor e sono! Eu queria dormir, mas ela estava nascendo. Os esforços finais foram pra mim como um transe. Eu não conseguia ver direito (também eu sou míope e estava sem óculos), os sons pareciam abafados e parecia que todo o meu corpo estava parindo. Agora sim estava intenso, a bolsa estourou, ela coroou e mais umas 3 contrações foram o suficiente para ela nascer.  Eram 17:07.

A Dra. Rachel desenrolou o cordão do pescoço e o Hugo pegou ela. Assim que ela saiu foi como se eu tivesse recebido uma carga de energia, todo o sono passou e eu fiquei em um estado de êxtase e alerta. A Lena veio para o meu colo imediatamente, o Hugo sentou atrás de mim, nos abraçou e ficamos os três juntos por um tempo, não acreditando.

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Sem planejamos nada, neste momento, tocou a música certa (Daugther, do John Mayer) e foi o maior chororô. Colocaram uma touquinha na Lena e ela estava ernolada em umas fraldas. Depois que o cordão parou de pulsar o Hugo o cortou e nós fomos para a cama.

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Por poucos minutos levaram a Lena até a sala de novo só para pesar. Ela voltou, vestiu uma roupinha e voltou para o meu peito. Minha placenta estava solta e a Rachel fez uma massagem na barriga para ela sair, doeu um pouco, e eu já não queria sentir nenhuma dorzinha mais.

A única coisa que quisemos foi a injeção de vitamina K, que previne hemorragia do bebê. Ela nem sentiu. Do mesmo jeito que estava dormindo continuou. Não teve nenhuma outra interferência, nem banho. Ela fez xixi algumas horas depois e logo em seguida cocô. A respiração fazia um barulhinho que foi desaparecendo com o tempo, ela engoliu o que estava obstruindo. Ela teria seguramente até 72 h para mamar, mas 24 h depois mamou por 40 min. Não havia nada com o que se preocupar.

Saldo do parto para mim: uma laceração superficial que não precisou de suturar. Um desmaio quando fui tomar banho e uns dias sem conseguir sentar direito. Quinze dias depois estava 85%, 20 dias 100%. Tomei paracetamol por 3 dias após o parto e quando senti muita dor de cabeça.

O mais legal foi, ao invés de registrar a saída da maternidade, fotografar a primeira saída de casa para visitar o pediatra. Naquele momento me dei conta de que a história da Lena seria diferente.


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As lindas fotos do parto da Lena foram tiradas pela Juliana Matos. Quem quiser saber os contatos dos profissionais que acompanharam a Bebel, mande um email pra mim que eu passo com maior prazer ;)

terça-feira, 27 de agosto de 2013

Desconhecido, mas nem tanto

Eram 10h30 da manhã e a consulta da segunda ecografia do bebê número 3 (a famosa morfológica) estava atrasada. Me bateu um enjoo, uma fome, mas resolvi ignorar e assistir a TV que insistia em continuar em um canal brega na sala da recepção. Chamaram meu nome e lá fui eu ver meu bebê. Ele aparece na tela grande, lindo, coração batendo forte, dois bracinhos, duas perninhas, perfil perfeito. A médica pergunta se eu fiz a sexagem fetal (exame de sangue que faz você descobrir o sexo do bebê a partir da 8° semana, que eu fiz, inclusive, na gravidez das meninas). Eu digo "não, eu não quero saber o sexo, hein doutora?". E ela me fala com cara de assusta: "então, me avisa sempre antes de gente começar, viu? Me avisa!". O-K. (Preciso fazer um post sobre essa escolha maluca que quase ninguém entende, aguardem e confiem).

Me bate uma calma quando faço aquele exame, sei que vai estar tudo bem. Eu me sentia assim com as meninas, mas sempre existia aquele medo que os médicos colocavam na gente de que uma poderia estar se alimentando mais do que a outra porque elas dividiam a placenta e a gravidez de risco, etc. Mas aquele sentimento, o mesmo que eu sinto agora, estava lá. Ao mesmo tempo, me sinto estranha por ver só um bebê dentro de mim naquela tela enorme. Ele lá sozinho, com tanto espaço. É bizarro, eu sei, mas é o que eu sinto. É totalmente diferente, mas a emoção é a mesma. Tudo 100% com o exame, vou esperar a impressão na recepção de novo.

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Olá, eu sou bebê número 3!

A grávida que estava depois de mim é atendida, sai do exame e nada do meu chegar. Vou reclamar, fico um pouco irritada com o atraso, fico pensando que está chegando a hora do almoço das meninas e pedi para o meu sogro e minha sogra ficarem com elas e sei que o horário deles é limitado também, então não consigo relaxar. Aparentemente, a médica esqueceu de colocar uma coisa no exame, mas "já já fica pronto".

A grávida do meu lado recebe o resultado dela com a foto em 4D do bebê e fica toda feliz. "Ai, é a cara do pai! Vou tirar foto e mandar pra todo mundo. Mãe é besta mesmo, né?". Olhei pra ela e sorri. Pensei: "primeiro filho, com certeza!". Sei o que ela está sentindo, mas não consigo me identificar com ela. Será que fiquei cínica demais? Prática demais? Primeiro, porque eu não gosto da ideia dessas ultras 3D, 4D, acho que não dá pra ver o bebê direito e não vejo graça em ver o bebê antes dele nascer, super entendo quem faz, mas não é a minha. Segundo, será que eu não estou curtindo o momento? Será que esse atraso e o fato da minha cabeça estar em casa com as meninas não me deixa curtir o momento como deveria? Terceiro, não consigo me identificar porque eu não criei expectativas ainda e também não quero me prender a elas.

Outro dia estávamos nós quarto brincando no chão, antes das meninas dormirem, e eu pensei: "eu conheço tanto minhas filhas, essa família, como é bom!". E aí me bateu uma coisa: "E o bebê? Como é que ele vai se encaixar nesse quadro perfeito?". Estou numa fase tão boa e tranquila com as meninas, que por alguns momentos não consegui pensar em qualquer coisa diferente daquilo. E esse bebê tão desejado, tão querido, como ele vai ficar entre nós? E aí percebi uma coisa: bateu o medo do desconhecido. De como será nossa vida como cinco. E sabe o quê? Tudo bem. Eu tenho direito de ter o frio na barriga e gosto dele.

Eu tenho não criar expectativas, mas elas existem, e às vezes, não há como evitá-las. Pode ser que elas venham quando os pais querem ver o rosto do bebê para ver com quem ele vai se parecer ou em pensar em como o novo bebê vai encaixar na família. Pois que venham outras possibilidades e, finalmente, a realidade, quando ela, lindamente, acontecer.

sexta-feira, 23 de agosto de 2013

Contagem Materna 2 - 11 semanas e 6 dias

Finalmente, estamos chegando nas 12 semanas! É incrível como as coisas já começaram a mudar, o enjoo está passando, dormindo um pouco melhor e tenho tido um pouco mais de energia. Fui no médico no começo da semana, tudo 100% com os exames, mas ainda vou fazer o morfológico na semana que vem. O que mais me surpreendeu foi o fato de eu ter engordado menos 1kg em um mês! Olha já a diferença de uma gestação única para um gemelar, hein? Mas acho que me alimento bem, como muitas frutas junto com as meninas e legumes também. Mas, continuo no doce, sorvetinho, então achei que iria engordar mais. Tenho tido desejos loucos por peixe e sushi. Nem aí pra carne, não sei por quê.

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Estava relendo o post da minha primeira contagem materna com 11 semanas e que diferença! Este, aliás, é o segundo post mais popular do blog, e eu não consigo entender por quê. Mas, foi de agosto também. Há dois anos atrás eu estava tendo essa mesma experiência pela primeira vez, completamente diferente. E a barriga já aparecendo! Agora tá apontando um pouquinho, às vezes sinto ela inchar, mas é bem tranquilo. Também tenho a impressão que sinto o bebê se mexendo, mas sei que é cedo e podem ser apenas gases.

A verdade é que estou louca para que este segundo trimestre chegue logo, aquela época maravilhosa da gravidez que a gente fica cheia de energia, barriga aparecendo, bebê mexendo... Ah, que delícia! Que venhas as cenas do próximo capítulo!

Continuamos firmes e fortes na decisão de não saber o sexo e já até conversamos com a médica que faz a nossa ecografia e ela foi super de boa. Disse que quando aparecer alguma coisa ela avisa e a gente não olha pra tela, simples assim. Às vezes, penso se é menino ou menina, e sempre acho que é menina, mas a ideia é justamente não criar expectativa. Então, é o bebê, o bebê novo.

Penso muito no parto e semana passada vi com o Marco o filme "Renascimento do Parto", chorei horrores, amei o filme! Um excelente retrato do que é a realidade do nascer no Brasil e como existe uma cultura obstétrica totalmente errada por aqui. Acho que toda mãe, futura mãe, gestante, pensante em ser, deveria assistir! Pensando muito, acho que passei por procedimentos desnecessários e que minhas filhas sequer tinham que ter ido para UTI, não posso mudar o passado, mas com certeza estou me preparando pro futuro. E acho que tudo está na escolha dos profissionais. Me emocionei muito com o depoimento da Carol Lobo, que já compartilhou o relato dela aqui no blog, ela teve uma cesárea e depois um parto em casa. Ela aparece logo no início do filme, para quem já viu ;)

Para conhecer o filme veja o trailer:

 

E para saber se passa e quando passa na sua cidade clique aqui.

quarta-feira, 21 de agosto de 2013

Receitinha - Kibe de Peixe e saladinha de pepino

Tem dias que eu acordo inspirada, minha gente! E pensar que há dois dias atrás eu estava sofrendo com um pequeno caos por aqui, mas acho que como estou me aproximando das 12 semanas, tenho ficado mais disposta e hoje eu acordei com vontade de cozinhar! Estava sonhando com uma salada de pepino que eu vi o Jamie Oliver fazendo outro dia e um kibe de peixe que eu já tinha feito antes e que é receita da Rita Lobo, como fui no mercado ontem à noite, comprei os ingredientes e hoje pude satisfazer meus desejos de grávida.  Sim, eu me inspiro nos programas de TV de culinária, todos deveríamos, aliás! Eu sei que 9h30 da manhã o kibe já estava no forno! Agora as meninas estão dormindo e eu fazendo esse post vapt-vupt, assim como essas duas receitas, perfeitas para mães ocupadas! Então, vamos lá:

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Kibe de Peixe

- 400g de peixe branco (eu uso o bom e velho Saint Peter)
- 1/2 xícara de coentro
- 1 xícara de trigo para kibe
- raspas de limão e/ou laranja
- 1 cebola
- 1 colher de chá de açúcar
- azeite, sal e pimenta do reino

1° passo: Faça a cebola caramelizada. Corte a cebola em meia-lua e frite com um pouco de azeite em um frigideira bem quente. Coloque um pouco de açúcar e misture Deixe cozinhar por 15 minutos, mexendo de vez em quando, até caramelizar a cebola. Reserve.

2° passo: Você vai precisar de um processador ou criar coragem para cortar tudo na faca. Coloque metade dos filés de peixe no processador e bata, depois coloque o restante com o coentro e bata. Reserve.
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Pegue um pano de prato limpo, e cubra uma uma peneira média e derrame a xícara de kibe dentro e coloque na água corrente para lavar/hidratas. Depois faça um trouxinha com o pano de prato e torça para a água sair do kibe. (Se ficar difícil de visualizar, veja o vídeo da Rita Lobo no link aí embaixo). Coloque o trigo em uma tigela e misture com o peixe, tempere com sal, pimenta, rapas de limão e/ou laranja, misture a cebola e coloque meio copo de água para dar liga. Misture tudo. Coloque em uma forma untada com azeite. Aperte com a mão e com muito carinho, depois passe a faca para formar os quadradinhos. Regue com mais azeite e coloque no forno já pré-aquecido. Sirva frio ou quente, de almoço, lanche ou janta. Fica maravilhoso e a cebola caramelizada faz toda a diferença!

Receita original aqui, ela fez uma salada de pepino com iogurte também, mas eu resolvi fazer essa:

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Salada de Pepino

1 pepino grande
1/2 cebola roxa
8 azeitonas grandes com caroço
Coentro picado
1 colher de geleia de pimenta
1/2 limão
Sal
Azeite
Azeite balsâmico

Essa receita é vapt-vupt! Lave bem o pepino e passe um garfo em toda pele dele, assim ele absorve bem o molho. Corte a cebola em meia-lua e deixe de molho em um pote com água gelada. Corte o pepino em cubos e coloque em uma vasilha onde você vai servir a salada. Na tábua de cortar, amasse as azeitonas com uma faca, tire o caroço e corte um pouco os pedaços ( A dica do Jaime é comprar azeitonas com caroço porque elas tem mais sabor, ele fez com as pretas). Depois jogue na vasilha, escorra a cebola e também misture com o pepino. Tempere com azeite, azeite balsâmico, limão, geléia e sal. E está pronto!

As meninas aprovaram o kibe, mas nem deu tempo delas comerem a saladinha! Mas vou tentar outro dia com menos geleia porque ficou com gostinho picante. Não achei a receita original do Jaime, então inventei na hora. ;)

terça-feira, 20 de agosto de 2013

Razões para ter um filho

Existem mil e uma razões para ter um filho e outras tantas para não tê-lo, mas não é sobre isso que vou escrever aqui. Acho que a decisão de trazer alguém para o mundo é muito pessoal, depende muito do casal, e às vezes o filho chega como surpresa e nem dá tempo de pensar em motivo algum. Eu sempre achei que iria ter dois filhos e só, um casal de preferência, como é o básico e ideal culturalmente falando, nunca me imaginei mãe de três, com menos de três anos, mas tanta coisa muda no meio do caminho e aí está a delícia de viver. Vejo tanta gente com medo de dar o próximo passo, tanta gente me chamando de louca e corajosa (o que eu super concordo, by the way), que gostaria de compartilhar a minha experiência e tentar explicar algo inexplicável: a vontade de ter mais filhos.

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No começo deste ano, estava conversando com um casal que também tem gêmeas e acompanha o blog durante uma visita deles pra Brasília, e a Grasi me fez uma pergunta muito simples: "Mas, você quer ter outro: por quê?". E eu respondi: "Não sei, não sei porque. Acho que me sinto tão feliz, tão completa com duas, e isso deveria bastar, mas quero mais". E no banco de trás do carro, o Rodrigo, marido dela disse: "Mas filho é isso, não precisa de explicação. Se você quer, quer e pronto". E aquilo fez um sentido enorme pra mim! Era isso, eu queria e  bastava, não precisava ficar pensando no trabalho, em como ia ser difícil, no aspecto financeiro e etc. É aquela coisa de se você quer muito, o universo conspira ao seu favor. Pois querer muito era razão suficiente pra mim.

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Existiram outros motivos também, é claro. Depois que as meninas nasceram rolou todo um processo, que é normal entre as mães de primeira viagem, de aceitação do meu papel de cuidadora. E a partir do momento que eu me entreguei, aceitei que ter filho dá trabalho e pronto, que eu não vou poder ir e vir como antes, que eu fiz uma escolha, blá, blá, blá. Ter filho não foi mais algo trabalhoso, ou até mesmo um fardo como muita gente pensa. Fazia parte da nossa família, ser tornou natural pra gente. Elas estão incluídas em tudo e fazem parte do todo. É claro que é cansativo, mas não é um problema. Dá trabalho? Sim. É difícil? É. Mas essa é a nossa família agora e a partir do momento que você para de focar neste aspecto da parte chata, fica divertido e torna-se parte de quem você é também. E eu também tenho a teoria de que com a nossa experiência com duas, um bebê só não vai ser tão difícil assim. Será?

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Existe uma razão muito forte também para não só querer ter outro filho, como ter coragem de pular rumo ao desconhecido, que é o meu marido. Se ele não me ajudasse tanto e fosse um pai tão maravilhoso, com certeza, não estaria nem cogitando essa ideia. É ele quem levanta à noite quando uma delas chora, é ele quem dá o jantar e o último banho do dia, que me ajuda sempre e em tudo. Sem ele, felicidade, você não existiria. Portanto, aqui estamos nós. É porque sou tão feliz como mãe, tão feliz tendo uma família, que queremos mais!

Ah, tem uma coisa que ajuda muito também: dormir a noite toda. Quando os bebê dormem a noite toda, a coragem aumenta! Sério.


sexta-feira, 16 de agosto de 2013

Mais amor, por favor

No fim de semana passado, fizemos uma viagem em família para um hotel que fica a duas horas de Brasília. No primeiro dia, tentamos relaxar, curtir a piscina e sabíamos que a rotina não ia ser a mesma, mas como foi difícil abrir mão dela. Fizemos a viagem depois do almoço pra elas dormirem no carro, a Maria dormiu o percurso todo e a Bella metade.  Quando chegou à noite foi caótico, elas não pararam durante o jantar, a gente comeu super rápido e fomos pro quarto com as duas. No caminho até lá, nos perguntamos: qual vai ser estratégia pra dormir? Não sabíamos. Colocamos elas no berço desmontável, ligamos a TV, desligamos a luz e esperamos. Dez e meia da noite e ninguém tinha dormido! As duas super agitadas. Eu e o Marco ficamos super estressados, questionando a todo o tempo o que estávamos fazendo, foi o C-A-O-S pra gente.

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Dia seguinte, resolvemos fazer diferente. Finalmente, nos livramos da rotina, brincamos, fomos pra piscina e resolvemos ir almoçar na cidade. Bella dormiu um pouco antes do almoço e depois não quis saber de soneca quando voltámos pro hotel, enquanto Maria manteve o horário certinho. Deixei o Marco e ela dormindo no quarto (sim, às vezes é preciso deixar os maridos dormirem, minha gente!). E fui pra rede com a Isabella na tentativa de fazer ela descansar e dormir de novo. Ficamos lá uma meia hora, ela não dormiu, mas ficamos de preguicinha, cantando, balançando, foi muito bom. Depois, mais piscina e brincadeira. Meus pais ficaram com elas e a gente foi na cidade jantar, voltamos correndo bem na hora de dormir delas. Demos um banho, colocamos o pijama e fizemos diferente. Deitamos com as duas na cama, cada um abraçado com uma e eu falei: "Agora, vamos dormir". Cantei primeiro a música de sempre: "tá na hora de dormir, não espere mamãe mandar..", depois outras músicas. Elas foram se aninhando, quando ficavam agitadas, a gente ia lá e abraçava mais forte. Bella, já com o olho fechado, pegou a fraldinha, colocou no rosto e disse: "achei!", depois dormiu, puft! Elas lutam até o último minuto!

Colocamos as duas no berço, super orgulhosos do nosso modo diferente de ver as coisas. Ligamos a TV, e depois conversamos baixinho sobre o nosso dia, o que tinha dado certo, o que não, que coisa legal elas fizeram, como a gente faz todas as noites. E percebemos, que mesmo que a gente tenha que ser firme, impor limites, ter horário, educar, a gente também não pode esquecer da ternura. Parece simples, mas na correria do dia a dia, e de manter rotina e de "fazer as coisas darem certo", a gente esquece do básico. Eu sempre achei que meu maior defeito como mãe era não se maleável com a nossa programação, e acho que neste fim de semana, me libertei disso. Como a gente aprende com os filhos e como o nosso comportamento e influencia o deles. Também percebi que, às vezes, as minhas mini-crianças precisam de colo, de aconchego. Parece óbvio, mas podemos nos perder pelo caminho. Que bom que sempre há chance de voltar atrás e escolher o rumo certo.

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Minha Bebellinha
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Maria empolgadíssima com o picolé de uva (uma vez ou outra não tem problema, né? ass: mãe controladora)

segunda-feira, 12 de agosto de 2013

Engravidando em dois atos

Resolvi fazer uma comparação do processo de engravidar antes e agora. Completamente diferente, mas não menos interessante. E sim, saibam logo tudo, ou quase tudo, sobre a  minha vida sexual!

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Planejamento

Primeira gravidez - 2011 - Fui na ginecologista disse que queria engravidar. Ela passou exames, receitou ácido fólico. E explicou que como eu tomava pílula anticoncepcional há cinco anos, podia demorar "até o corpo se acostumar" e etc. Queria engravidar durante uma viagem e ela me recomendou parar de tomar a pílula um mês antes.

Segunda gravidez - 2013 - Não fiz meus exames de rotina. Não estava tomando pílula, só na camisinha, queria desesperadamente engravidar, mas resolvemos esperar mais um pouco até que a nossa situação financeira mudasse e as meninas crescessem mais um pouco. Pelo menos, essa era a ideia.

Sexo 

Primeira gravidez - Depois que acabou a menstruação começamos a tentar todos os dias. Marido não achou ruim, é claro! Ficava deitada uns quinze minutos depois do coito, só para garantir, inclusive. Mas depois de duas semanas, deu uma cansada. E aí tive um sangramento, durou um dia inteiro. Quando vi o sangramento, corri pra cama e falei pro Marco: "tô grávida!" Depois, fiquei achando que podia ser o ciclo já louco sem a pílula e fiquei super desanimada, mas continuava tentando.

Segunda gravidez - Eu estava obsessiva em engravidar de novo e meio que falei pro marido: "ah, a gente podia brincar um pouquinho, não planejar dessa vez, deixar a coisa rolar". Maior papinho, né? E ele brincou dizendo que eu queria fazer "roleta russa da vida". E foi o que aconteceu, duas vezes de brincadeira, e "ops!"

Resultado

Primeira gravidez - Eu achava que estava grávida, estava me sentindo inchada, o bico do peito dolorido, mas tudo se confunde com TPM, então a gente fica na dúvida. Fiz exame de farmácia: negativo. Fiz um exame de sangue com três dias de atraso: negativo. Fiquei super triste, mas fui viajar pra Itália com o pensamento em aproveitar e tomar muito vinho!

Dois dias depois comecei a passar mal com umas cólicas terríveis, suava frio de tanta cólica, mas como vinha com uma dor de barriga junto, achei que era a comida de lá e minha gula italiana. Ficamos lá uma semana e a volta de nove horas de avião foram as piores da minha vida, cheia de cólica e a base de remédio.

Fui na emergência no dia seguinte, conversei com o médico e ele disse: "É bem provável que você esteja grávida, mas não vou passar exame não. Procura um ginecologista que ele pede logo um ultrassom pra comprovar isso". Saí de lá puta da vida depois de ter esperado quatro horas pra nada, passei na farmácia, comprei o teste mais caro e fiz por volta da meia noite: positivo! O resto é história...

Segunda gravidez - Algumas semanas depois do "acidente" e umas duas semanas antes da data da menstruação, eu já sabia que estava grávida. Peito inchou que ficou cheio de veias, mamilo cresceu, parte de baixo da barriga dura, comecei a enjoar com cheiro. Eu tinha certeza absoluta! Eu fiz um teste uns quatro dias antes do atraso e a segunda marca ficou meio manchada. Falei pro Marco: "É positivo." Ele: "Não, é negativo, você quer tanto ficar grávida que tá vendo coisa no teste". Resolvemos esperar o atraso chegou. Aí a gente esqueceu e lá pelo quarto dia, ele chega com o teste em casa: positivo! O resto é história que continua por aqui...

sexta-feira, 9 de agosto de 2013

Feliz Dia dos Pais

Não gosto de clichês e de datas comemorativas, mas choro com todas as homenagens. Pois, vem aí mais um Dia dos Pais e eu não poderia deixar de compartilhar meu amor e agradecimento para dois homens que mudaram a minha vida.

Meu pai, de fato meu primeiro amor, o homem que me ensinou como um marido deve ser, e o significado de família, ao lado da minha mãe. Meu faz-tudo, meu porto seguro, que até hoje tem dificuldades em dizer um simples "não" para os filhos. Meu pai que quer abraçar o mundo e que me mostrou que muitas vezes, isso é possível. Obrigada por me mostrar o que é a vida.

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Eu e meu pai, em Natal, agosto de 1982 (sim, eu fui uma bebê obesa)

Meu marido que trilha um caminho lindo ao meu lado e com quem não imaginaria não estar para sempre. Um super pai de duas meninas e, em breve, de um outro bebê que só traz mais amor na nossa vida. Foram tantas noites sem dormir do seu lado, tantos desafios vencidos, tantas loucuras minhas que você entendeu, tanta aceitação com meu jeito diferente de ver a vida, tão lindo ver você se tornar o melhor pai que as minhas filhas poderiam ter. Um obrigado especial por você ter acabado de dar almoço e banho nas duas, no seu dia de folga, enquanto eu escrevo este post.

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E feliz Dia dos Pais pra todo mundo! Beijem muito seus pais, avós, irmãos e maridos! E que venha um lindo feriado em família. Nós estamos saindo em um mini-viagem para Piri com todo mundo! Sigam a gente no instagram @familiamoderna!

quinta-feira, 8 de agosto de 2013

Contagem Materna 2 - 9 semanas e 5 dias

Chegamos nas nove semanas. Enjoos continuam. Olá, cansaço que eu já tinha até esquecido que existia! Tenho tido muito sono (antes de ontem dormi 9h30 da noite. Socorro!), mas tenho tido alguns dias com uma boa energia pra cuidar das meninas, o que é muito bom.Vamos no parquinho, saímos para passear, mas geralmente no dia seguinte estou acabada e de noite não sou ninguém, coisas de grávida e mãe de duas. Eu, às vezes, esqueço que estou grávida, mas aí vem todos os sintomas citados anteriormente e eu lembro. Oi? Tem um bebê dentro de mim.

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Peito grande e barriguinha aparecendo: check!

Já estamos começando a planejar o quartinho do bebê. Temos um pseudo quarto aqui em casa, bem pequeno, que acho que originalmente era uma dependência de empregada, que a gente arrancou as portas e fez um escritório. Então, agora, estamos fechando as portas e pensando em tudo de novo. Também estou empolgada em fazer um quarto unissex. Se for menina, eventualmente, vou passar ela pro quarto das irmãs. Berço, obviamente, eu já tenho. O que me leva a pensar em outra coisa: transição das meninas para a caminha. E as outras coisas que precisamos e queremos fazer antes do bebê nascer: desfralde e tchau chupeta. Ainda que algumas coisas já podemos cruzar da lista, já foram a dependência da mamadeira e as duas comem muito bem sozinhas. Amém.

Tenho chorado à toa e me irritado mais ainda. Quando a gente fica grávida parece  que não temos mais medo de briga ou papas na língua, mas tenho conseguido manter a boca fechada e deixar os meus pensamentos comigo mesmo, no lugar de compartilhá-los no Facebook. Rá!

Tenho pensado muito no parto, leio relatos, penso nas dores, nos meus planos, na preparação, em como tudo vai ser diferente e ao mesmo tempo tento não criar expectativas. Para ter um parto normal, ou melhor, natural, é preciso fazer uma certa preparação financeira porque você não vai conseguir nada pelo plano de saúde. Estávamos guardando dinheiro pra isso, mas nem tanto. Então, estou com a seguinte estratégia: estou fazendo esses primeiros exames com um médico do plano, que "dizem que faz parto normal" (mas eu não vou esperar pra ver), e depois vou passar para uma obstetra humanizada.

Em alguns momentos, fico tão empolgada que penso: "aí, quero parir logo!". Mas sei que preciso curtir muito essa gravidez, como curti das meninas. Mas não gosto de pensar que vai ser a minha última, ainda que sei que queremos parar por aqui. Estranho, né? Eu chamo isso de "coisas de grávida", tudo é estranho.

segunda-feira, 5 de agosto de 2013

Como ensinar um bebê a escovar os dentes

*Primeiro, preciso dizer que não sou dentista ou especialista, nem sequer levei as meninas no dentista ainda (por pura falta de tempo, grana e também não achar que é tão urgente assim), mas sou mãe de duas meninas com personalidades completamente diferentes e resolvi compartilhar a nossa experiência aqui. Então, vamos lá, como ensinar um bebê a escovar os dentes e ainda amar fazer isso:

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Quando Maria e Bella completaram 1 ano e três meses, resolvi comprar um escova de dentes pras duas, afinal os molares tinham acabado de nascer e achei que era hora. Li algumas coisas sobre qual escova comprar, sobre como não precisava usar pasta de dentes ainda, etc. Enfim, pesquisei, mas bem pouco. Fui no mercado e comprei a primeira que achei "legal", a da Oral B. Duas iguais para não dar briga (estou aprendendo).

Primeiro dia, antes do banho: "Vamos escovar os dentes?" Eu pego a Maria no colo, mostro a escova, finjo que estou escovando os meus dentes e quando vou fazer nela, ela abre o bocão, feliz. E consigo escovar um pouco os dentes. Marco pega Bella no colo e tenta fazer a mesma coisa. Mas, ela não abre a boca de jeito nenhum! O pai tenta pacientemente, mas ela começa a ficar irritada, joga a cabeça pra atrás, não quer de jeito nenhum! A gente se olha, e eu falo: "olha, a loucura que é ter gêmeos", os dois riem.

Tentamos mais umas duas vezes e, obviamente, não dá certo, nada faz com que a Bella aceite. Então, precisamos achar uma outra solução, porque acho terrível ter que forçar, já escutei histórias de crianças que choram, esperneiam, detestam, etc, mas os pais continuam a escovar do mesmo jeito. Acho que insistir é importante, ainda é meu lema, mas não a ponto de fazer com que ela odeie escovar os dentes, chore, etc, e que a experiência faça com que as coisas piorem ainda mais e que ela não queria nunca mais passar por aquilo.

Esquecemos a escova por uns dias. Marco vai escovar os dentes e chama as duas. Eu falo: "vamos dar as escovas na mão delas, pra ver se dá certo?". E deu. Elas olham o pai, se divertem, ficam felizes por estar escovando os dentes! Bella ainda faz o movimento no fundo e na frente. Ponto para nós, high-five para comemorar! E olha que coisa: a solução estava justamente em incentivar a autonomia das duas, sem estresse, sem obsessão, como a gente tem feito. Sem subestimar a capacidade dos bebês.

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Bella e Maria felizes

É claro que elas não fazem a escovação perfeita, mas ensinamos pra frente, pra trás, pra cima e pra baixo. Fazemos na frente das duas e elas adoram! Quando eu falo: vamos escovar os dentes? As duas correm de alegria pro banheiro. Nunca imaginei que ia ser tão simples, mas foi. Ufa! Como a experiência foi tão boa pra gente, resolvi compartilhar aqui. E vamos para os próximos desafios! Esse fim de semana tiramos a última mamada das meninas, conto depois a experiência aqui ainda essa semana, aguardem e confiem.

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Bella