segunda-feira, 30 de setembro de 2013

O poder de um parquinho

Hoje fomos matar saudades do parquinho da nossa quadra, enquanto o Marco resolvia coisas da obra. Ficamos ali só nós três (e meio), como se a nossa rotina tivesse voltado e eu lembrei o quanto eu gostava de fazer aquele pequeno passeio cotidiano com as meninas. Acho que não tem experiência melhor pras crianças, a partir dos 12 meses, do que o parquinho. Elas correm, sobem, descem, escalam, cavam, rolam, desenvolvem a coordenação motora e as habilidades físicas, comem um pouco de areia e ganham vitamina S, entram em contato com o mundo, mesmo que ele seja pequeno e cercado. 

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Quando a gente fica em casa, às vezes, se sente enclausurado e as crianças também começam a ficar agitadas e impacientes, então, nada melhor do que poder correr ao ar livre. A liberdade de correr pra lá e pra cá, sem contar no fortalecimento do andar no meio do processo de pisar na areia! Como não virar fanática pelo parquinho? Eu sei que tem gente que não gosta, que suja, faz bagunça, reclama que o parquinho é velho, longe de casa, pode causar acidentes, etc, etc. Mas é preciso desapegar e tem outra: para o seu filho gostar de parquinho, você tem que gostar também, sentar na areia, ficar suja, brincar junto, não ter frescura. É claro que eu surtava um pouco quando elas comiam areia, mas nem tanto, sabia que fazia parte do descobrimento. E poder brincar, deixar as crianças serem crianças, sem didático por trás, sem ficar parado em frente à uma tela, brincar, simples assim.
 
Sem título Com 1 ano e dois meses no parquinho Sem título
Como cresceram, gente!
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Sempre ficava de olho e atenta aos brinquedos no parquinho, ainda que tivesse que correr de um lado pro outra atrás de uma, e depois da outra. Às vezes, Maria queria escorregador e Bella balanço, então, me virava. Talvez por isso, ensinei logo as duas a subirem a escada do escorrega, a segurar firme no balanço e a escalar o labirinto, vulgo trepa-trepa. O parquinho também fez parte de alguns ensinamentos como a "hora de ir embora", que sempre teve aviso prévio, e a ajudar mamãe a catar os brinquedos, que elas não faziam direito no começo, mas agora colocam tudo na sacola junto comigo. 

E em alguns momentos de paz, eu sentava no chão e observava as duas brincando, às vezes juntas, quase sempre cada uma no seu canto, e chorava um pouquinho, por poder curtir aquele momento repetidamente.

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Hoje pude ver o quanto as meninas cresceram ali naquele nosso quadrado colorido. Se antes a diversão era comer folhas e destruir castelos que a mamãe construía, agora é colocar areia no balde e escalar o labirinto, sentir a textura da árvore e das plantas. É jogar a cabeça pra atrás no balanço e curtir o vento no rosto, correr atrás dos passarinhos, dar tchau pro tio jardineiro, cantar músicas. E, de novo, curtir o momento. Afinal, o que mais importa?
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sexta-feira, 27 de setembro de 2013

Parto meu - Relato de parto da Clara - VBAC

relato parto

Quem conhece o blog sabe que não só estou grávida novamente, como também estou procurando um VBAC ( do inglês, Vaginal Birth After Cesarean), ou seja, um parto normal depois de uma cesariana. Descobri até que um parto normal depois de um cirúrgico tem menos risco para mãe e bebê do que uma cesárea repetida (leia mais aqui). Tenho estudado, lido muito, conversado com outras pessoas que passaram pelo mesmo processo e, feito uma coisa que acho que faz toda a diferença: procurado suporte dos profissionais certos.

Desde que comecei a série "Parto Meu", que tem justamente a ideia de incentivar outras mulheres e mostrar relatos diferentes de parto, tinha procurado uma pessoa para contar uma história de VBAC e lembrei da Aninha Masi do Look Bebê, já que acompanhei o final da gravidez dela pelo instagram e lembro bem do dia que a Clara nasceu. Ela também é mãe da fofa da Bruna, teve uma cesárea, pensou em fazer diferente da segunda vez, mas não se aprofundou muito no assunto. No entanto, escolheu o profissional certo e deixou as coisas fluírem. Aí vai a história dela:  

A primeira vez que soube que um parto normal após cesárea era possível foi assistindo ao trailer do filme o Renascimento do Parto, e logo vi alguns relatos de parto da Anne Rammi, Pri Perlatti e Lia Savaris. Me interessei e procurei um médico a favor do PN, mesmo não acreditando muito que eu teria um. Durante a gravidez fui me convencendo a ter um Parto Normal por influência do médico e cada vez mais essa vontade aumentando. Assisti a videos de parto, li alguns relatos, mas mesmo assim hoje eu sei que não me empoderei o suficiente. Meu VBAC aconteceu porque era pra acontecer, mas foi rápido e sem muito apoio. Me senti despreparada e só acreditei que estava de fato em trabalho de parto quando cheguei na maternidade pela segunda vez no dia com 7cm de dilatação. Também não me preparei para o pós-parto e fiquei um pouco incomodada com os pontos da episio. Normal, né?! Se eu fosse ter outro parto, com certeza seria outro vaginal, mas curtindo cada dorzinha, cada segundo, e escolhendo como seria, sem ter que ser submetida a procedimentos padrões. Fico muito feliz de poder passar essa experiência adiante e encorajar outras pessoas a tentarem o parto vaginal.

Durante a madrugada, lá pelas cinco da manhã, acordei com dor lombar e um pouco de cólica, que pareciam gases. Comi, rolei na cama, comi de novo e umas duas horas depois, finalmente, dormi. Acordei novamente por volta das nove da manhã e o desconforto na lombar continuava. Confesso que nessas duas horas acordada de madrugada eu comecei a pesquisar sobre o trabalho de parto, e se havia relação com a dor lombar que eu estava tendo, mas como não sentia mudança nas contrações, achei que não devia ser “nada”. Tomei um banho e desci (no prédio mesmo) pra fazer a drenagem às 10h. Tive algumas contrações durante, mas nada que me incomodasse… Voltei pra casa e fiquei no sofá com a Bru. Mandei mensagem pro médico, que pediu que eu tomasse buscopan simples, e caso não passasse a sensação de cólica, era pra ir pro hospital. Como eu não tinha o remédio em casa, achei que podia esperar a hora da escolinha e assim sair uma vez só.

Na hora do almoço senti algumas contrações, mas não marquei o tempo entre elas, apesar de ver que estavam próximas. Troquei a Bru pra escola por volta das 13h, arrumei a mochila e fui levá-la. Comecei a perceber as contrações bem frequentes enquanto levava a Bru na escola, mas calma, fica na esquina de casa! É só atravessar a rua! Bom, chegando lá entrei, mas como eu não sabia ainda onde era a salinha dela (não estava definido ainda) fiquei no parquinho no meio esperando aparecer uma bendita alma que me encaminhasse. Pedi pra uma menina, que sumiu. E eu sentindo algumas contrações.

Depois uma outra “tia” apareceu e eu falei com ela, toda nervosa e comecei a chorar. Falei que não sabia onde era pra deixar ela, que eu estava com contração e não aparecia ninguém pra me ajudar. Ela veio na hora, pegou a Bru e fomos em direção a sala. A Bru não gostou muito e pulou no meu pescoço. Agarrou com força e começou a chorar. Não queria me deixar de jeito nenhum, queria voltar pro parquinho, mas a tia da sala dela pegou, e disse que era pra eu ir daquele jeito mesmo, senão ela não pararia. Conclusão: saí chorando litros, e querendo sentar pra marcar as contrações.

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Barriga no dia do parto

O Bre (marido) ainda não sabia que estavam freqüentes assim. Sentei na salinha de espera na porta da escola, tomei uns cinco copos d’água… chegou depois das 14h, passamos em casa pra ele pegar meu RG e fomos pra maternidade. Tomei o buscopan no carro, umas 14:40h. Lei de Murphy, preocupada em marcar as contrações não falei pro marido o caminho certo do hospital, e erramos. Hahaha Pense no arrependimento d e ter tomado tanta água! A cada contração, pressionava minha bexiga que parecia que ia explodir. Ele me perguntou umas duas vezes se eu não queria fazer xixi na rua!

Na maternidade fui direto pro banheiro… Ufa que alivio. Já passava das 15h. Em seguida, subimos para o andar do centro obstétrico. Cardiotoco: 3 a 4 contrações em 10 minutos! A enfermeira também fez o toque e ligou para o médico. Disse que eu estava em pródromos, com 3, quase 4 contrações em 10 minutos, mas sem dilatação. Apesar do colo fechado, tinha uma polpa. Ele perguntou se eu queria esperar, e com a minha resposta afirmativa, ele receitou inibina de 8/8h e repouso. Cama mesmo. Saímos de lá umas 16:30, comprei a inibina e tomei 17h. Marido pegou a Bru na escolar e viemos pra casa…. Acho que o efeito do buscopan já está acabando pois as contrações continuam doloridas. (Ele estava viajando e eu queria esperar que ele voltasse de viagem no dia 14.) Como ainda não havia dilatação achei que realmente o remédio fosse resolver.

Chegando em casa fui ao banheiro com dor de barriga. Ao limpar vi que tinha sangrado “o colo”. Como a enfermeira já tinha avisado não dei muita importância. Fui muito inocente nessa hora, pois no vaso tb tinha uma “melequinha” com sangue e acho que era o meu tampão!(Conversando com o meu marido no dia seguinte ao parto, chegamos a conclusão que o toque da enfermeira deu uma adiantada no processo.) Tomei a inibina as 17h, mas as contrações não paravam. Lemos na bula que demorava uma hora pra fazer efeito… Passou uma hora, uma hora e meia e nada delas acabarem. Nessa hora eu já estava novamente registrando as contrações em um aplicativo chamado Baby Bump Pro. Eu achava ainda que estavam piores pelo fato de ter passado o efeito do buscopan que tomei duas da tarde, mas na verdade as contrações estavam aumentando (e eu me iludindo).

Quando deu 19h, dei um ‘print’ do app de contrações e mandei pro médico. Perguntei se ele gostaria de me passar o telefone de uma das medicas que ele deixou aqui de sobreaviso, e quanto tempo demorava para a inibina fazer efeito, pois as contrações estavam mais fortes. Senti mais um pouco de dor de barriga. Entrei no banho para tentar relaxar um pouco, sentei e deixei a água quente correr nas costas. Não enchi a banheira pra não adiantar ainda mais o processo. Minha sogra chegou em casa e depois que me viu achou q a barriga tinha descido. Durante o banho vieram umas 3 contrações mais fortes e vendo minhas pausas na conversa e a cara de dor, ela disse: “Ihhh, minha filha, não sei não!!! Acho melhor voltar pro hospital". Às 20h o medico respondeu a mensagem: “Por favor, o tel dela é xxxx-xxxx. Mas volte para o Einstein!!!” Penseeeee… Gritei o marido e disse que o medico havia mandado voltar pro hospital. Começamos a juntar as coisas e acreditem, fechar as malas! Ainda não estavam prontas.

Entre uma contração e outra me vestia, separava as coisas, e o marido correndo de um lado pro outro pegando as coisas. Fui fazer a mala da Clara e tinha até que sentar quando vinham as contrações. Enquanto isso minha sogra fazia a mala da Bru, pois achamos que eu podia ficar internada e ela precisar ir dormir na minha sogra. Depois de fecharmos tudo, saímos novamente rumo à maternidade. As lembrancinhas? Ficaram pra trás. Ninguém tinha cabeça pra lembrar desses detalhes! Hehehe Do carro, ligamos para a médica que pediu que assim que chegássemos e eu fosse examinada, que fizesse o toque e ligasse pra ela avisando. O meu médico já tinha ligado pra ela! A cada contração no carro eu me esticava… “enfiava” o pé no assoalho como se enfiasse o pé no freio, sabe??! E segurava forte o puxador que tem na lateral em cima da cabeça (não lembro o nome!).

Chegando no hospital, me ofereceram a cadeira de rodas, mas preferi ir andando. Em caso de contração, fazia aquela pausa básica e esperava passar. Dei entrada novamente no “pré-parto” e a técnica de enfermagem mediu a pressão, temperatura e tal. Disse que ia chamar a enfermeira. Tic tac tic tac… E nada dela chegar. Dor de barriga, volto eu pro banheiro. Depois deito novamente na maca. Vinha a contração, e eu ia pro banheiro. Dor de barriga chata! Achei que o problema era mesmo dor de barriga. Na hora que vinha a contração, dava aquela cólica de matar, dor de barriga, e passava. Cada vez que vinha eu falava pro Bre: “PQP, cadê essa enfermeira q não vem?! Tá doendoooo, p****! Que falta de consideração!”.

Quando a enfermeira chegou eu estava no banheiro, de novo. Marido disse que eu achava que era dor de barriga. Quando sai do banheiro, mais uma contração e parei na porta. Ela olhou e disse: “isso está com cara de contração, não de dor de barriga!”. Bom, deitei pra ela examinar e colocar o cardiotoco. Diferente do que fiz à tarde (que eu sentia a contração e acompanhava tudo na tela) já não conseguia concentrar em nada além da dor na hora da contração. Enquanto ela colocava as fitas, mais contração. Ela me perguntou se podia fazer o exame de toque enquanto o aparelho registrava as contrações, pra ir adiantando… Disse que sim. Quando ela começou, ela olhou pra gente e disse: “Um, Dois, Três, Quatro… (Começou a abrir os dedos….) SETE!!!! Sete cm de dilatação!!! Acho que ela vai nascer hoje!!!”

Eu não acreditava!!! Eu e o Bre nos olhamos com um sorriso trêmulo no rosto! Um misto de felicidade dela estar quase chegando e um baita susto!!! Ela pediu o telefone da médica e correu pro telefone. A médica disse que ia correndo pra lá. A enfermeira começou a preencher a papelada da internação e na hora das contrações eu pedia pro Bre responder naquele tom super carinhoso: “Uaiii Baby, respondeeeee aí!!!” Hahahaha ou talvez tenha saído um “puta merda” em algum momento. Kkkkkkk A enfermeira saiu da sala para preparar a papelada na recepção e me transferir pra sala de pré-parto 2. Nisso, minha sogra estava com a Bru do lado de fora e escutou: “Prepara a internação dela, ela esta com 7cm e deve nascer logo!!!” Tadinhaaaaa. Minha sogra não sabia se estavam mesmo falando de mim, mas até então não tinha entrado outra grávida ali. Ela ficou em choque! Ligou pra vovó, mãe dela, e contou que achava q ia nascer! Ligou pros meus cunhados também pra correrem pra lá. E ela não podia sair dali porque estava com a Bru.

Fui pra sala de pré-parto 2, colocaram o acesso. Algumas contrações mais tarde, ainda mais fortes, eu desejava que o anestesista chegasse o quanto antes. E nada!!! Aí comecei a sentir um “quentinho” durante a contração. Falei pro Bre chamar a enfermeira e avisei que sentia um liquidozinho saindo durante a contração.Ela pediu pra fazer outro toque, e claro, permiti. Abre dedo, abre dedo e escuto: “Dilatação Total!! Dilatação total, mas a bolsa está integra e bem fina. Não vou mexer pra esperar sua medica. Vou te passar pra sala de parto. Marido, vai se trocar!!”. Lá foi ele se trocar em outro andar! Cada contração mais forte que vinha eu pensava: “Será que ele volta a tempo??! Ufa, ele voltou. Hehe e nada da médica.

Contração vinha e a dor aumentava. Eu perguntava pro Bre onde estava a m**** do anestesista. Até aí já tinham ligado umas três vezes pra medica, coitada. Eu só queria um remédio pra dor, só isso! Mas como a analgesia é feita pelo anestesista, a enfermeira disse que eu tinha q esperar eles chegarem. Ok, não tinha jeito. Não faço idéia de quanto tempo tinha de intervalo entre as contrações, mas não era muito. A dor intensa durava cerca de 1 minuto ou 1 minuto e meio, e logo depois vinha outra. Tinha uma médica “perambulando” o centro obstétrico esperando uma sala, como eu estava sem medica, ela resolveu sentar com o livrinho dela na minha sala, caso precisassem dela. Ufa!!!

Cinco minutos depois chegou outra médica, a plantonista do hospital, e dispensou a primeira. Pedi o anestesista plantonista também, mas nada dele. Dez e meia, no meio de uma contração, minha bolsa se rompeu. Escutei o ploft, senti o líquido saindo e avisei a enfermeira. Ela pegou as perneiras da maca pra me posicionar para o parto. Cada contração dessa me dava vontade de fazer o número dois. Eu já sabia que acontecia isso e achava nojento, mas na hora essa é a ultima preocupação que temos. Quando vinha a contração, eu já avisava. E a medica e enfermeiras fofas falavam, “Não se preocupa, a gente limpa”. Recolhiam na hora, lixo e pronto.

A sala de parto parecia um estádio de futebol. Cada hora aparecia um! Eu era a “gravida que chegou com 7cm de dilatação” ou “gravida que chegou com 7cm de dilatação, está com dilatação total e a médica ainda não chegou!”. Enfermeira entrando e saindo, a troca das medicas, e de repente eu vejo do lado de fora…. a equipe de filmagem! Anestesista, nada! Médica, nada. Hahaha eu já tinha certeza q ia fazer o parto com a médica plantonista q estava lá do meu lado. Dilatação total, bolsa rompida, bebê coroando. Veio mais uma contração e eu falei: ” ta empurrando!!!!!” Como se não bastasse a dor, o pro-pé do lado esquerdo estava saindo e ficava no meio do pé! E aquilo me irritandoo!!! hahaha pedi com a gentileza de um elefante: “ou tiram esse negocio do meu pé ou colocam direito.” Estava escapando do pé e coçando, affff. Kkkkk tiraram!

Marido sai da sala de parto e vejo lá fora o anestesista plantonista… Pensei: ufaaaa! Ele chegou!! Descobri DOIS dias depois que o marido achou ele muito novinho e não deixou ele entrar naquela hora!!!!!!!!!!!!!!!!! Pensem se a minha vontade era de esganar ele ou não.Hahaha E ele perguntou pro medico quando ele havia se formado!!! Que vergonha!!!

Ligaram pra médica e ela estava estacionando o carro. Mais uma contração e senti empurrar muito forte! Quem chega??!! A linda da Dra Clarissa e o marido, que era o segundo obstetra. Troca mais uma vez os médicos da sala. Eu ja estava posicionada, Clarinha coroando e ela perguntou se eu queria anestesia. Perguntou: “Vamos dar?!! Melhor né?!” E eu disse: “Sim, se der tempo, vamos! Mas não sei se dá”. E ela: há então ok! Vamos anestesiar ela…. E eu disse: aiiiiiii, ta vindo outraaaaaa!!!

Depois que a bolsa rompeu era impossível não fazer força junto com a contração. É quase involuntário. Conforme o bebe empurra, você também quer empurrar e forçar pra ele sair. Passada a contração, a medica perguntou de novo: vamos dar anestesia? Então, tá! Posiciona ela, gente. Vamos lá. E veio outra, e a Clarinha estava quase lá! Não dava tempo! O Breno estava atrás de mim e via a cabecinha coroando!!! E ele disse: “Não, vai assim mesmo!!!” Hahahah “Olha lá está saindo!!!!”. A médica disse: “É, não vai dar tempo mesmo. Vou fazer um cortezinho pra ajudar aqui, tá?! Ana, vai ser na próxima hein!!” No meio da contração ela deu uma anestesia local de xilocaína pra fazer a episiotomia e em seguida, o corte. Eu olhava pro lado e o mocinho da foto (ou era o do vídeo?) estava olhando com uma cara de pânico pra mim com contração. Kkkkkk

Na hora que veio a contração, veio junto a imensa vontade de empurrar. Eu falava que ia sair, o Bre falava que estava saindo, e a medica falou pra eu continuar fazendo a força. A Clarinha estava com o rosto de lado e não conseguia sair. A médica virou a cabecinha dela pra baixo e mais uma força, saiu a cabeça. Dali a poucos segundos mais uma força e senti saindo os ombros e corpo! Claro que na hora dói, mas não é uma dor aguda como algumas contrações parecidas com cólica, é uma vontade de expulsar mesmo, uma pressão muito grande.

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E ela saiu, linda a cabeluda, às 22:41h. Isso mesmo. Menos de 5 minutos depois que a medica chegou, 11 minutos depois de romper a bolsa, e menos de 1h depois de ser examinada com 7cm de dilatação. Eu saí do parto contando pra minha sogra, cunhados, mãe, que depois que a médica chegou a Clarinha nasceu em mais três contrações.


Logo que nasceu, a medica a colocou no meu colo, ainda sujinha! A coisa mais linda e gostosa. 

Ficou um pouquinho e foi pro bercinho aquecido dentro da sala de parto para ser limpada e avaliada. Recebeu notas 9 e 10 no Teste de Apgar.


IMG_0026 Primeiro encontro da Bru com a Clara

quarta-feira, 25 de setembro de 2013

Um mês de desrotina e confusão

Então, estou há um mês e alguns dias fora de casa. Explico a parte prática: foram trocar toda a tubulação de banheiros do prédio e como só tem um banheiro com chuveiro lá em casa, não consegui ficar lá com as meninas e o acúmulo de poeira, etc. etc. Fui pra casa dos meus sogros que tinham acabado de viajar, duas semanas depois tentei voltar pra casa, não deu, fiquei uns dias na casa da minha mãe, voltei pra casa da sogra, ela ia voltar de viagem, tentei voltar pra casa, não deu de novo, vim pra casa da minha mãe e aqui estamos. Obviamente, não fiquei sem teto e sou muito sortuda por ter onde ficar e apoio, mas fiquei sem casa. Percebi que rapidamente tudo virou o caos, loja parou, blog às moscas, de repente não conseguia nem mais responder e-mails, Maria com pneumonia, Bella gripada, marido gripado, eu gripada. Literalmente, home sick. Confesso que fiquei muito cansada, desanimada e o pior, precisei abrir mão da minha preciosa e querida rotina, tive que ceder em muitas coisas e - pausa para respirar enquanto escreve - perdi o controle de tudo.

Drama, drama, drama, me perdoem. Mas, afinal, o blog também é meu desabafo. Não vou ficar falando das doenças e o fato que eu ainda estou tossindo como louca. Ah, sim, e grávida de 16 semanas e meia, ainda lembro disso de de vez em quando. Mas, a verdade é que rolou uma falta de rotina sem fim. Sonecas curtas (elas tiram uma só por dia), despertar mais cedo e dormir mais tarde. Para uma mãe que adora tudo certo, com horários e rotina linda, foi caótico.

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Beijo na árvore e água de coco de caixinha

E teve uma coisa que me pareceu quase um tapa na cara, cedi em alguns aspectos da alimentação, como, por exemplo, deixar elas tomarem suco de caixinha. É como se a gente fizesse um super esforço para ter uma alimentação saudável, toda certinha e aí um dia alguém diz: "ah, deixa ela tomar esse suco mesmo, ela está com sede, tá pedindo e só tem esse". E você cede, chega se encolhe como se estivesse realmente recebendo um tapa. Tudo bem, você não deixou ela lamber açúcar, mas pra mim, foi quase como se fosse. Mas, precisei desapegar por questão de sobrevivência. Aquela coisa de não se cobrar tanto e também não achar que um ou dois dias podem mudar tudo o que você traçou no caderno nos últimos meses.

E, agora, estamos aqui, como disse uma amiga: "é como viajar sem a parte bom da viagem", ou seja, sem sair do lugar e ver coisas diferentes. É incrível ver como as meninas mudaram neste último mês, cresceram, falam demais, brincam demais, carinhosas demais, e como a nossa família também. Sinto que estou em processo de transformação, andei desanimada e como não ficar? Mas também estou aprendendo muito e sempre, desde que Maria e Isabella entraram na minha vida. E acho que esse bebê, que eu ainda nem sei quem é, também. Agora é tentar aproveitar os últimos dias da viagem com passeios e muitas atividades fora da rotina. Em breve, voltaremos com maravilhosa programação normal e eu já cheia de ideias de mudança. Que venha o próximo mês, a próxima página de rabiscos.

terça-feira, 17 de setembro de 2013

Grávida e reclamona

O post Grávida e Charlatona teve tantos comentários que acho que vou fazer uma série "Grávida e ..." qualquer adjetivo. Talvez não, porque grávida é assim mesmo, confusa, mas vamos ao que interessa:

Eu acho que uma vez que você recebe aquele teste positivo, começa a aparecer dentro de você uma fonte infinita de reclamação, que preciso te alertar, amiga, não vai embora! Porque mãe reclama, é natural. E eu tenho muito medo de ser uma mãe reclamona, confesso. Aliás, estava achando que eu estava fazendo isso demais no instagram, ultimamente. Porque vejo tanta gente reclamando do filho doente, do caos, do trânsito, da criança que não dorme, da rotina, que o filho não come... e aí vai. E vamos combinar: quem nunca, né?  Enquanto, por outro lado, tem outras mães que o mundo é lindo e perfeito, posta fotos maravilhosas do filho brincando de forma lúdica e educativa, super arrumado, com a roupa mais linda, comendo sozinho sem bagunça, sem estresse. E olha aí, às vezes, eu acho que me encaixo nos dois. Mas, não queria estar totalmente em nenhum dos dois lados.

É claro que eu ando mais reclamona, estou mais cansada e isso já é motivo suficiente. E mãe tem todo direito de reclamar. Mas eu fiquei pensando mesmo sobre isso depois que vi o comentário de uma pessoa, que gosta de ler blogs de maternidade (inclusive este) falando que as blogueiras "pareciam viver num mundo perfeito, que a realidade era muito diferente", E eu comecei a pensar: será que eu passo isso? Será que não é melhor eu mostar mais a vida como ela é? E foi o que eu acho que estava tentando fazer. Pois bem, daí eu me tornei a reclamona.

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Ontem foi um daqueles dias difíceis. Maria queria colo o tempo inteiro, é claro, ainda um pouco doente. Elas mexendo em tudo, ignorando os meus nãos, dormiram pouco, as duas brigando por quem iria mexer na mangueira. E, sim, as meninas que comem super bem e de tudo, me fizeram perder a paciência no almoço com constantes choros de sono e bagunça. Até que a Maria para e vomita todo o salmão com abóbora no meu colo. Pequeno caos nosso de alguns dias. Não tão perfeito assim, de fato.

Eu tenho uma conhecida que adorava falar sobre a vida perfeita de mãe dela e como o filho era maravilhoso e não dava trabalho, menino bonzinho mesmo, não parecia dar problema. Era tudo sempre tão bem, que eu no auge da loucura com duas meninas com poucos meses, me perguntava, como pode? Como ela consegue ser tão segura assim? Não tem problema? Eu também via outros blogs e pensava "nossa, mas ela consegue amamentar tão maravilhosamente e os filhos dela são tão politicamente corretos, por que eu não consigo?". Até que um dia aquela conhecida me mostrou que nem tudo eram flores depois que vi ela passar por uma crise, e conheci outras blogueiras que passavam exatamente pelo que eu passava e vi que a tal da perfeição não existia.

A verdade é que todas nós passamos por momentos difíceis, todos os dias. Às vezes, os dias são mais bonitos e em outros mais cinzas. Há dias que a gente se tranca no banheiro e chora um pouquinho, perde a paciência, desanima, se sente a pior mãe do mundo. E quem não sente isso só pode estar passando por um problema grave ou estar muito distante da maternidade. E, é por causa desse caos que bate na porta de vez em quando, a gente reclama. Às vezes, para desabafar, mas quase sempre para não se sentir sozinha. E, sim, todo mundo sabe, que os dias tranquilos vem muito bem. E a gente sente a felicidade no peito, o amor infinito e, quase sempre, chora um pouquinho também.



segunda-feira, 16 de setembro de 2013

Receitinha - Frango com Molho Branco "Te enganei"

Eu lembro que quando eu era pequena até minha época de adolescente, eu sempre ouvia minha mãe perguntando pra si mesma, na esperança de que alguém mais respondesse: "o que eu vou fazer de almoço, hein?". Na verdade, eu ainda escuto ela dizer isso. Depois que eu me tornei dona de casa, passei a fazer a mesma pergunta, todos os dias. Sempre pensando o que fazer pro almoço, abro o freezer pra ver a carne, depois abro a geladeira. Em alguns dias iluminados, já está tudo na minha cabeça, em outros, vira dilema. Estou sempre tentando fazer alguma coisa diferente, inventar, mas, convenhamos, é difícil. Agora, ainda preciso pensar em alguma coisa que não tenha leite e que, obviamente, seja saudável pra mim e pras meninas, e bom pro marido levar de marmita. Não é fácil não. Mas, outro dia, tive uma inspiração e inventei uma receita maravilhosa, milk free e super fácil de fazer, bate no liquidificar dor, usa/suja uma travessa só, daquelas dignas de postar no "Receitinha", então ,anotem aí, queridas donas de casa modernas:

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Frango com Molho Branco "Te Enganei"

- 1 pacote de filezinho de frango (tem 1 kg, mas achei que foi muito e sobrou no fim e repeti o almoço no dia seguinte, abafa!)
- temperos que você tiver no armário
- 2 copos de leite de arroz
- 1/2 xícara de farinha de trigo
- 1 xícara e meia de mandioca cozida (que estava congelada, um super achado no freezer da minha sogra)

O segredo dessa receita está no tempero do frango. Coloque o frango cru em uma assadeira untada com um pouco de azeite e tempere com o que você tiver no armário, alho, páprica doce, shoyo, pimenta branca, laranja, limão etc. Eu temperei com chimichurri (mistura de temperos secos que dá pra comprar pronta no mercado), sal, um pouco de shoyo e vinagre balsâmico. Reserve.

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Bata no liquidificador o leite de arroz (eu compro de caixinha no mercado, uma marca italiana muito boa), a farinha e a mandioca (devidamente descongelada no microondas) e uma pitada de sal.

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Jogue a mistura em cima do frango e salpique um pouco de farinha de rosca, se você quiser.

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Coloque no forno médio e pode ir brincar com as crianças. Quarenta minutos depois está pronto! Fica uma delícia! É só servir com arroz e uma saladinha que o almoço é sucesso.

sexta-feira, 13 de setembro de 2013

Momento para pausa - criança doente

Sabe aquela coisa que a sua avó dizia "que com criança as coisas mudam muito rápido" e você custava acreditar? Então, acontece que é verdade.

Acordei ontem desanimada, cansada, com vontade de ir pra minha casa, que nunca fica pronta, e tudo só piorou quando vi que a Maria estava começando a ficar gripada, com nariz escorrendo e um pouco de febre. Há uns dois dias, ela não dormia direito, primeiro achamos que era dente, depois só uma fase mesmo, mas era isso, gripe. Ela acordou 6h30, dei a vitamina, remédio e as duas voltaram a dormir de novo, depois acordaram. Nesse meio tempo, pra completar, eu tive um enjoo forte e vomitei todo o meu café da manhã, pensei que talvez fosse emocional, estresse puro, vontade de colocar algumas coisas para fora, já que eu não tinha isso há um bom tempo.

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Depois seguimos com a nossa manhã, resolvi passear com elas de carrinho até o mercado, comprei suco e água de coco, brincamos um pouco lá fora, almoço foi meio caótico, banho e soneca. Elas dormiram bastante e eu consegui descansar, mas quando acordaram levei um susto. Maria mal conseguia abrir o olho e estava pelando de febre. Nem consegui medir direito, mas deu mais de 39°. Olhei pra Bella e falei: "você vai ter que ajudar a mamãe a cuidar da Maria, ok?" E tive a ilusão de que ela entendeu. Tirei ela do berço e levei a Maria pro banheiro para molhar o rosto e limpar o nariz que estava escorrendo. Fui na cozinha e dei água de coco pras duas, elas tomaram dois copos!

Deixei a Maria no chão um pouco e ela começou a tremer. Peguei no colo e nada de parar de tremer, entrei em um mini desespero e liguei pro Marco já chorando. "Vamos ter que levar na emergência agora!". Ele meio descrédulo (homens!), mas disse que vinha pra casa e corri com ela pro chuveiro. Bella veio atrás e foi a primeira a entrar no banho. Se divertiu horrores enquanto a irmã chorava e eu junto! Depois, enrolei ela na toalha e coloquei em cima da cama da minha sogra. E ela ficou lá quietinha, tremendo, vi que era frio e cobri. Na minha cabeça, pensei, se ela tiver convulsão o que eu faço mesmo? Liguei pro Marco de novo pra garantir o procedimento (que tem explicadinho aqui). Peguei a Bella e deitei ela do lado da irmã (foto acima). Corri pra cozinha e bati uma vitamina pras duas, acho que fiz em um minuto. Depois elas ficaram ali deitadinhas. Bella fez carinho na irmã e chamou ela de neném. A tremedeira foi passando e eu ficando mais tranquila. Meu pai me ligou no meio de tudo e eu comecei a chorar compulsivamente no telefone, deixando ele super preocupado, mas depois disse: "tá tudo bem agora, pai, desabafei".

Fomos pra emergência, sintomas: nariz escorrendo com meleca verde, olhinhos inchados com remela verde, chiado no peito e febre. Fizemos o raio-x e ela quietinha no meu colo o tempo inteiro, enquanto Marco passeava com a Bella. Diagnóstico: o médico olha pro exame e diz: "Ela tem bactérias no pulmão". E eu, a louca: "bactérias, doutor? Eu nunca ouvi falar disso". E ele me olha com a cara mais estranha do mundo. "Ah, tá é pneumonia! Abafa, doutor, não estou pensando direito". Socorro. Sim, pneumonia bacteriana da noite pro dia. Me deu uma dó da minha menina, como eu imagino que todas as mães sentem quando os filhos estão doentes. Primeira vez que ela teve febre alta ou qualquer doença qualquer, eu sei que eu sou sortuda, mas ainda sim sofrendo, aqueles olhinhos vermelhos e pequenos, me matam. Por isso, momento para pausa e cuidar da cria. E torcer, como todos as mães de gêmeos que passam por isso, para que a Bella não pegue também. E, sim, as coisas com criança mudam muito rápido, melhor sempre é levar logo pro médico. Conselho de avó também.

quarta-feira, 11 de setembro de 2013

Maria e Isabella - 20 meses

V-I-N-T-E meses, dá pra acreditar? Isso quer dizer que, em quatro meses, Maria e Bella estarão completando dois anos de vida. Acho que essa é uma das minhas fases favoritas até o momento, ainda que eu tenha tido em de todas as anteriores. Mas, sério, minha gente, que idade boa! Também não sei se são os hormônios, mas olho  pras duas e meus olhos se enchem de lágrimas quase sempre. Eu sinto a felicidade de perto, o sentido da vida, ali na minha frente. É um momento bom, tranquilo e eu tenho sorte de passar por ele gestando outro bebê dentro de mim.

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Maria e Isabella

Com 1 ano e 8 meses, Maria e Isabella viraram duas papagaias. Se antes eu tinha duas bebês andantes e super ativas, agora eu tenho duas bebês andantes, ativas e falantes. Começaram a repetir tudo o que a gente fala, tudo mesmo. Contam "2,3,4,7 e 10", já conjugaram o verbo abrir falando "abre", quando o objeto estava fechado, e "abriu", depois de aberto, e formam frases do tipo: "tá quente", "colo, mamãe" e "me dá". Gênios. Quem precisa de escola? huahuahuahua Mais do isso tudo, o principal é o fator comunicação. Elas me entendem muito mais, se expressam. E, por mais incrível que possa parecer, acho que por isso as birras diminuíram também, ou a gente que está sabendo lidar melhor com elas, não sei. O fato é que puxões de cabelo, choro compulsivo e as jogadas de corpo no chão são casos isolados que dá pra contar nos dedos. O que é um alívio, por isso, aproveitemos a fase, people! Porque se a gente aprendeu alguma coisa até aqui é: tudo pode mudar o mês que vem.

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Nós quatro! Acho que vai demorar para eu conseguir carregar as duas ao mesmo tempo de novo.

IMG_6430 As meninas do papai
Também é muito nítido agora a personalidade de cada uma, como elas são diferentes como gêmeas idênticas! Como pode? Maria é aventureira, não tem medo de nada, se joga nas situações, ama água e cachorro, enquanto a irmã observa de longe e, às vezes, chora. Bella é a "coqueta", acho a melhor palavra pra defini-la é essa, que em espanhol significa algo como "paqueradora" mas não é bem isso. Ela adora dançar, é mais sociável e faz as melhores carinhas de sorriso para quem quiser brincar com ela. As duas são super carinhosas, unidas e bem-humoradas, tempo ruim com elas só quando há fome e sono envolvidos. No mais continuam comendo de tudo e super bem, ligadas na rotina já apresentando alguns sinais de mudança com pré-desfralde. Semana que vem devemos passá-las pra caminha. Que venham as outras fases!

IMG_6432 Essa foto diz bem sobre a personalidade de cada uma.

IMG_6465 Maria brincando com o cachorro do vizinho da minha sogra

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E vamos em frente! Tenho ficado tão feliz com comentários aqui e emails que recebo que resolvi fazer um sorteio de uma bandeirinha da Loja da Família Moderna no instagram. Para saber mais segue a gente no @familiamoderna.

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terça-feira, 10 de setembro de 2013

Grávida e charlatona

É uma tarde de sexta-feira, saio do consultório do obstetra rumo ao estacionamento e me sinto estranha. Nada físico, acabo de escutar o coração do bebê e tudo bem. Mas me sinto esquisita, como se estivesse enganando alguém, um sentimento que tem me perseguido nas últimas semanas, me sinto uma grávida charlatona. Eu não sinto conexão nenhuma com esse médico e nem faço questão de ter, ele não vai fazer meu parto, eu provavelmente não vou ter o bebê neste hospital, e ele nem sabe quem eu sou, a não ser por uma ficha que o lembra sempre que esta é minha segunda gravidez, ainda que ele tenha me perguntado novamente na segunda consulta.

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Ele é meu plano B, na verdade, meu plano C, e por isso me sinto tão charlatona quando vou nas consultas, não existe conexão. Explico: estou indo em um médico do plano nesses primeiros meses porque a grana está curta, e depois vou em um médico humanizado, pago com muito orgulho, que deve me acompanhar até o final. Minha ideia era ir mais pro fim do ano, mas acho que vou adiantar um pouco, justamente porque estou sentindo essa falta de vínculo. E consulta pelo plano, me desculpem, mas é triste. Dura 10 minutos, o médico sequer mede sua pressão (quem faz isso é uma enfermeira), anota exames, passa exames, alguma dúvida, e acabou. Não consigo processar essa burocracia.

Me sinto charlatona porque também decidi me manter neutra quando o assunto é parto, na medida do possível. Às vezes converso com outras futuras mães, muitas leitoras do blog, e já começo com aquele discurso de parto humanizado, qual médico escolher, etc. E vejo que cada um escolhe seu caminho, independente do que eu fale. Tem gente que me conta cada coisa que o médico fala, obstetra que chega cheio de banca "eu não faço isso, mas faço isso", "não vamos fazer nada que coloque o bebê em sofrimento", umas coisas que eu paro e penso: "pra que?", "pra que ficar lutando com um médico para ter um parto digno e que você merece?". Estou tão imersa nesse universo, estudando, conhecendo, que outro dia sonhei que era assistente da Ivete Sangalo, que estava grávida de novo, e eu ficava falando pra ela "você tem que contratar uma doula"!. Pode? Então, parei. Parei de me meter, se alguém quer conversar e pedir minha opinião, eu fico super feliz em dividir, mas de resto fico na minha, o que me faz sentir um pouco enganadora também.

Como uma boa grávida também adotei o modo "fala que eu te escuto", ouço um milhão de sugestões, críticas, palpite, desde "você tem que colocar as meninas na escola", até "tomara que seja um menino porque menina não vale, né?". E eu aprendi a só escutar, no melhor zen "abstrai, transcende". Me sinto charlatona por não saber o sexo do bebê até o nascimento, e isso é uma coisa que tem mais me incomodado, porque as pessoas me perturbam muito com isso, e depois vou ter que enganar estranhos na rua dizendo "é menino" ou "é menina", para não ter que explicar tudo e ouvir "você é louca", pela centésima vez.  Me sinto charlatona por não falar o que eu penso, mas é por uma boa causa. Me sinto charlatona por ir contra a maré em quase tudo, ter três filhos, ficar em casa para cuidar deles, por escolher se mãe e só isso. Mas se for pra ser charlatona assim, que venham os próximos tropeços.

terça-feira, 3 de setembro de 2013

Quero colo

Estamos em umas semanas loucas por aqui, não bastasse, grávida com duas meninas de 1 ano e 7 meses para cuidar, mas, como já disse no último post, saímos de casa porque estão fazendo uma reforma no prédio e fomos ficar na casa da minha sogra, que está viajando. Já fui pra lá e a Bella estava com uma febre baixa constante, que só passou depois de cinco dias. Durante esse tempo, ela ficou mais manhosa, queria colo e tudo bem. No dia seguinte, quando a febre passou e chegou o fim de semana, ela queria colo o tempo INTEIRO. Chorava, se jogava no chão, levantava os bracinhos, aprendeu a falar "colo". E eu e o Marco com mil coisas para fazer, tentávamos explicar que não dava pra ter colo aquela hora, pegava um pouquinho, conversava, depois chão de novo, e ela chorava, ficamos no embate quase que uma manhã inteira. O que fazer quando a criança só que colo?

Então, encontrei a resposta mais simples e direta: dá! Eu comecei a pensar no absurdo que era recusar aquele carinho, a cabecinha no meu ombro porque eu tinha mil coisas para fazer ou porque eu não queria dar atenção pra ela e deixar a Maria de lado. Eu percebi que a melhor coisa que eu poderia fazer era dar meu colo pra ela. Mesmo que canse, e quando cansa, eu sento com ela no meu colo, e fica tudo bem. Porque talvez ele, o colo, seja mais escasso daqui pra frente mesmo, porque ela vai crescer, porque ele vem com um carinho no meu rosto, pequenos bracinhos no meu pescoços ou uma mãozinha que insiste em passar pelo meu braço, porque ela quer meu aconchego e isso deveria bastar.

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As meninas nunca foram muito de colo. Como eu me acostumei a dividir entre as duas sozinhas, o jeito era me virar como podia, por isso ficaram muito no carrinho, no chão, soltas. Depois, com um ano elas não queriam mais dividir meu colo, queriam exclusividade. Agora, há uns dois dias eu me libertei dessa coisa de "dar mais atenção para uma do que pra outra" porque sei que vou ter minha oportunidade com a Maria e foi justamente o que aconteceu hoje. Agora, ela pede colo também. As duas. E eu dou, me viro como posso. Divido com o Marco quando ele chega em casa e agora vim pra casa da minha mãe e ela também ajuda. Hoje, por uns minutinhos, as duas vieram para o meu colo, enquanto eu estava sentada no sofá e me abraçaram apertado. Tudo o que eu fiz foi agradecer, com os olhos cheios de lágrimas, um dos melhores dilemas que a maternidade me deu.

segunda-feira, 2 de setembro de 2013

M& M - Momentos Modernos

Para quem não conhece, nossa sessão M&M é reservada para um post que conta de tudo um pouco o que está acontecendo na vida moderna, especialmente, quando eu estou sem tempo de escrever um post completo! Hahaha. Então, vamos lá.

Sem título Bella e Maria: amigas para sempre

- As meninas estão numa fase maravilhosa, ainda que cheia de desafios, mas acho que é a minha favorita até agora (disse isso de todas as outras, mas abafa!). Meu coração transborda quando eu vejo a Bella gritando "Maía, Maía, Maía" pela casa atrás da irmã, ou quando a Maria pega um pedaço de pão pra ela e dá outro pra Bella. Amor dobrado tá vindo com força.

- Outro dia aconteceu o clichê dos gêmeos idênticos que eu tanto esperava: levo a Bella no banheiro para lavar o rosto, ela olha pro espelho e grita: "Maía"! Pode?

- Desde semana passada estamos acampados na casa da minha sogra porque estão fazendo uma reforma no meu prédio e trocando os canos dos banheiros do nosso apartamento.

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Brincadeira de pijama

- Casa é maravilhoso, as meninas acordam e já vão brincar lá fora, correm bastante, mas, gente, como estou cansada! Mexem no mato, comem fruta do pé, brincam com água, mas parece que corro o dia todo atrás delas. Saudades do meu canto, minhas coisas. Sem contar que elas não dormem direito durante o dia há cinco dias, a soneca dura até 1 hora, o que não sobra tempo de fazer nada, a não ser almoçar com calma, arrumar alguma coisa da casa e descansar um pouco. Lembro que eu estou grávida justamente quando me bate o cansaço e a dor nas costas. Jesus!

- Chegamos nas 13 semanas e a barriga cresce. Estou bem tranquila, só bem mais cansada, mas talvez seja o fator casa. Poucos enjoos, mais energia e vontade de ver logo a barriga apontando. Mas, o lema central dessa gravidez é: tranquilidade.

Sem título
Barriguinha

- No meio dessa confusão toda, estou tentando me organizar e reestruturando a Loja da Família Moderna. Resolvi mudar de plataforma e agora estou na Iluria, e, finalmente, um novo estoque de mantas chegou! Estou pensando em novos produtos, tentando me organizar antes do bebê nascer e vendo uma forma de otimizar as minhas criações, não quero fazer nada do que já está sendo feito por aí, mas ao mesmo tempo tenho que fazer meu trabalho e dividir com meus afazeres de mãe e dona de casa (esse sim, um grande dilema da vida moderna), mas sei que vai dar tudo certo!. Enquanto isso: confiram as mantas e até o fim da semana: mais produtos novinhos para famílias modernas de todo mundo! Se joga, people!

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Estampa de chevron nova com laranja, vermelho, cinza e azul

Aí vai o novo endereço: http://familiamoderna.iluria.com/