sexta-feira, 21 de fevereiro de 2014

A espera de um bebê

Eu já escrevi isso aqui no blog, mas preciso ser repetitiva: essa gravidez tem sido transformadora pra mim. Assim como o nascimento das meninas, mas no caso delas de uma forma muito menos consciente, esta foi uma oportunidade de superar medos, rever conceitos, superar e me descobrir de novo. Nem acabou ainda e já sinto falta, mas tenho certeza que o bebê vai continuar me ensinando muito, assim como as irmãs. Pois bem, chegaram as últimas semanas da gravidez e com ela veio a ansiedade. O desejo de ver o bebê bateu forte, claro, é quase fisiológico e completamente normal sentir isso. Mas como lidar com isso? Na minha primeira gravidez não senti isso porque as meninas nasceram com 34 semanas, então foi algo totalmente novo.


Isso xadrex é minha barriga ;)

No começo da semana, eu comecei a sentir contrações ritmadas, 10 em 10 minutos.  Pensei: "eba, será que o bebê já vem?". Mas sabia que provavelmente eram os tais dos pródomos. Mandei mensagem pro médico, doula, avisei marido e ainda liguei pro meu pai pra ele comprar uma última coisa da lista que estavam faltando. Meninas estavam dormindo, então, fui arrumar as gavetas da cômoda do bebê para não ficar pensando no assunto. Depois elas acordaram, recebemos uma visita e no fim da tarde as contrações já tinham passado. Ahhhhhhh. Mas o ciclo da ansiedade já tinha se instalado. Família ficou em polvorosa e eu e o Marco ficamos com aquele pensamento: será que é amanhã? Podia, mas também pode ser na semana que vem ou na outra ainda. Não há controle,  minha gente! Mas não interessa, a ansiedade bateu forte e tinha vindo pra ficar.

Então, teve que rolar um processo. Não queria fazer mais nada, manter compromissos, fazer coisas, só esperar o bebê. e isso não estava dando certo Conversei com a minha doula e com o Marco e, comecei a ver as coisas de modo diferente. A primeira coisa foi perceber que são raríssimos os casos em que o bebê nasce com menos de 40 semanas (leia-se: de parto normal). Me apeguei, de novo, ao lema "vivendo um dia de cada vez", fui fazer uma sessão de acupuntura para melhorar as dores no ciático e marcar um encontro com os amiguinhos das meninas. Coloquei na minha cabeça um novo prazo, perto da minha lua, e se não tiver chego até lá, crio um novo prazo. E, milagrosamente, parei de acordar e pensar: "será que vai ser hoje?". Fui fazendo essas pequenas coisas e consegui me libertar. Pode parecer simples mas não é, pode parecer difícil, mas é totalmente possível. E lá fui eu aprendendo mais uma vez.

terça-feira, 18 de fevereiro de 2014

Bella e Maria, seus maravilhosos dois e a transformação em três

Estamos aqui em plena expectativa para uma grande mudança em nas nossas vidas e preciso dar uma pausa no movimento "vem, bebê número 3" para escrever um pouco sobre essa fase da Maria e da Bella. E que fase delícia! Enquanto eu escrevo este post, por exemplo, as duas estão aqui no sofá vendo o "tador" comigo e tentando colocar qualquer dedinho na tela e/ou teclado. Como eu consigo explicar pras duas que tudo o que eu quero é deixar registrado esses dias que estamos passando juntas, todas as palavras e frases formadas que às vezes até pra mim é difícil entender, como é bom ver as duas brincando juntas, as risadas, os repentinos "comentários" no meio das nossas conversas, interações que até pouco tempo não existiam. Ontem coloquei as duas para dormir a soneca da tarde, cada uma deitou na sua cama, eu sentada em uma cadeirinha no meio cantando o pai-nosso para as duas adormecerem e mais uma vez, disse "obrigada, obrigada, obrigada, mil vezes obrigada" e chorei um pouquinho de felicidade. 


É claro que dois anos, como toda fase, tem seus desafios, mas como é bom também esse interação e a descoberta de duas personalidades se formando e se expressando. Pois bem, antes do seu irmão ou irmã nascer, Maria e Bella, preciso dizer o quanto esses dois anos e um mês foram maravilhosos e surreais na minha vida. Aproveitamos muito e tudo, todos os dias juntas e que sorte a minha! Escrevo isso e as lágrimas não param de escorrer no meu rosto, porque realmente me sinto privilegiada e tão feliz de ter vocês. Bella e seu jeito carinhoso e delicadinho, como eu gosto quando você faz aquela carinha de pidona e diz "mãaaae". Maria super animada e com vontade de tudo, que agora só sabe falar em frases completas, que parecem sair com um esforço enorme da boca. Todos os carinhos, abraços, beijos e pedidos de colo.

Em breve teremos mais um bebê para participar dos nossos dias, do café da manhã, das brincadeiras, das idas ao parquinho e do nosso caos também. Não posso deixar de pensar que as coisas vão mudar e senti, nessas últimas semanas, que estávamos nos despedindo um pouco de uma fase e nos preparando para a próxima de uma forma leve e muitos bons momentos. Como uma boa grávida, uma série de sentimentos transbordam de mim, ansiedade, felicidade, medinho, tudo misturado. E sabe o que? Vou deixar eles chegarem e transbordar. Que venham as cenas do próximo capítulo. 

sexta-feira, 14 de fevereiro de 2014

Contagem Materna - 36 semanas e 5 dias

Não, não tive bebê ainda! Estamos aqui, minha gente, firmes e fortes! Como diz o marido, nunca estivemos tão perto de conhecer nosso bebê, mas não tão perto assim porque ainda podemos chegar até 42 semanas. Por isso, segura a ansiedade e a curiosidade. Entre as novidades: estamos, finalmente, preparando nosso ninho, não apenas emocionalmente como eu disse na última contagem materna, mas com coisas práticas tipo lavando roupinhas e arrumando finalmente o quarto. Aleluia! Confesso que tenho tido todos aqueles clichês de reta final de gravidez: fiquei bem ansiosa na semana passada, querendo que chegasse logo, mas consegui reverter  focando em outras coisas como na loja, por exemplo, e a vida me deu uma rasterinha boa que conto aí embaixo. Também tenho tido vontade de ficar quietinha, só em casa, nem vontade de escrever ou conversar, aquela coisa mesmo de preparar o ninho (olha ele aí de novo), vide a aparição mínima neste blog.




Pois bem, a minha ansiedade foi embora na semana passada porque a Maria pegou uma virose com febre e aftas na boca e foi um desafio pra gente. Acho que ela nunca tinha ficado tão mal por causa dessas coisas, foi muito chororô, o dia todo, nem me lembrava mais o que era isso. Depois ela teve uma crise alérgica que até hoje a gente não sabe o que foi, mas saímos pra passear debaixo do prédio e ela voltou toda vermelha e cheia de manchas na pele. A Bella teve febre por uns dois dias e depois passou. Ainda bem. Mas pensem no sufoco, bebê número três ficou de lado totalmente.

Agora, com as duas boas novamente, entramos no modo "ação". Estamos tentando organizar a casa e comprar as últimas coisas que faltam, porque a partir de sábado, tá valendo, né? Ainda que a gente saiba que não existe controle de nada, vide meninas doentes a essa altura do campeonato. E, sim, é ele ou ela é quem vai decidir a hora de nascer. Agora pelo menos posso ficar mais tranquila quando sentir minhas contrações de treinamento, sem ter que me preocupar em repousar tanto, ainda que eu mereça o descanso. Dá pra entender? É tipo isso, sem muito sentindo, assim é uma gravidez normal.

O fato é que estamos nos preparando, mas ao mesmo tempo nos deixando levar. Como eu também já disse antes, tenho aprendido muito sobre mim mesma nessa gestação, uma transformação constante. E a coisa de "não ter controle" bateu forte nesses últimos dias, por isso estou tentando viver um dia de cada vez. Sem ficar pensando no que vai ser ou como vai ser. É claro que eu tenho expectativas, penso no parto, no bebê, mas tenho aprendido a não deixar a ansiedade tomar conta sempre. Só de vez em quando. E assim a gente vai chegando lá.

Ah, sim! Só para deixar todo mundo mais curioso: já decidimos o nome, caso seja menina ou menino, mas obviamente só vamos revelar no dia, até por quê podemos mudar de ideia na hora. Veremos.

Para acompanhar mais a gente de perto já que o blog tá meio parado, corre lá no instagram @familiamoderna

sexta-feira, 7 de fevereiro de 2014

Chá de Bebê Star Wars - Uma festa faça você mesmo de novo

Fizemos um pequeno chá de fraldas há umas duas semanas atrás para aproveitar o aniversário do Marco. Já estava bem cansada no auge das minhas 33/34 semanas, mas respirei fundo e pensei: "vamos lá, último evento antes do bebê nascer, vai ser bom juntar alguns amigos e fazer aquela festa de quintal que a gente gosta". Então, tentamos manter as coisas simples e contamos de novo com a super ajuda dos meus pais. Fiz um mesa de comida, outra de doces, brinquedos para as crianças e foi super divertido. Ah, sim! Tinha que ter um tema e como foi a comemoração do marido também, como não escolher "Star Wars"? Darth Vader nosso amigo tinha que estar presente. No fim, não consegui tirar tantas fotos quanto eu gostaria, porque esqueci mesmo na hora da festa, mas aí vai um pouco do que a gente aprontou:

A atração da festa foi um cartaz que a gente bolou pedindo pros convidados votarem e tentarem adivinhar o sexo do bebê. É claro que o Luke ganhou disparado, né?


Votação nada acirrada


Mesa decorada com os doces. Na esquerda, bolinhos de beterraba para crianças e biscoitos amanteigados


Bobba Fett e Darth Vader cuidaram muito bem dos doces


Esse mural de papel crepom eu fiz inspirado nesse aqui e foi super fácil!

Nós cinco

Imprimimos uns cartazes com quadrinhos dos livros Darth Vader and Son e Vader´s Little Princess, favoritos aqui em casa

Balões grudados no teto para enfeitar. Minha ideia era encher o teto de balões, mas ventou muito no dia e não deu certo


Mais detalhes da mesa

Sanduíches, saladas e frutas picadas foi o que a gente serviu


Figo com presunto parma (um dos meus desejos de gravidez) e saladinha de tomate que sempre faz sucesso entre as crianças


Marco e Maria


Inseparáveis Maria e Benjoca


Batendo papo



Bella fazendo pose. Fiz esses bodieas pras duas de última hora e hoje em dia elas adoraram!


A cara da Bella com pânico da tocha do parabéns, confesso que eu fiquei com medo de pegar no papel crepom!

Festa agora só ano que vem, pleople!

terça-feira, 4 de fevereiro de 2014

Contrações de treinamento - o quê, onde, quando, como?

Outro dia postei no instagram (@familiamoderna) perguntando pra todo mundo quem gostava ou não gostava, sentia, sabia, ou queria saber sobre contrações de treinamento e recebi dezenas de respostas diferentes, obviamente. Tinha gente que gostava (como eu), outras que não gostavam e até aquelas que nunca tinham sentido. Eis que resolvi escrever um post sobre isso já que ficam dúvidas e questionamentos no ar quando o assunto são as contrações. Mas a única forma que eu posso comentar sobre isso é contar a minha experiência, afinal, não sou médica nem especialista, mas sou grávida e estou sentindo várias por dia. Também tenho estudo muito sobre o assunto, adorando descobrir e ver o meu corpo trabalhar para o parto. Então, vamos lá:

O quê - O útero contrai e a barriga fica dura. Pode acontecer em diferentes horas do dia e diversas formas. Pode ser quando a bexiga está cheia, você levanta ou muda de posição muito rápido, caminha, anda, respira, basicamente isso. E, sim, elas são normais e não precisam de remédio. Segundo Michel Odent, no livro Renascimento do Parto: "O útero é um músculo e não um receptáculo inerte. As contrações exercitam e fortalecem os músculos uterinos e podem propiciar o estímulo que o bebê necessita". Então, vamos ver pelo lado positivo: seu corpo está se preparando pro parto. Geralmente, essas contrações são espaçadas, ou seja, não são regulares (acontecem de 5 em 5 minutos, por exemplo), elas vão aparecendo ao longo do dia. E já no final da gravidez elas podem se tornar doloridas, seguidas de uma cólica muito parecida com a menstrual. Agora, se elas forem muito perto uma da outras, de 3 a 5 minutos, por exemplo, e mais doloridas, avise para seu médico e repouso!

Eu tive dois episódios de contrações mais fortes. A última na semana passada. As contrações não estavam regulares, mas vinham bem perto uma da outra e eram bem doloridas. Repouso e muita água na hora, fui examinada e nada de dilatação. Ufa. Confesso que fiquei com medo de um parto pré-maturo e por isso estou seguindo as recomendações médicas, mais repouso, menos afazeres doméstico (leia-se lavar várias pias de louça por dia e passar vassoura constantemente ou pegar as meninas no colo, o que me deixa de coração apertado, de fato). Dei uma parada e no mesmo dia melhorou. Ufa! Mas não estou tomando remédio algum, apenas descanso.


Pés pra cima e conhecimento: duas bases para uma gravidez tranquila

Onde - Obviamente, no útero, ué! Eu acho engraçado é que dá pra gente não só sentir o útero contraindo, mas se você sentir a sua barriga ficar dura e colocar as duas mãos (uma de cada lado) na parte baixa da barriga vai sentir o útero contraindo, literalmente fazendo força e é basicamente isso, minha gente. Sinta seu corpo, deixe a contração vir, tudo faz parte de uma ciência mágica e natural que vai te preparar para receber seu bebê, ponto final. Entre os especialistas humanizados, inclusive o Michel Odent, muito se discute sobre como os médicos hoje em dia dão remédios para "parar" essas contrações que fazem parte do processo e servem para ajudar você a dar a luz ao seu bebê, nada mais que isso.

Quando - As mulheres começam a sentir essas contrações de treinamento a partir das 20 semanas de gestação. Muitas sentem apenas no final, outras sequer percebem que estão sentindo contrações.A partir das 30 semanas eu comecei a sentir bastante e elas ficaram mais doloridas.

Como - É claro que se elas ficarem muito doloridas e perto uma da outra, é sinal de que você precisa de repouso, dar uma parada agora resquisitada pelo seu corpo. Mas pense como uma forma de escutar o corpo e deixar o bebê se preparar. Como saber se uma contração é verdadeira e outra de treinamento? Como dizem os médicos, "você vai saber", ou seja elas vão ser bem doloridas.

Além das contrações de treinamento, ainda exista mais um termo que serve como um aviso final para o trabalho de parto, os pródomos são contrações irregulares mais constantes que vem e vão e são o início do trabalho de parto, podem durar dias ou horas apenas.

Minha experiência 1 e 2  - Não é preciso ter medo das contrações, mas pensar justamente por esse lado positivo, é seu corpo em treinamento. Acho que tudo depende da confiança da mãe, a informação que você tem e, claro, da equipe que te acompanha no pré-natal. Outro dia eu estava na fila dos Correios e uma outra gestante que estava do meu lado começou a contar pra todo mundo da fila que tinha sentindo contrações e estava tomando remédios para parar "Um horror, se eu sentir qualquer outra, meu médico disse que eu tenho que ir correndo pro hospital". Eu não disse nada, apenas consenti, mas fiquei pensando que pena que o médico dela não explicou a situação e trata um fenômeno natural como preocupante. Não sei da situação real dela, mas vejo isso acontecendo com muita gente. Médicos que tratam a gravidez como uma doença e não como algo real. Eu digo isso porque na gravidez das meninas senti contrações, o que eu descrevia pra minha médica como "barriga dura" e ela sequer me explicava o que era aquilo, só que era preocupante, "Corre pro consultório agora", me enchia de remédios e nóias na cabeça de uma mãe de primeira viagem, tive até uma internação, que olhando pra atrás acho que foi totalmente desnecessária. É claro que eram duas, mas acho que poderia ser tratado de outra forma. Como eu disse, eu agora tive dois episódios de contrações fortes, muito mais do que na época das meninas, e tratei de forma completamente diferente e fui tratada por quem me atende também. Informem-se porque a melhor coisa de ser uma família moderna nos tempos modernos é ter acesso ao conhecimento e poder fazer escolhas conscientes.

E vocês? Já sentiram as contrações de treinamento? Gostam ou não gostam? Nunca sentiram. Compartilhem também.