quarta-feira, 28 de outubro de 2015

Para descomplicar a maternagem: doulemos

Eu sempre questionei sobre o meu papel como gente neste mundo. O que eu vim fazer aqui? De onde viemos? Para onde vamos? Esse tipo de coisa. Aí eu me tornei mãe e tudo começou a fazer mais sentindo. Então, descobri que ter filhos é uma oportunidade para se descobrir e se encontrar. Foi-se embora tudo o que não importava, ficou o que fazia diferença. Me joguei na maternidade de cabeça e resolvi viver tudo intensamente, ainda vivo. Me encontrei de novo escrevendo e sobre o que eu mais gostava. Me descobri nas conversas com outras mães, na busca por um parto justo, nas dores e delicias do puerpério. Nesse meio do caminho fiz uma loja, vendi bolos, mas ainda não era o que eu queria. Depois de muuuuita análise, vi que estava já estava no caminho certo, mas queria ir além dos cantos da minha casa, do espaço virtual e ajudar outras mulheres que passam o mesmo que eu. Decidi então, me tornar doula e viver no sentido dessa palavra: aquela que serve, ajuda, cuida, apoia no momento mais delicado da vida da mulher, a gestação, o parto e o pós parto.Queria um trabalho que fizesse a diferença na vida de alguém e esse é meu objetivo a partir de agora.

Eu e minhas mestres no caminho maternal










Então, para descomplicar a maternagem e ajudar outras mulheres neste caminho vou trabalhar como doula na gestação, parto e pós-parto. Além da minha experiência como mãe de três, passei por um curso de formação de doula e educadora perinatal, já estou fazendo atendimento e me imergi neste universo nos últimos meses. Minha ideia é fazer um serviço diferente e mais profundo ao guiar uma mulher por essas fases, em especial no pós-parto. Vamos comigo?




Como funciona?
São acompanhamentos durante a gestação, no parto ou no puerpério, através de atendimentos e consultorias. Os atendimentos têm, em média, duas horas de duração, podem ser presenciais para quem vive em terras brasilienses e virtuais pelo mundo afora. A pessoa pode escolher o apoio durante as três fases, ou apenas uma. 

Meu objetivo é trabalhar as emoções, assim como as mudanças que chegam com a maternidade até em assuntos mais práticos como enxoval ou amamentação, também. Para abraços, apoio, empoderamento ou um chá com bolo numa tarde de conversa ou esclarecimentos, vamos caminhar juntas nessa jornada tão linda, transformadora e desafiadora que é ser mãe.


Para saber mais informações sobre as consultas e pacotes mande um e-mail para  tatisabadini@gmail.com Quem tiver dúvidas ou sugestões também são bem-vindas. 
Que comece a jornada!

Em breve, devo promover rodas de conversas, então aguardem :)

Foto: Panoptes Fotografia 

terça-feira, 27 de outubro de 2015

Por uma nova cultura de amamentação

Há algumas semanas milhares de pessoas compartilharam a foto da apresentadora Fernanda Gentil com um depoimento sobre a amamentação e como não foi possível pra ela. Quando eu li o texto senti muito pela Fernanda e por todas as mulheres que iriam se identificar com aquela foto, senti mais por saber o que causava essa frustração nela, um problema que eu mesma passei na minha primeira gravidez: falta de informação e apoio. Muitas mulheres não conseguem amamentar e não é porque o leite secou ou pelo bico invertido, por exemplo, é porque não temos uma cultura de amamentação que incentiva e nutre a mulher com os dados certos. Desde de casa até os próprios profissionais dentro da maternidade. Amamentar não é fácil, automático ou instintivo, e por isso passamos por um processo para conseguir alimentar nossos filhos de forma natural. Estou cansada de ver mulheres frustadas com isso, carregadas de culpa, sem poder ter a experiência transformadora que é amamentar.


No mês passado participei de um projeto de um casal muito querido e amigo, o Sávio e a Irmina, pais de dois, e criadores do Panoptes Fotografia Criativa, que queria justamente quebrar preconceitos e incentivar a cultura da amamentação. Eles fotografaram uma série de mulheres amamentando em espaços públicos para mostrar que podemos estar inseridas em qualquer cenário e não precisamos ter vergonha de dar o peito. Eu tinha escrito um depoimento para eles sobre a minha história com a amamentação e senti que precisava compartilhar aqui também

“Minha primeira experiência com a amamentação foi dolorida, não foi como eu imaginava ou queria. E acho que alguns dos “pré-conceitos” que eu tinha sobre amamentar não ajudaram em nada. Achava que dar de mamar era instintivo, mas tive pouquíssimo contato com quem amamentasse. Na minha cabeça todo bebê mamava mamadeira, mesmo que ele mamasse no peito, foi assim comigo, com meus primos, meus vizinhos, meus amigos, porque não seria com meus filhos? Também fui uma dessas pessoas, antes de ter filho, que olhavam torto para uma mulher que tira o peito pra fora e amamenta o filho em qualquer lugar. Amamentar até os dois anos? Coisa de gente louca, só podia. Enfim, sabia que amamentar era algo natural, mas acho que pra mim nem tanto, né? Quando eu dava de mamar para as meninas e elas soltavam o bico eu ia logo cobrindo peito, tentava não mostrar, ficava inibida. Talvez pelos comentários que eu ouvia dentro da minha própria família que a mãe que amamentava “não precisava ficar com peito pra fora”. Foi só lendo muito, minada de informações que eu fui conhecendo o poder do leite materno e os benefícios que ele traz não só para o bebê como pra mãe. E com a segunda gravidez/terceiro filho me senti segura e com a liberdade, porque essa é a palavra certa neste caso, de amamentar meu filho, quando quisesse e aonde quisesse. Me libertei dos meus medos e de todos esses conceitos e foi um processo para chegar até aqui. Por isso vejo como é importante quebrar essas imposições que foram impostas nas mulheres, especialmente na geração das nossas mães. Amamentem com orgulho, seus filhos não estão sendo beneficiados só com nutrientes, mas estão inseridos dentro do que é natural e real”.















A melhor forma de se preparar para a amamentação é com informação. Essas questões abaixo NÃO impedem uma mãe de dar o peito para seu bebê, procure ajuda segura e confie em você:






Para continuar com o projeto e levar aos quatro ventos, eles criaram o instagram @mamaco_no_espaco para não apenas divulgarem as fotos, como manter a janela aberta para o movimento. Para saber como participar das próximas intervenções e conhecer mais o projeto é só seguir os passos dos fotógrafos por lá. 



- Mamilo invertido/plano/pequeno amamenta com pega correta e orientação de profissional atualizado
- Prótese de silicone = amamenta normalmente
- Redução de mama = amamenta na maioria dos casos com acompanhamento profissional atualizado
- Sentir dor = só dói se a pega estiver incorreta ou o bebê tiver alguma dificuldade fonoaudiológica, nestes casos correção de pega e posicionamento, atendimento fonoaudiológico = amamenta
-  Leite não desceu = o leite sempre desce com estímulo de sucção do bebê, em algumas mulheres pode demorar até 5 dias, é normal e o bebê tem reservas durante este tempo e sim, quando eles choram nem sempre é fome, bebê chora.
- Leite secou de uma dia para o outro = leite não seca de um dia para o outro, leite só seca sem estímulo nenhum e demora 40 dias ou mais.

Fonte: Mama Neném