No ano passado, surgiu uma oportunidade pro marido ir pra Campo Grande, no Mato Grosso do Sul, e eu disse: "não, claro que não, por que a gente sairia de Brasília? Eu amo morar aqui". Nunca diga nunca pra mim é a coisa mais certa nessa vida e, depois de um ano difícil financeiramente pra gente e com uma proposta boa de emprego pra ele lá, fomos nós dizer "sim". Eu, como filha de militar, que durante a infância e adolescência toda mudei de cidade a cada dois anos, achei que seria fácil. Talvez pro Marco, que nunca saiu de Brasília e pras crianças, mas pra mim sem dramas, certo? Errado. hahahaha A pessoa acha que é mãe, faz curso de doula, faz aromaterapia, terapia, biomagnetismo, descoberta do feminino e rá: não sabe de nada, na verdade.
A despedida foi bem doída, mas alguma coisa em mim disse que tinha que ser assim. Não adiantava fugir e ficar em casa. Tinha que aproveitar tudo e todos (uma coisa que esses anos de mudança de cidade me ensinaram). A despedida precisa ser vivida. E pelas crianças também. O mais difícil pra gente seria dizer adeus pra escola. O lugar que a gente mais gostava, onde estavam os nossos amigos, a comunidade que a gente criou no últimos três anos com tanto afeto e batalhas. Então passamos a última semana celebrando com atividades nas salas, brincadeira favorita das crianças, lembranças e tudo mais. No último dia, no lugar de tristeza e choro (esse era só meu) Maria, Isabella e Francisco estavam felizes. Empolgadíssimos porque era dia de festa! Fizemos uma tarde com atividades pras crianças e lanche. Depois de noite, continuamos a festa com os adultos junto.
A experiência me ensinou que mudar também é se encontrar. E não apenas novos amigos, nova cidade, novos lugares, mas encontrar o outro que fica, a cidade que a gente deixa e o lugar que será sempre nosso. Quebrar o ciclo também é uma forma de saber quem importa e quem vai ficar sempre. Por isso, foi lindo poder fazer essa despedida com a certeza de um até logo.
Sair da zona de conforto, que coisa é essa, gente? É viver, não é não? Mas que é desafiador,isso é. Mais difícil ainda é dar suporte pras crianças nesse processo. Depois dessa despedida, que pra eles pareceu uma celebração, eu achei que a chegada em Campo Grande seria tranquila. "Rá" de novo pra mim. Eles sentiram, claro. Eu também. Mas essa é uma história para um outro capítulo deste blog que será reativado.
Para um pouco das nossas aventura já na cidade morena, enquanto o texto não vem, é só seguir lá no instagram: @familiamoderna.
Essas fotos lindas foram feitas pelo um registro delicado da querida fotógrafa Camila Martins, que é mãe da Flor e tem uma sensibilidade especial para capturar pessoas e famílias. Ela foi lá de tarde para registrar o momento da despedida na escola e foi uma linda lembrança. Recomendo muito!