Quem acompanha o blog ou o @familiamoderna no instagram viu
que desde o ano passado eu tenho feito bolos. Muitos bolos. E disso nasceu a
Komboleria. Era pra ser uma coisa pequena. Depois que o Marco passou a
trabalhar seis horas nossa renda familiar caiu bastante e eu estava pensando em
um jeito de ajudar um pouco e ganhar um dinheiro a mais. Eu fazia bolo aqui em
casa quase toda a semana e ficava inventando receita com o legume ou fruta, que
tinha na geladeira. E o melhor: as pessoas gostavam! Então, pensei: “hum, em
Brasília não tem uma opção de lugar para comprar um bolo diferente e saudável,
que não fosse carregado de açúcar e manteiga”. Pronto, vou fazer bolo pra fora.
Coisa pequena, uma encomenda aqui e outra ali, quem sabe em uns dois anos não
virava um negócio.
Na mesma época, o meu irmão estava querendo mudar de rumos.
Ele tinha comprado uma Kombi e numa dessas conversas depois de um almoço em
família, nem me lembro mais quem disse: “a gente podia vender os bolos na kombi”.
Aí começamos a viajar num plano de negócio muito louco. Mas, como nada na minha
família fica apenas na ideia, a coisa começou a tomar forma de verdade. As
encomendas começaram a aumentar e em pouco tempo me vi colocando a minha
geladeira na sala para um forno industrial caber na minha cozinha. Desde do
começo, a minha ideia era fazer alguma coisa em casa, que eu pudesse ficar com
as crianças e sempre perto delas. No papel é lindo e ideal, na vida prática nem
tanto. A minha casa ficou um caos, as meninas sempre impacientes, eu só
amamentava o Francisco e já colocava ele no tapete pra brincar e ia fazer os
bolos. Por outro lado, o negócio estava crescendo e ficava cada vez mais
conhecido. Nesse processo todo, eu e meu irmão sofremos com o orçamento
restrito, com as incertezas de abrir o negócio. Passamos por altos e baixos
todos os dias, muita vontade de desistir várias vezes. Empreender não é fácil
mesmo.
Passei meses me questionando enquanto íamos trabalhando. Até
que chegou um ponto onde ou gente colocava pra frente ou desistia. Pensei muito
e cheguei à conclusão de que com três filhos não dava pra me entregar do jeito
que um novo negócio precisava. Não tinha sido essa a minha escolha quando tive
filhos e todo esse processo de "faz ou não faz" estava me deixando triste. Eu, confesso, me via atrasando o meu irmão e o desenvolvimento da Komboleria. E me vi
no dilema que muitas mães modernas passam, de trabalhar ou ficar em casa, terceirizar
ou não a criação do filho e se existia o ideal. Será que era isso que eu queria
mesmo? Afinal, o que eu queria fazer? Bem, descobri que para isso não há
solução pronta. E se cada pessoa segue seu destino e eu estava percebendo, mais
uma vez qual era o meu.
Até que no fim do ano passado, meu irmão resolveu ir além do
foodtruck e abrir um espaço gastronômico. E eu vi que não ia conseguir acompanhar, Agora, a família inteira, meu pai, minha mãe
e minha cunhada, estão super empenhados pra ver o negócio prosperar. Uma loja
para vender os bolos, mas também para servir de encontros criativos, por isso
no segundo andar vão acontecer vários cursos por lá. Eu percebi que não posso
participar ativamente do processo, mas vou continuar na consultoria de receitas
e na agenda dos cursos E vamos ver onde o vento nos leva.

Agora vem o convite. No sábado é a inauguração da loja, finalmente, e adoraria ver todo mundo lá! Vai ter muito bolo, foodtrucks, pula-pula pras
crianças e diversão para as famílias modernas. Nos vemos lá?
