segunda-feira, 17 de março de 2014

Relato de parto do Francisco

Foram 38 semanas de preparação para um parto em casa. Na verdade, muito antes do bebê número 3 existir, a gente começou a pesquisar sobre o assunto e marcou um encontro com uma parteira para tirar dúvidas e ter certeza da nossa decisão. Dois meses depois, veio o exame de positivo. Pois bem, estávamos grávidos e decididos.

Durante toda a gravidez eu fiz o acompanhamento com o médico obstetra (primeiro um do plano de saúde, e depois um humanizado) e com a parteira. Amava minhas consultas com ela, afinal, não falávamos só do meu estado geral de saúde, mas trabalhávamos medos, relações, entrega e tudo mais que poderia influenciar meu parto. Foi mesmo um processo transformador durante toda a gravidez. E o trabalho de parto, ah, esse me marcou profundamente e confesso que até hoje estou tentando entender tudo o que aconteceu e me sinto grata pelo Francisco e por ele ter me ensinado tanto.

Quando eu fiz 37 semanas a ansiedade chegou. Como eu estava tendo contrações de treinamento há meses, pensei: "esse bebê não vai demorar pra chegar". A cada dia eu pensava: "será que é hoje?". Bem. trabalhei essa ansiedade com a parteira, fui fazer acupuntura e veio uma certa calma. Não existia controle, o jeito era esperar.

Dia 25 de fevereiro, terça-feira

No dia anterior, vieram os pródomos. Contrações de 10 em 10 minutos a tarde toda, mas depois de umas três horas, passou. Amanheceu o dia, e umas seis e pouco da manhã, levanto para fazer xixi e penso: "nossa, dormi tão bem essa noite, zero contração. É, hoje é que não vai ser". Na noite anterior, antes de dormir, rezei um pouco e pedi pra Deus me mandar um sinal de que estava chegando a hora. Meu maior medo era não perceber que o bebê estava chegando, não aproveitar o trabalho de parto. Rá, rá, rá, Tatiana.
 
Uma hora depois, sete e meia da manhã, acordo com um líquido escorrendo entre as pernas. "Marco, acorda! Minha bolsa estorou!". "Tem certeza?". "Tenho", disse, já levantando e vendo o líquido escorrer pelo chão. "Liga pra Paloma, então". Fui pro banheiro com o celular na mão, sentei na privada para deixar o resto do líquido escorrer e liguei pra parteira. Sabia que aquilo não queria dizer nada, bolsa rota não quer dizer que o bebê fosse chegar sequer naquele dia. Mas eu fiquei empolgada e feliz. Muito feliz porque estava perto de conhecer meu bebê.

Avisei quem tinha que avisar, meus pais, a fotógrafa e uma amiga que poderia vir ficar com as meninas, caso fosse preciso. Fui fazendo as coisas do dia, separando o material do parto e resolvi fazer uma malinha pro bebê, mas não a minha porque eu tinha certeza que não seria necessário. Meus pais chegaram e entraram no modo "arrumação" aqui em casa. E eu ia andando e o líquido descendo, toda hora alguém vinha com um pano para limpar o chão. E nada de contração. Depois do almoço, a minha parteira veio fazer um exame e viu que eu estava com 1 cm de dilatação e me disse uma coisa que ficou na minha cabeça depois que eu contei pra ela a história do sinal que eu tinha pedido: "eu queria entender uma coisa, por quê a pressa?". Eu fiquei brava com ela naquela hora, poxa, como assim, por quê a pressa? Eu quero conhecer meu bebê, oras, não posso querer que ele ou ela venham? O fato é que estava acontecendo.

Ela sugeriu que eu fizesse mais uma sessão de acupuntura para ajudar acelerar o processo, não queria muito fazer porque queria que fosse uma coisa mais natural, mas no fim decidi que não custava nada tentar. E conversamos sobre a coisa do risco de infecção que a bolsa rota traz, alguns médicos esperam apenas 12 horas, já vi gente esperar 10 dias, eu e o Marco estávamos decididos a esperar 48 horas. Saí para caminhar com ele pra ver se ajudava, fomos até a igrejinha que fica aqui perto de casa e rezei por mim, pelas meninas, pelo bebê. Queria abraçar aquilo tudo o que estava acontecendo, todas as mudanças que estavam por vir e queria que meu bebê chegasse bem ao mundo.

No fim da tarde: sessão de acupuntura. Saí de lá já com contrações, mas nada ritmado. Cheguei em casa, demos jantar pras meninas, meus pais e meu irmão estavam aqui, mas tudo o que eu queria era ficar um pouco quieta e sozinha. Eles foram embora, as meninas dormiram e eu e o Marco resolvemos deitar umas dez da noite porque não sabíamos o que poderia acontecer e poderíamos precisar do descanso. Meia-noite e meia senti uma contração bem forte, tão forte que não consegui reagir. Não sei se porque eu estava dormindo ou deitada, mas doeu muito. Esperei virem as próximas pra começar a marcar e elas estavam bem ritmadas e doloridas. Liguei pra parteira e pra fotógrafa e pedi pras duas virem porque tinha chegado a hora.



Elas chegaram e eu parei de marcar as contrações. Elas vinham, eu sentia, e pronto. A noite foi virando madrugada enquanto eles montavam a piscina na sala, eu respirava e fazia minhas caras feias quando as contrações vinham, e as meninas dormiam no quarto. Vomitei algumas vezes também.



Quando começou a amanhecer, fizemos um toque: 4 cm de dilatação. A  Paloma sugeriu que eu tomasse um banho com o Marco para relaxar e pensar no que estava tardando o processo. E isso só desacelerou minhas contrações, que começaram a ficar irregulares de novo. Eu comecei a ficar ansiosa e frustrada, por que o trabalho de parto não avançava?




Dia 26 de fevereiro, quarta-feira

Amanheceu e eu liguei pros meus pais e pedi que eles buscassem as meninas. A ideia é que elas participassem do parto, mas na hora achei melhor elas ficarem brincando com os avós, não ia conseguir me concentrar com elas aqui.



A ordem dos acontecimentos fica um pouco embaçada na minha cabeça agora. Em algum momento, comecei a conversar com a Paloma sobre a perda do controle, desliguei o celular para não deixar a ansiedade da família inteira (que já sabia que eu estava em TP). saí para caminhar mais uma vez com o Marco, escutei música, fiz um relaxamento com ajuda da parteira e comecei a chamar pelo bebê.



Mais um toque 6/7 cm. Ufa. Finalmente, pude entrar na piscina. Assim que eu entrei, me bateu uma onda de alívio. Até que eu mesma percebi: para onde foram as contrações. Quinze minutos sem nada!


Então, bora sair da piscina. Na hora que eu ia levantar veio uma contração bem forte e eu senti o bebê descendo. Mas tudo tinha desacelerado de novo. Nãoooooooo! Almocei um sanduíche, cochilei um pouco. Nós quatro, eu, Marco, Paloma e a Ana, a fotógrafa, começamos a ficar cansados e de tempo em tempo alguém dormia uns dez minutos. E até aquele cansaço todo de todo mundo me incomodava também.



Fomos caminhar no corredor de novo e em algum momento, falei com a Paloma: vamos tentar fazer a meditação de novo? E lá fomos nós. Fiquei respirando e chamando o bebê em cima da banqueta de parto. Chorei e disse que não ia desistir, pensei no bebê, foquei mais uma vez na respiração e a coisa engrenou de novo.



No meio da tarde, as contrações começaram a ficar mais doloridas e eu sentia que o bebê estava descendo. Tava indo! Dei uma animada comecei a testar outras posições, vi que em pé as contrações viam melhor e fui sentindo a dor. E doía! E se eu me retraía, a Paloma falava: deixa vir. E eu comecei a deixar.Também comecei a soltar o grito, não tinha mais como conter, na verdade, eu precisa dele. A Paloma colocou um recado na porta pros vizinhos não se assustarem.



A noite foi chegando e as meninas saíram para comer alguma coisa aqui perto de casa, ficámos só eu e o Marco. Cochilamos um pouco, as contrações pararam um pouco quando eu sentava ou relaxava, depois conversamos, nem me lembro o quê, e começamos a ficar em pé pra ver se as contrações vinham. E elas vieram de novo com força, bem perto uma da outra. A parteira e a fotógrafa trouxeram comida japonesa pra gente, consegui comer um pouco e sentei na bola pra sentir as contrações. A parteira foi descansar e ficamos só nós na sala mais uma vez. A Ana tava quase dormindo também e eu ficava "vamos, gente, ânimo! vamos ter esse bebê, não desanima não". Andei, fiquei em pé, senti as dores. Fui percebendo a madrugada chegando e era como se o meu ânimo estivesse indo embora também.
Dia 27 de fevereiro, quinta-feira
Resolvemos ir pro meu quarto. A fotógrafa ficou descansando na sala, o Marco deitou na nossa bola e eu fiquei apoiada na bola com a Paloma nas minhas costas fazendo massagem. E ela dizia: "tenta relaxar, descansar". E eu: "não, eu quero ter esse bebê. Por que ele não tá vindo?". Comecei a me desconectar de novo, não sabia mais o que pensar. Ah, como eu queria ver aquele bebê! E foi aí que eu falei alto pra parteira o que eu não queria admitir: "Paloma, eu não tô conseguindo visualizar ele chegando, não consigo imaginar o expulsivo ou a gente nos hospital, não consigo ver ele nascendo!" A minha sensação é que aqueles momentos de dor e de tentar vencer alguma coisa que eu sequer sabia o que era não ia terminar nunca. Eu estava cansada, todos estavam cansados e naquele momento eu senti que estava tudo desaparecendo da minha frente.

Foi quando a temida conversa, por todo mundo que deseja e quer um parto humanizado em casa, aconteceu. Era hora de ir para o hospital. A minha primeira reação foi, obviamente, dizer não. "Não quero fazer outra cesárea, por que ele não nasce? Eu tô chamando, eu quero que ele venha, eu tô pronta". Conversamos eu, ela e o Marco e no meio de tudo aquilo, eu sabia que não ia ter volta. Pedi pra Paloma fazer mais um exame de toque e os 6/7cm ainda estavam intactos. Isso, é claro, me desanimou horrores e me fez admitir que era hora.

Demoramos um tempo para arrumar as coisas, ligar pro médico e lá fomos nós pro hospital umas 2h e meia da manhã. Foi um longo caminho e as contrações no carro estavam fortes, aproveitei e gritei horrores. Chegamos lá não tinha quarto, ainda tentei conversar com o médico sobre tentar induzir e essa parte ainda ficou meio confusa pra mim, até que eu mesma admiti meu cansaço e falei: tudo bem, vamos lá ter o bebê.



Fizemos todos os procedimentos, anestesia foi horrível e foi tudo tão rápido que quando eu percebi o médico já estava perguntando se ele poderia falar qual era o sexo do bebê ou eu queria descobrir sozinha (quando o pediatra trouxesse pra mim). Eu já tinha combinado com a Paloma que queria que ela falasse assim que ele ou ela nascesse. E foi ela mesmo quem disse primeiro, bem baixinho, enquanto fazia carinho na minha cabeça. "É um menino". Era o Francisco. E essa foi uma das maiores emoções da minha vida. Olhei pro Marco e ele chorava muito, feliz. Nos nossos olhos cansados estava a felicidade pura. Um menino.



Ainda que o parto não tenha sido do jeito que eu queria ou imaginava, aquele era o nascimento do meu filho. Foram nove meses de preparo, cuidado e transformação não somente para parir, mas para recebê-lo nos nossos braços. Para sermos cinco. Não sinto que eu fracassei em relação ao parto, é claro que fiquei triste por não ter parido em casa do jeito que eu tinha sonhado, mas eu tentei. Tentei com todas as minhas forças, tentei muito e não me arrependo. Tentei e mudei, aprendi tanto nessa jornada do parto humanizado, conheci pessoas maravilhosas, enxerguei o outro lado, me senti cheia de vida como grávida e como mãe, tive segurança nas minhas decisões. O mais importante é e sempre foi o Francisco. A gente não se torna mãe apenas quando dá a luz, ser mãe é um processo e é preciso entender isso. O parto é apenas a porta de entrada para um longo, desafiador e pleno caminho. E como estou feliz de fazer isso de novo e para sempre, com Maria, Bella e Francisco.

Preciso ser piegas e escrever mais um pouco:
Não tenho palavras para agradecer o apoio e o carinho da minha parteira, a Paloma, não apenas pelo suporte no dia do parto, mas por ter me ensinado tanto e mostrado diferentes direções durante esses quase nove meses de gestação e que ainda faz parte das nossas vidas. Foi muito bom ter você ao meu lado nesse caminho.

Também ficaremos eternamente agradecidos à Ana Paula por ter tido tanta paciência e por ter ido muito além das fotos no dia do parto, ela fez parte do processo todo e me deu apoio em vários momentos. Tão lindo ver alguém que trabalha com amor.

Obrigada aos meus pais por entenderem minha decisão de tentar um parto em casa e me apoiarem hoje e sempre, e me mostrar o que é o amor incondicional. Sem eles nada disso teria sentido.

Para o Marco, meu agradecimento todos os dias por fazer parte da minha vida, por eu ter tido a sorte de encontrar o amor da minha vida. Por ser meu parceiro e ter mudado junto comigo enquanto esperávamos Francisco. Obrigada por ter me dado a oportunidade de viver meu sonho, de ter uma família do jeito que eu queria, essa é nossa maior realização. 



31 comentários:

  1. Tati, lindo lindo lindo o teu relato!
    Lendo o teu texto eu me dou conta que, apesar de não ter tido o parto que eu queria, e ter feito uma cesárea de emergência com anestesia geral, o que importa no final é ter nossos filhos saudáveis.
    D-s abençoe tua família linda!

    ResponderExcluir
  2. Parabéns Tati. Adorei seu relato, sua força e clareza! O importante é que estão todos bem, com saúde e cheios de vida para criar mais um!

    ResponderExcluir
  3. você é corajosa! Jamais teria ido tão longe, jamais teria coragem de um parto em casa...
    Pode ter sido diferente do que esperavas....mas deu certo e é isso que importa!
    Bjus e felicidades!

    ResponderExcluir
  4. Tati querida, estou aqui super emocionada ao ler o seu relato, revivendo as emoções desse dia. Muito obrigada por ter confiado em mim e no meu trabalho e por ter me deixado ilustrar essa história tão linda com minhas fotos. Estar com vocês no nascimento do Francisco foi muito especial pra mim!
    Desejo ao Francisco muita saúde! Amor eu sei que ele tem de sobra nessa família que agora é de cinco.
    Beijo grande!

    ResponderExcluir
  5. Quando vi no instagram que Francisco tinha nascido, comemorei, mas sabia que aquele cesária tinha motivo, não era um capricho para não sentir dor, era necessária. E fiquei com aquilo na cabeça. Obrigada por partilhar esse momento tão especial que foi a chegada desse rapazinho maravilhoso, ainda que não tenha sido do modo idealizado. Não tenho filhos, mas sempre me imagino parindo em casa. Parabéns por ter tentado trazer teu filho ao mundo do jeito mais respeitoso e por me mostrar que mesmo as coisas não saindo do jeito que eu imagino, vai ser lindo e emocionante da mesma maneira. Amor e leitinho sempre.

    ResponderExcluir
  6. Muito lindo!!! Me emocionei! Parabéns pelo Francisco!

    ResponderExcluir
  7. Tati, conheci seu blog por acaso, pela Bianca, pra ver as fotos dela na viagem pela Itália. Logo depois vc descobriu que tava grávida das meninas, e eu da minha segunda filha, a Maria Clara. Nunca mais larguei seu blog e sua história materna...
    Torci pela sua gestação, seu parto e pós parto várias vezes, sofri quietinha, pelas escolhas que as mães têm sido induzidas a fazer nesse sistema obstétrico da cidade. Sofri com suas internações, seu parto com 34 semanas... mas sabia que era a SUA história e que foi a melhor e mais importante da sua vida. Na vinda do Francisco, tentei adivinhar várias vezes quais teriam sido suas escolhas profissionais, quem eram os anjos que estariam acompanhando vcs. E hj, muito emocionada, vejo as fotos da Paloma ao seu lado, esse anjo mor que me acompanhou no parto da Clara e que tanto me ensinou e me ajudou a enxergar além, como mulher, como mãe, como profissional, como ser humano...
    O seu parto foi lindo! Duro e perfeito, como são todos aqueles que têm os envolvidos respeitados e acolhidos. E é só isso que importa. Francisco é incrivelmente lindo e iluminado, e vcs são uma família incrível, ajudando a levar luz pra tantas outras, num mundo cheio de incertezas, inseguranças, onde as mães vêm sendo roubadas de seu poder e sua intuição, por motivos diversos e difíceis, que não vale a pena citar aqui.
    Parabéns por tudo! Vcs são demais! Lambam bastante a cria, porque eles crescem rápido rs. Ter menino é uma viagem muito gostosa e gratificante!
    Parabéns!!!
    Carolina Vasconcelos

    ResponderExcluir
  8. Parabéns pela coragem e pela força! O encontro de vocês foi lindo! Saúde pra essa família linda!

    ResponderExcluir
  9. Acompanho seu blog já faz um ano e fiquei imensamente feliz quando vi pela Instagram que o Francisco tinha chego ao mundo. É lindo ver como você conta a sua história, como nós tivemos o prazer de acompanhar sua família ganhar o número 5!

    Muita saúde e felicidade para os 3 e Parabéns ao casal, pela força, pois bem sabemos que o trabalho de parto é maravilhoso, mas um grande desafio!

    ResponderExcluir
  10. Meus Deus... acho que fiquei alguns segundos sem respirar lendo esse post. Parabéns pela força.
    Mas uma coisa é certa, a gente planeja, se prepara... mas as coisas acontecem segundo a vontade de Deus. Sem mais.
    Ele é lindo e saudável, isso é o que interessa.
    Obs.: fico imaginando a cabeça da sua mãe te vendo em casa passando por tudo isso.

    ResponderExcluir
  11. que legal, tati. q bom q vc não se sente fracassada quanto a parto, pq afinal de contas vc viveu tudo. e o francisco veio no tempo dele, prontinho.

    a fotos tão lindas, especialmente as em casa. hospital é feio né, todo mundo fica esquisito de touca...hihihi

    ResponderExcluir
  12. Tati, tava ansiosa por esse relato! Emocionante, forte e intenso. Foi como ser transportada ao meu trabalho de parto... que como o seu acabou em uma cesária de emergência. Vivenciei situações parecidas, com a diferença que acabei indo para a indução com ocitocina, bolsa furada pelo GO... mas foram 36 horas incríveis de TP com um médico humanizado e uma doula maravilhosa. Momento que jamais esquecerei. Mas fiquei muito tempo remoendo e me perguntando o que deu errado. Hoje já penso que teve que ser daquele jeito por várias razões, e que importa mesmo, como você mesma disse, é que eu tentei muito até onde foi possível. E tudo tem uma explicação e uma razão de ser. E me sinto feliz é ter passado por esse momento forte, de ter sentido intensamente as dores das contrações, ter buscado informação, ter encontrado uma equipe humanizada e confiável... E que fez toda a diferença para mim como mulher, como mãe... .

    Te admiro muito e desejo uma vida linda ao Francisco ao lado dessa família que quero muito bem! Um super beijo e logo espero reencontrar vocês nos parquinhos de Brasília.

    ResponderExcluir
  13. Tatiana, sou doula e nem sei como achei seu blog, faz algum tempo rs

    Primeiramente, parabéns pelo bebê!

    Em segundo, não se sinta fracassada, você foi até onde conseguiu. O que me parece que ficou estranho foi a partir do momento da transferência. Você não tinha um plano B? Um plano de backup, caso fosse preciso transferência?

    É difícil confiar em algum hospital estando no Brasil, até em algum obstetra. Nos grupos que participo, as mulheres que planejam um parto domiciliar tem esse plano. Um obstetra pra caso precise transferência, e procuram um hospital humanizado. Aí em Brasília tem a casa de parto são sebastião. Sem o plano B, as taxas de cesárea sobem muito, porque nos hospitais, é rotina usar soro e as demais intervenções em todas as gestantes de parto normal, mas quando chega uma que teve parada de progressão e realmente precisa, não usam, se é transferência, fazem logo cesárea. Não dá pra entender a logística deles.
    Pelo que entendi o médico nem induziu e já foi pra cesárea. Acredito que não ser um obstetra humanizado nem um hospital assim também influenciou nisso. Não se sinta culpada, o sistema obstétrico daqui é difícil.

    Thaís.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Oi, Thaís, desculpe a intromissão.
      Se você ler o começo do texto novamente vai ver que a Tati já estava sendo acompanhada também por um médico humanizado. Você leu também que ela ficou dois dias em trabalho de parto intenso? A Tati estava esgotada e uma indução provavelmente iria deixar ela sem força alguma. Enfim, ela foi bem acompanhada tanto pela parteira super competente e que sabe o que faz (ela acompanhou meu PD e de mais um monte de amiga minha) quanto teve o acompanhamento desse médico humanizado que costuma, inclusive, ser backup de tantos outros partos domicilares.

      Beijo

      Excluir
    2. Oi, Luíza!
      Essa parte não me ficou clara, o que me chamou a atenção foi que a parte da transferência ficou meio vaga. Pareceu que ela chegou, conversou algo sobre indução mas ele optou logo pela cesárea. Se foi escolha dela, humanizar também significa respeitar. Se ela estava no seu limite e quis assim, tudo bem. Mas se ela foi forçada aí muda de figura. Cansada, dias de TP, bolsa rota, é realmente esgotante. Poucos partejadores continuam tentando com indução, analgesia e etc.
      Mas de qualquer forma, espero que ela esteja feliz. Ela foi até onde conseguiu. E o mais importante, o Francisco veio na hora dele.

      Excluir
  14. Parabéns pela linda família! Vocês cinco são um exemplo maravilhoso de amor e felicidade. Através do blog você permite que nós leitores tenhamos um pouquinho disso tudo. Muito obrigada!

    ResponderExcluir
  15. Lindo seu relato, parabéns pela coragem e pela força.
    Felicidades!
    Maíra

    ResponderExcluir
  16. Tati quando vi Instagram a foto do Francisco nem acreditei! Mal podia esperar pra ler este post e confesso que me emocionei bastante. Quero desejar toda a felicidade do mundo pra essa família Moderna simplesmente perfeita e que Deus abençoe a vida desse bebe lindo demais! ^^

    ResponderExcluir
  17. Oi Tati!
    Faz tempo que leio e sigo vcs. Coisa curiosa... hoje eu publiquei meu relato também. O relato do meu parto, do parto que sonhei e não tive. Do que vivi e aprendi durante este trabalho e esta jornada.
    Falei pra algumas amigas.... às vezes ficamos tão centradas no que não vivemos que perdemos a oportunidade de aprender com tudo o que as coisas reais, aquelas que de verdade vivemos, têm pra nos ensinar :)
    parabéns. francisco chegou rodeado de amor, como deve ser.
    beijos na família!

    ResponderExcluir
  18. Tati,
    definitivamente as coisas não acontecem segundo nossos desejos e sim de acordo com o que Deus planeja pra nós.
    Quando soube que estava grávida da Bibi a primeira coisa que eu sabia é que não queria parto normal, ou seja, eu era a paciente perfeita pra qualquer médico.
    Depois que me identifiquei com um obstetra, após longa peregrinação, já cheguei avisando que queria cesárea e ponto.
    Minha gestação foi super tranquila, trabalhei e fiz atividade física - sem qualquer intercorrência.
    Numa sexta-feira, com 36 semanas, a bolsa rompeu. Era quase 23h!
    As contrações vieram rapiadamente, voamos pro hospital e eu só não pari no carro porque Bibi estava atravessada.
    Senti dores absurdas e no fim tivemos de fazer uma cesárea.
    Graças à Deus Bibi nasceu bem.
    Escrevi tudo isso, pra te dizer o que vc já sabe, que: podemos até planejar, mas não somos nós que damos a palavra final.
    Aprendemos muito com nossos filhos, muito mais do que imaginamos.
    Parabéns pelo Francisco e pelas meninas, que cada dia estão mais lindas!
    Felicidades à GRANDE família moderna.

    ResponderExcluir
  19. Eu quase chorei lendo esse post (só não chorei pq me segurei mesmo, hehe).
    LINDO!
    Eu não sou mãe, tenho 26 anos. Quando eu era criança, queria ter 4 filhos e ser mãe com 21 anos. Aos 21 eu já não tinha certeza e até tempos atrás eu dizia que não teria filhos nunca, pq é muita responsabilidade blá blá blá...mas são relatos como o seu que afloram uma coisa em mim que não tem explicação. Obrigada por compartilhar esse momento tão bonito da vida de vcs.
    Parabéns, desejo muita saúde e felicidade à vcs!

    ResponderExcluir
  20. Tati, obrigada por compartilhar tantos detalhes e fotos! Acho que você foi uma guerreira, a família de vocês exala amor!!
    Acho que só o fato de ter podido sentir as dores e contrações ainda em casa já são um motivo grande de alegria e orgulho! Agora você sabe como é! Não tem preço ter sentido isso.
    Eu tive um parto normal, mas teve que ser induzido, pois já estava com mais de 40 semanas e pré-eclâmpsia. Foi um parto excelente, que me arrepia até hoje só de lembrar, pois apesar da anestesia, eu consegui sentir tudo, menos dor (melhor dos mundos, na minha opinião)... Mas eu sonhei muito em ter entrado em trabalho de parto fora do hospital, a bolsa ter estourado ou algo assim. Em ter tido esse elemento surpresa. Só que não aconteceu. Não tive dilatação, contração, nadinha. Só mesmo quando já estava no hospital e foi engraçado porque de repente o parto engrenou, parecia que só precisava de um empurrãozinho. Mas me sinto orgulhosa também por não ter decidido fazer uma cesárea por cansaço ou para agilizar, já que estava no hospital. E feliz por ter tido uma médica que me apoiou e ficou lá comigo o tempo todo.
    Agora estou querendo engravidar de novo, ter outro parto normal em hospital, mas precisarei aprender a ser menos controladora, relaxar e deixar o parto acontecer. Hoje eu entendo que sendo ansiosa como sou (era, to querendo mudar, vai), jamais eu entraria em TP...
    Parabéns pelo seu Francisco (nome do meu marido!!) e felicidades a essa linda família!!!!!!!! Tati

    ResponderExcluir
  21. Eu to aqui toda emocionada depois de ler seu relato. É toda a história que você contou, mas ilustrado fica ainda mais emocionante!
    Mas dois momentos que o bichou pegou aqui e me deu aquela vontadona de chorar foram: quando você recebeu a notícia de que era menino e a sequência da cara de felicidade sua e do Marco conhecendo o pequeno. Ahhhh! que coisa mais linda!

    Parabéns, parabéns, parabéns!
    Você é muito forte e asseverante, Tati!
    E sua família é linda que chega dá gosto.
    Seja bem vindo Fran-chico!

    ResponderExcluir
  22. Paloma, deixando saudades na gente depois que o bebê nasce (e dizem que a gente tem que só se despedir da barriga, mentira) e Ana Paula fazendo esse trabalho belíssimo, delicado e impecável que só ela sabe fazer (e pra completar, fazendo parte de nossas vidas também ;)

    muito amor

    ResponderExcluir
  23. Lindo relato. Acompanho seu blog a meses, tivemos gestação praticamente ao mesmo tempo, e acredite se puder, meu parto foi muito similar ao seu (nasceu de 41+5 dias, dia 13/03). Fiquei 26 horas em trabalho de parto em casa e estacionei nos 7 cm. Fomos para o hospital e tentamos mais 4 horas. Cheguei a 9 cm mas o bebê não descia pois estava posterior e defletido. Também fui pra cesárea. Senti muitas das sensações que você relata. E mais incrível ainda, meu filho também se chama Francisco.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Fiquei arrepiada quando li seu comentário, Carol. Obrigada por ter escrito isso. E parabéns pelo Francisco. Muitas coincidências. Beijos

      Excluir
  24. "A gente não se torna mãe apenas quando dá a luz, ser mãe é um processo e é preciso entender isso. O parto é apenas a porta de entrada para um longo, desafiador e pleno caminho."

    perfeito!

    amei!

    és guerreira tati! sempre foi!

    lindo ler quando vc soube que era um menino e eu amei tua foto com sorriso radiante ao conhecer seu filho!

    parabens novamente!!!

    espero um dia poder passar por esse processo tb!

    beijooosss

    ResponderExcluir
  25. Tati, faz mais isso não. Chorei feito criança lendo teu relato. Lindo, lindo, lindo!!!! Também quero muito ter parto normal na minha futura 2ª gestação e ler isso me levou de volta ao nascimento da Malu e me remeteu a um futuro que quero muito. Fosse de uma garra e força absurda. Parabéns!!! E o Francisco é lindo e babo por todas as fotos dele no insta. Parabéns por essa família tão linda!! Bjãooo

    ResponderExcluir
  26. Parabéns, Tati, que relato lindo! Cheio de verdade, de amor.
    Sua família é linda, tou com muita vontade de largar esse teclado e ir aí corujar esses pequenos!

    Beijos

    ResponderExcluir
  27. Engraçado ler seu blog. Ontem mesmo falava para o meu namorado que não queria ter filhos, porque o mundo hoje está muito louco! Ai vejo sua história, com palavras tão bem escritas e fotos belíssimas. Já mudei de ideia, rs! Confesso que me emocionei ao ler o nascimento do Francisco. Meus parabéns! Beijos.

    ResponderExcluir