segunda-feira, 16 de novembro de 2015

Montpellier para sonhar mais

Ficou faltando um post muito importante sobre a viagem que a gente fez pra França esse ano. Dá pra acreditar que já foi em maio? Fico imaginando como a viagem já seria diferente com as crianças agora e acho que adiei tanto esse post porque a saudade sempre aperta quando lembro dos dias que passamos em Montpellier. Não só dos lugares que a gente visitou, mas dos amigos que vimos e abraçamos.  Então, senta que lá vem história e meus olhos já estão cheios de lágrimas aqui antes mesmo de escrevé-la.

Quando as meninas tinham poucos meses, eu recebi um email que me chamou a atenção. Naquela época minha vida estava uma loucura e eu ainda estava me adaptando à maternidade e mal tinha tempo de escrever ou ler e-mails, mas aquele chamou minha atenção. Ali estava uma brasileira, que vivia no sul da França, mãe de uma menina, grávida de gêmeos que se identificou comigo e queria conversar mesmo há milhares de quilômetros de distância. Engatamos em uma conversa virtual boa, de troca de e-mails gigantes, os bebês dela nasceram e eu chorei de emoção ao receber a notícia, as minhas filhas iam crescendo e eu contava pra ela sobre toda aquela transformação. Nos identificamos muito uma com a outra. Depois passamos a nos seguir no instagram e eu via a fotos deles todos os dias. Durante quase três anos, vi a Cecíle, a Alice e o Artur crescer. Os aniversários, os primeiros passos, as viagens, os passeios, as refeições. Meu sentimento era quase de que fôssemos vizinhas. Ela muito sabia da minha vida, eu da dela. A internet não é muito louca nesse aspecto?

Pois bem, quando decidimos ir pra Paris, mais do que naturalmente, Montpellier, onde a Lili mora, estava nos nossos planos. Antes mesmo de viajar a gente já vinha conversando e sonhando com o nosso encontro, aliás. E ela, junto com o Phil (que é francês), conseguiu nos ajudar a programar toda nossa viagem e roteiro de longe. E antes de irmos começamos a fazer uns videochats com as crianças, que já se conheciam por foto. Passagens compradas e nos falávamos quase que diariamente na expectativa. É claro que eu tive um pouco de medo de ficar na casa de alguém que eu não conhecia, mas na verdade eu já conhecia, meu sentimento era muito mais de felicidade do que receio.
Nós fomos primeiro para Paris (os posts sobre a viagem aqui, aqui e acolá) e de lá iríamos pra Montpellier ficar na casa da Lili. No dia da viagem pra lá, perdemos o voo pra Montpellier, que foi bem chato porque não era reembolsável, e quase não fomos pra lá, mas no final conseguimos comprar a passagem e despachar as malas em cima da hora. Quando estávamos passando na segurança ficamos um tempão na revista, um dos seguranças queria tirar uma espada de brinquedo da Maria e ela chorou horrores, o Marco esqueceu que íamos viajar e foi de bota e cinto e tudo mais que apitasse naquele negócio. E de lá saímos correndo pelo corredor com o Marco descalço e pelo menos duas de três crianças chorando e a aeromoça gritando em francês “senhor, seus sapatos, seus sapatos”. Quando chegamos em Montpellier, o Phil foi buscar a gente no aeroporto e depois fomos pra casa deles. O encontro foi bom demais! As crianças se deram bem de cara e foi lindo. Nós também entramos em sintonia muito rápido. Foi uma sensação de felicidade de encontrar uma família tão parecida com a nossa com ideias tão parecidas. Me emociono só de pensar nisso e penso em quanta coisa boa o blog já me deu, e não estou falando de coisas não, pessoas que agora fazem parte da minha vida, amizades sinceras, oportunidade de conhecer o outro, que eu com certeza não teria se não fosse por aqui.

Foi uma experiência maravilhosa! Seis crianças juntas foi divertidíssimo. Eles brincavam muito, todos tomavam banho juntos, comiam juntos e depois de colocar todos pra dormir, a gente jantava  e conversava muito. Nos primeiros dias, as crianças da Lili foram para a escola e fizemos alguns passeios só com ela. E no fim de semana, todos acompanharam. Sair com os seis foi definitivamente uma aventura. Demorávamos ainda mais tempo para sair e para ir de um lugar pro outro. Alugamos um carro lá que facilitou muito, mas teve um dia que fomos todos para o centro da cidade de metrô e foi uma loucura. Mas aquela loucura que justamente eu e a Lili amamos.

15 minutos depois da nossa chegada

No quinta dos Teisson

No centro de Montpellier

Piquenique nas rendondezas depois de um passeio de bike

Na cidade mediaval de Aigues-Mortes

Em Pont du Gard, uma das dez maravilhas da França

Artur, Alice e Maria no Arco de Montpellier



Jantar das crianças

Jantar dos adultos (foto tirada pela Cecíle)

Pula-pula todo dia

Almoço na cidade


Nós e nossa trupe

O mediterrâneo

Escalada 




Bella


Saindo de excursão





Na hora de ir embora, fomos de coração apertado, mas com a certeza de que aquele era apenas o início. Imaginei muitas férias compartilhadas com os nossos amigos, as crianças crescendo juntas, mesmo distante. Na hora da despedida, abracei a Lili e não consegui conter as lágrimas e ela também, foi uma sensação de tristeza mesmo por perder aquela convivência tão bom,  de conexão por ter outra pessoa no mundo que sabe exatamente o que a gente passa. 

Até a próxima, Lili, Phil, Cécile, Alice e Tutu
Obrigada por tudo

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