Ficou faltando um post muito importante sobre a viagem que a
gente fez pra França esse ano. Dá pra acreditar que já foi em maio? Fico
imaginando como a viagem já seria diferente com as crianças agora e acho que
adiei tanto esse post porque a saudade sempre aperta quando lembro dos dias que
passamos em Montpellier. Não só dos lugares que a gente visitou, mas dos amigos
que vimos e abraçamos. Então, senta que
lá vem história e meus olhos já estão cheios de lágrimas aqui antes mesmo de
escrevé-la.
Quando as meninas tinham poucos meses, eu
recebi um email que me chamou a atenção. Naquela época minha vida estava uma
loucura e eu ainda estava me adaptando à maternidade e mal tinha tempo de
escrever ou ler e-mails, mas aquele chamou minha atenção. Ali estava uma
brasileira, que vivia no sul da França, mãe de uma menina, grávida de gêmeos
que se identificou comigo e queria conversar mesmo há milhares de quilômetros
de distância. Engatamos em uma conversa virtual boa, de troca de e-mails
gigantes, os bebês dela nasceram e eu chorei de emoção ao receber a notícia, as
minhas filhas iam crescendo e eu contava pra ela sobre toda aquela
transformação. Nos identificamos muito uma com a outra. Depois passamos a nos
seguir no instagram e eu via a fotos deles todos os dias. Durante quase três
anos, vi a Cecíle, a Alice e o Artur crescer. Os aniversários, os primeiros
passos, as viagens, os passeios, as refeições. Meu sentimento era quase de que fôssemos
vizinhas. Ela muito sabia da minha vida, eu da dela. A internet não é muito
louca nesse aspecto?
Pois bem, quando decidimos ir pra Paris, mais do que
naturalmente, Montpellier, onde a Lili mora, estava nos nossos planos. Antes
mesmo de viajar a gente já vinha conversando e sonhando com o nosso encontro,
aliás. E ela, junto com o Phil (que é francês), conseguiu nos ajudar a
programar toda nossa viagem e roteiro de longe. E antes de irmos começamos a
fazer uns videochats com as crianças, que já se conheciam por foto. Passagens
compradas e nos falávamos quase que diariamente na expectativa. É claro que eu
tive um pouco de medo de ficar na casa de alguém que eu não conhecia, mas na
verdade eu já conhecia, meu sentimento era muito mais de felicidade do que
receio.
Nós fomos primeiro para Paris (os posts sobre a viagem
aqui,
aqui e
acolá) e de lá iríamos pra Montpellier ficar na casa da Lili. No dia da
viagem pra lá, perdemos o voo pra Montpellier, que foi bem chato porque não era
reembolsável, e quase não fomos pra lá, mas no final conseguimos comprar a
passagem e despachar as malas em cima da hora. Quando estávamos passando na
segurança ficamos um tempão na revista, um dos seguranças queria tirar uma
espada de brinquedo da Maria e ela chorou horrores, o Marco esqueceu que íamos
viajar e foi de bota e cinto e tudo mais que apitasse naquele negócio. E de lá
saímos correndo pelo corredor com o Marco descalço e pelo menos duas de três
crianças chorando e a aeromoça gritando em francês “senhor, seus sapatos, seus
sapatos”. Quando chegamos em Montpellier, o Phil foi buscar a gente no
aeroporto e depois fomos pra casa deles. O encontro foi bom demais! As crianças
se deram bem de cara e foi lindo. Nós também entramos em sintonia muito rápido.
Foi uma sensação de felicidade de encontrar uma família tão parecida com a
nossa com ideias tão parecidas. Me emociono só de pensar nisso e penso em
quanta coisa boa o blog já me deu, e não estou falando de coisas não, pessoas
que agora fazem parte da minha vida, amizades sinceras, oportunidade de
conhecer o outro, que eu com certeza não teria se não fosse por aqui.
Foi uma experiência maravilhosa! Seis crianças juntas foi
divertidíssimo. Eles brincavam muito, todos tomavam banho juntos, comiam juntos
e depois de colocar todos pra dormir, a gente jantava e conversava muito. Nos primeiros dias, as
crianças da Lili foram para a escola e fizemos alguns passeios só com ela. E no
fim de semana, todos acompanharam. Sair com os seis foi definitivamente uma
aventura. Demorávamos ainda mais tempo para sair e para ir de um lugar pro
outro. Alugamos um carro lá que facilitou muito, mas teve um dia que fomos
todos para o centro da cidade de metrô e foi uma loucura. Mas aquela loucura
que justamente eu e a Lili amamos.
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15 minutos depois da nossa chegada |
Na hora de ir embora, fomos de coração apertado, mas com a
certeza de que aquele era apenas o início. Imaginei muitas férias
compartilhadas com os nossos amigos, as crianças crescendo juntas, mesmo
distante. Na hora da despedida, abracei a Lili e não consegui conter as
lágrimas e ela também, foi uma sensação de tristeza mesmo por perder aquela
convivência tão bom, de conexão por ter
outra pessoa no mundo que sabe exatamente o que a gente passa.
Até a próxima, Lili, Phil, Cécile, Alice e Tutu
Obrigada por tudo
Obrigado por tudo, sua visita foi maravilhosa para a gente.
ResponderExcluirLindas fotos Tati! Lugar maravilhoso!!
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