Eu acho que eu sou um pouco "old school"como mãe. Desde que me entendo por gente, eu queria criar minhas filhas sem muita frescura e sempre confiei mais no jeito tradicional de educar. E eu descobri que com um pouco de confiança na sua própria técnica e o dom da persistência a gente consegue ir em frente. Primeiro, existe rotina sim. É claro que não é aquela coisa rígida, "de 9h30 da manhã dá papinha, 10h30 dorme, 11h30 acorda e mama". E cada semana os bebês trazem uma novidade no cardápio. Mas existe um padrão de coisas. Um passeio, um banho de manhã e outro à noite, uma mamadeira antes de dormir e etc. Mas isso também não quer dizer que você possa mudar ou se adaptar. Porém, fazer rotina dá um trabalho danado e tem que se organizar, mesmo se desorganizando.

Eu, Maria e Isabella no nosso passeio matinal, que está começando a fazer parte da nossa rotina.
Eu consegui colocar a minha teoria do poder da insistência em prática com a chupeta. A primeira vez que a gente experimentou a chupeta nas meninas, foi quando elas tinham 1 mês. Lembro que minha mãe colocou a chupeta na boca da Maria e eu comecei a chorar desesperadamente. Na minha cabeça eu estava enganando minhas filhas e se elas estavam sugando alguma coisa que não fosse meu peito é porque estavam com fome. Mas aí elas começaram a querer chupar o dedo. O Marco chupou o dedo durante muito tempo e eu tinha medo delas puxarem o pai nesse aspecto. Depois, eu tentei a chupeta algumas vezes, mas elas sempre colocavam pra fora e eu não insistia. Aí vinha a sogra e falava "tem criança que não pega chupeta de jeito nenhum, não adianta" ou "ih, acho que elas gostam de um dedinho" (adoro minha sogra, mas quem é mãe entende que alguns comentários matam a gente)! E, quando eu olhava lá estava o dedo na boca, pronto, virou questão de honra.
Com quatro meses, resolvi insistir. Depois das mamadas, na hora de dormir, tentava colocar a chupeta. Se elas colocavam pra fora, eu ia lá e colocava de novo. Se elas ficavam irritadas, deixava quieto, mas depois de um tempinho tentava de novo. Apesar da vontade, eu ainda tinha um pouco de trava com a chupeta, não tinha certeza se queria que elas pegassem a dita cuja e ficava pensando em como seria depois para tirar, então a babá foi essencial nessa hora. Ela ajudou na insistência. Quando eu vi a Maria já tinha se adaptado, foi aí que eu pensei Isabella não pode ficar fora dessa e insisti mais um pouquinho. Bastaram dois dias e a chupeta firmou. E foi ótimo.
A teoria da insitência se repetiu e ainda se repete. E se eu pensar bem, ela começou com a amamentação. Diversas vezes eu sofri achando que elas não queriam mais o peito. Elas lutavam contra o peito, não pegavam, eu ficava triste, mas desisitia? Não. Queria aquilo mais que tudo. Na próxima mamada lá estava eu, de novo, pronta para dar de mamar. Lembro que um dia a Maria ficou o dia todo sem mamar no peito, mas quando chegou à noite, ofereci de novo e ela aceitou. Aqui estamos nós com quase 6 meses e elas ainda mamam no peito.
Com uns dois meses, por exemplo, elas passaram a chorar toda vez que a gente saia de carro. Deixei de sair? Não. Só ficava igual uma louca cantando musiquinhas até acalmar as duas e elas dormirem. Era chato, estressante, mas não desistia.Também teve a fase que elas não gostavam de andar de carrinho. Saia e quando elas reclamavam, eu parava, confortava e andava de novo. Não tive problemas com as papinhas e as frutas. É claro que elas sempre fazem cara feia nas primeiras duas colheradas, mas depois riem à toa. Elas não gostaram da papinha salgada no começo. Então, tirei um pouco o sal e dava o quanto elas comiam. Só cinco colheres? Não tem problema. No dia seguinte, elas comem mais.
É claro que não vamos confundir insistência com forçar. O que eu quero dizer é que é preciso paciência e muito esforço por parte dos pais para não desistir logo de cara. Como eu disse em outras ocasiões aqui no blog, ter filho dá trabalho e exige muito da gente mesmo. Também acho que os pais têm todo direito de escolher suas batalhas, se fazer o seu filho comer bem é importante pra você, então invista nisso, insista. Dar chupeta não é, então não tente.
A nossa influência é muito grande sobre o que um bebê quer ou não quer. Mais um exemplo: quando as meninas estavam com refluxo, o pediatra passou o leite de soja pra elas porque achava que poderia ser intolerância lactose. Eu não queria dar aquele leite, o cheiro era ruim e eu achava que o problema delas não tinha nada a ver com o leite. Quando a gente foi dar o leite, é obvio que elas não gostaram muito. Ou eu também coloquei na minha cabeça que elas não gostaram, porque eu não insisti. Mas e se elas fosse alérgicas e só pudessem tomar esse leite? Ia ter que funcionar.
A necessidade faz tudo ter um jeito. Como diria Raul Seixas, tente outra vezzzzz. Não sou especialista ou coisa do tipo, só estou expressando a minha opinão e falando o que funcinou pra mim. Tem milhões de especialistas por aí (é só procurar no Google) que dizem que para um bebê ou criança se adaptar a qualquer coisa é preciso pelo menos uma semana de tentativas. Não tá afim, não vale a pena, tá com preguiça? Então, parte para a próxima. Mas, quem quer e procura, acha, inclusive uma boa solução.
Agora deixa eu ir lá insistir um pouquinho, deixar as meninas menos baladeiras e reprogramar toda uma rotina porque estamos, oficialmente, trocando a noite pelo dia! Sou uma mãe zumbi.