sexta-feira, 15 de junho de 2012

Nascimento duplo - O MELHOR POST DO MUNDO

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Eu e as meninas agradecemos muito!!!

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 Era uma segunda-feira qualquer de janeiro e eu acordei me sentindo estranha. Quando você está grávida isso sempre quer dizer alguma coisa. Já estava de repouso e toda vez que levantava da cama sentia uma dor no períneo, um peso me puxando para baixo. Como eu tinha consulta com a obstetra no fim da tarde, fiquei tranquila. Chegamos no consultório e ali estava o diagnóstico: 2 cm de dilatação. A médica pediu para esperar, mas já começamos a conversar sobre as possibilidades do parto. Maria já estava com a cabeça virada, mas Isabella continuava sentada. Tinha uma ultrassom marcada para a manhã seguinte e uma esperança enorme de que ela virasse.

Fomos para casa e avisamos nossos pais. Sim, talvez, em menos de 24 horas as meninas estariam soltas no mundo. Quase não consegui dormir, senti algumas contrações e rezei dois terços durante a madrugada. No dia seguinte, Isabella ainda se mostrou sentada na tela cinza. Fui na médica à tarde, mais um exame de toque e 4 cm de dilatação. Plus, o tampão saiu. Conversamos com a médica e nos decidimos pela cesárea. Ela não indicou o parto normal e eu também me rendi. Queria o que fosse melhor para as minhas filhas e com 34 semanas de gestação não queria arriscar.

O jeito era ir para casa e esperar chegar a noite para dar entrada no hospital. Estava tudo pronto. Senti mais algumas contrações, liguei para quem tinha que ligar e esperei. Estava muito calma, não conseguia pensar em nada. O tempo passou rápido até a gente chegar no hospital. Meus pais chegaram, fomos para o quarto e mais espera.

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Chegada na maternidade

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Já no quarto com meu irmão

Descemos para o centro cirúrgico. Eu, o Marco e a Gláucia, do Quitandoca, que iria fazer as fotos do parto. Queria abraçar minha mãe, mas ela estava na recepção. Pedi para o meu irmão sair correndo e ir avisá-la. E só quando chegamos no elevador, quando achei que não ia conseguir ter aquele último afeto, ela e a minha sogra apareceram. Não consegui conter as lágrimas. Estava oficialmente nervosa. E aquele abraço foi tudo para mim. Ali eu era filha e estava pronta para ser mãe.

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Emoção no corredor

Esperamos muito tempo no centro cirúgico. Mais de 2 horas e meia. A minha médica estava no hospital vizinho fazendo um parto e esqueceram de me avisar ou não pensaram em deixar a gente no quarto. Fiquei ali, ao lado do Marco e da Glau, naquela maca fria, olhando constantemente para o relógio. Se os dois não estivessem lá não sei como seria. A Glau foi essencial para tirar dois futuros pais nervosos da ansiedade do momento. Começamos a bater papo e filosofar e o tempo passou. Enfermeiras entravam e saiam. Eu tinha contrações de 4 em 4 minutos.

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A médica chegou por volta das 23h e eu fiquei achando que elas poderia nascer no dia 11. Chegou a hora da temida anestesia e foi menos pior do que eu pensava. O problema, minha gente, foi o depois. Quando eu deitei na maca e já não estava sentindo minhas pernas, com as mãos amarradas, senti um enjoo fortíssimo. "Ok, eu vou vomitar". O anestesista só virou o meu rosto e lá se foi todo meu almoço. Oito horas de jejum e mesmo assim passei mal. Não era o que eu imaginava estar passando naquele tal momento mágico que eu sonhava tantp. Ficou todo mundo esperando eu terminar para começar a cirurgia. Eu ainda falei para Glau: "não tira foto disso, hein?". Eles limparam tudo e a coisa toda começou.

O parto foi rápido. Em poucos minutos escutei a doutora dizendo "cadê a fotógrafa? vem que vai nascer!". E logo depois veio o chorinho da Maria. Chorando, o Marco sussurou no meu ouvido "ela é linda". E a pediatra trouxe ela para o outro lado do pano e ela foi logo embora. Em poucos segundos, veio o segundo chorinho. A outra pediatra trouxe a Isabella e colocou no meu rosto. Chorei de soluçar. No meio da cirurgia a doutora descobriu que ela, além de estar sentada, ainda estava com duas voltas do cordão enroladas no pescoço e ainda tinha um nó real (não me pergunte o que é isso que eu não sei).

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Maria de braços abertos para o mundo

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Isabella enroladinha no cordão e pronta para dar seu pulo

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Minha foto favorita

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Primeiro encontro com Isabella

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Estava cheia de emoção e não consegui me mexer. O Marco ficou do meu lado e me escutava cheia de demandas: "já mandou mensagem pro meu pai?" "vai lá ver como elas estão!". E ele ficava repetindo: "relaxa, tá tudo bem". O resto da cirurgia pareceu uma eternidade. As meninas foram direto para a UTI e o Marco conseguiu ir lá duas vezes. Algumas vezes eu fiquei ali sozinha pensando em o quanto eu queria que aquilo passasse logo e no quanto eu queria sair correndo para a sala ao lado ver as minhas filhas.

Depois que tudo acabou fomos para sala de recuperação. Estávamos sozinhos lá, sem as meninas, mas felizes. Começou a tremedeira e fui proibida de falar. Colocaram uma fralda geriátrica em mim e a sensação de não poder mexer a perna me dava nos nervos. Achei a cesárea horrível, me sentia péssima, mas eu tinha minhas filhas e elas estavam bem. Tudo o que eu queria era dormir e acordar no dia seguinte para segurá-las! Ainda deu tempo de entrar no Facebook e colocar uma foto delas por volta das 2 da manhã ainda no centro cirúrgico (olha o clichê de família moderna aí). O Marco também fez um video delas e me mostrou várias vezes enquanto ainda estávamos na espera.

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Maria

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Isabella

Era isso. Tudo tinha mudado a partir daquele momento e desde então a vida tem sido um turbilhão de emoções! Não foi nada do que eu tinha imaginado, a forma, o jeito, e especialmente, a sensação. Todos aqueles clichês apareceram na minha frente e eu senti todos eles. É um amor instantâneo, a paz toma forma. Quando a gente escuta aquele choro de bebê pela primeira vez, alguma coisa acontece. E o coração bate mais forte desde então.

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