segunda-feira, 1 de dezembro de 2014

No more drama, mas um pouco de crise

Olá, blog! Tudo bem por aqui? Que saudades de você, de escrever, de jogar palavras ao vento. Pois bem, estamos andando um pouco distantes no momento. É claro que me falta tempo, muita coisa acontecendo e muito o que fazer. Não tá fácil. Mas acho que, além disso, um dos motivos do meu afastamento é que estou passando por um processo de transformação. Tenho passado por processos, e depois de muito tempo, processos meus e apenas meus. O lado bom de tudo isso é que descobri que a maternidade, apesar de ser um aprendizado eterno, não precisa, nem deve ser difícil. Passou a fase de dilemas, de "aí, como é difícil", é claro que é trabalhoso, mas chegar de ficar achando dificuldade em tudo. Como o fim do ano e naquele momento "analisando tudo o que aconteceu comigo", eu começo a perceber o seguinte: ser mãe também pode ser algo leve, sem tanto nhé, nhé, nhé. Portanto, chega de drama, minha gente.

Acho que finalmente atingimos uma fase tranquila, nove meses depois do nascimento do Francisco. Foram muitas mudanças pra família toda neste ano, bebê, escola, uma mãe tentando ser empreendedora. E acho que passada a onda mais forte, chegou a hora de curtir a jornada. O Francisco me ensinou que ser mãe pode ser só leveza. Não existe dilema, problema, frustrações. Outro dia, eu estava um pouco estressada com o caos que as meninas estavam fazendo, em como todo dia era uma briga, uma birra, um choro desnecessário, aquela coisa. E fiquei pensando, por que com o Francisco é tão tranquilo e com elas precisa ser assim sempre caótico? Então, parei pra pensar que sei que tudo o que o Francisco passa é uma fase, que é preciso aproveitar e entender que ele é só um bebê, que a gente precisa curtir e se entregar. E pronto. Era isso. Eu precisava fazer o mesmo com as meninas. Precisava entender que elas estava crescendo, que a Bella e a Maria só teriam dois anos uma vez e que precisávamos ter paciência e guiar o caminho. Cumprir nosso papel como pais.
IMG_9377 Encontrando o caminho
É como o velho dilema do bebê não dormir a noite. "Meu Deus, o que eu faço? Meu bebê não dorme, estou cansada, exausta, etc". É terrível mesmo ficar sem dormir, de fato. Mas é o seguinte: quando você se torna pai/mãe conforme-se: você nunca mais vai dormir do mesmo jeito. É isso aí. E essa é a entrega. Não se preocupe que, eventualmente, você vai dormir de novo. Mas agora, entregue-se. E o corpo acaba se acostumando. Aqui em casa quando o Francisco finalmente dormiu a noite toda, as meninas começaram a acordar. Então, durma quando der e aproveite o momento de hoje. Tudo faz parte do processo. Até as noites sem dormir. Quando a gente se entrega, tudo fica mais fácil. Aqui em casa, estávamos tendo dificuldade de botar as meninas pra dormir, elas não queriam, choravam e etc. Até que começamos a colocar elas na cama e ficar no quarto até elas dormirem. Pronto, acabou o estresse. Não esperamos que elas durmam sozinhas, sabemos que o nosso papel, a nossa responsabilidade é colocar as duas pra dormir. Eu passei por vários processos de colocar as meninas pra dormir nesses quase três anos e vejo que gastei muita energia à toa. Se tivesse pensando assim desde sempre não haveria dilema. O Francisco dorme todo dia no peito e deve fazer isso até quando desmamar. Depois vou estar do lado dele até ele dormir também. E espero aproveitar muito esses momentos de colocar meus filhos pra dormir porque tudo muda muito rápido.

Pois bem, agora pratico a maternidade de forma mais leve. É claro que há choros e caos, que eu também perco a paciência e me tranco no banheiro de vez em quando (quem nunca), mas também estou aprendendo a aproveitar o momento. A viver.

Minha crise agora é comigo. Me pego pensando nos rumos que eu escolhi e o quanto é difícil me manter nele. Quando eu tive as meninas parei de trabalhar para me dedicar totalmente à elas. Não foi fácil, mas foi uma das melhores decisões da minha vida. No meio tempo, comecei a costurar e fiz uma loja que me dava um gosto imenso, mas estava difícil manter a produção. Depois engravidei. Meu marido passou a trabalhar seis horas e o salário dele diminuiu. Era a nossa escolha de viver uma vida mais simples e dedicada a família. Mas a grana começou a apertar e resolvi começar a fazer bolos por encomenda. Meu irmão resolveu me ajudar e o negócio cresceu muito de um mês pro outro. Achei que ia conseguir conciliar trabalhar de casa e ficar com as crianças, mas era muito mais difícil do que eu pensava. Minha casa estava um caos, eu sentia que não ficava o tempo suficiente com as crianças, apesar deles estarem ali do lado. E agora o negócio cresce e eu fico dividida. Neste meio tempo entendi que tudo o que eu sempre quis, eu tenho, que era ser mãe. Que a vida simples estava ali, mas estaria eu tentando encontrar coisas que eu não preciso? Não sei. O que eu realmente quero além do que eu já tenho?  E ainda estou tentando achar a resposta. Ainda estou no meio dessa confusão dentro e fora. Por isso, também tenho me mantido quieta e distante daqui. Só na busca. Porém, no meio de desenrolar o nó.


3 comentários:

  1. Tati, mais um ótimo texto e que leva a muitas reflexões... Acho que a maternidade, além de todas as mudanças óbvias externas, traz ainda mais mudanças internas e não estamos preparadas para tanto.
    Acho que o ponto chave da maternidade é se entregar, como você falou. E eu não sei porque é tão difícil fazer isso, se é o natural... Mas é. É muito difícil a gente se entregar dessa forma, se libertar de todos os conceitos pré-estabelecidos sobre os bebês e mais todos os nossos pré-conceitos e, principalmente, o nosso controle sobre tudo. Não existe como se preparar para isso. E por isso acho que depois de um tempo tudo se acalma.
    Tenho uma filha só de 2 anos e meio e vejo quanto tempo eu perdi me preocupando se dormia, se mamava, se comia, se ia engatinhar, sentar, andar, falar... Gente, que bobagem! Ela dorme, come, anda, corre, fala... Fez tudo ao seu tempo e da forma mais natural possível! E hoje me pego querendo MUITO outro filho para ver se consigo levar a maternidade com mais leveza... mas vamos com calma, pois os motivos para ter um segundo filho tem que estar muito claros e ainda não estão por aqui.
    Eu não parei de trabalhar, mas diminuí o ritmo e, principalmente, as prioridades. Se for preciso largo tudo mesmo e hoje está claro que só trabalho para ter dinheiro. Poderia parar e meu marido assumir as despesas, mas teria que mudar bastante coisa e meu trabalho é bem tranquilo, então vale a pena.
    Mas agora eu tb me pego numa fase de pensar o que EU quero. Quero continuar trabalhando onde estou? Quero mesmo ter outro filho? Por que razões? Enfim, estou tb nesse processo de transformação e acho super bacana ver que todas passamos por isso! bj Tati

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  2. Oi Tati! Nunca comentei aqui, mas acompanho vcs todos os dias pelo IG.... tenho um pequeno de 3 anos, João Pedro, e acho que tem "alguém" lá em cima, doidinho pra vir pro meu colo, porque ultimamente só tenho pensado "naquilo": ter mais um! rsrs.. também "tento ser" empreendedora, também busco a simplicidade das coisas.. também tento levar as coisas da forma mais leve que der.. e as (muitas) vezes não consigo... mas sempre continuo a nadar.. ou seja, me identifico muito com sua "família moderna".. e me inspira muito te ver "tentando" acertar.. tentando se manter naquilo que vc acredita e que te move.. compartilho das suas dúvidas, das dificuldades, mas sobretudo, da esperança... de que tudo vai se encaixar... é o ciclo normal da vida.. é normal que tudo se ajeite... nós é que não sabemos esperar quietinhos no nosso lugar e ainda apreciar a paisagem e as sutilezas dessa bela viagem.... sorte pra tu.. e pra nós... Beijinhos..

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  3. Tati, você nos lembrou do grande aprendizado da maternidade: as crianças crescem num piscar de olhos e mudam de repente. Devemos aproveitar os momentos com os filhos e evitar as lamentações.
    Com o primeiro filho isso é pior e ficamos estressadas e preocupadas com tudo. Na segunda gravidez, abrimos a guarda e curtimos mais.
    Olha, adoro os seus bolos, mas a Komboleria precisa vir mais aqui na Esplanada, hein.
    beijo carinhoso.
    Lu

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