Então, nós fomos para Paris.
Na verdade, para a França porque passamos no Sul para
visitar uma amiga virtual, que aliás eu conheci através do blog, e foi maravilhoso!
Ir para Paris era um sonho de muito tempo. Algo que eu
queria ter feito há muito tempo, mas nunca tinha grana ou disponibilidade, mas
acho que não tinha mesmo era coragem. Então, foi uma coisa bem louca mesmo,
como vocês estão imaginando. Um dia acordei e pensei: “eu quero ir pra Paris”.
Esperei uma promoção de passagem e vi que com o dinheiro da minha previdência
conseguia ir. Depois que eu comprei as passagens não teve mais volta. Fiquei
com frio na barriga, gastei tudo o que eu podia e o que não podia, pensei em
desistir, me achei louca. Mas também pensei em o quanto a vida é curta e como
eu quero aproveitar o hoje e o agora. E como o Francisco ainda não paga passagem
só por mais um ano, tinha que ser agora.
Não levar as crianças estava fora de cogitação. Nunca
imaginei viver isso sem elas. Não é só porque o Francisco ainda mama e seria
injusto deixar as meninas e ir com ele. E não me interessa que eles não vão
lembrar de nada, que não iríamos aproveitar tudo, etc, etc. Foi uma loucura
mesmo, caótico em alguns momentos, mas eu e o Marco teremos as melhores
lembranças dessas nossas primeiras férias como família de cinco. Vivemos muita
coisa nesses 16 dias e todos nós crescemos muito. Sei que esse assunto sempre é
polêmico e até deu discussão lá no meu instagram (@familiamoderna), mas
resumidamente, é isso: eu resolvi ter três filhos, né? Então, “toma que o filho
é teu”, como diria minha tia-avó. Quando eles ficarem maiores e adolescentes e não tiverem saco pra viajar com os pais, a gente viaja sozinho. Ponto
Franchico no Jardim Tulliers |
Chuva e cansaço também rolou |
E teve amor em triplo |
Bella e Maria nos jardins de Versailles |
No sul da França em uma aventura com seis crianças |
Pont Du Gard |
Com a Lili e os nossos, faltou FranChico que tava no mochilik |
Tenho muita história para contar e vou tentar dividir os
posts sem me alongar muito. Vou tentar compartilhar aqui a nossa experiência e
o que funcionou e não funcionou pra gente. Pra começo de conversa, aí vão
algumas dicas e coisas que planejamos antes da viagem que foram essenciais para
nós e para viajar com três crianças pequenas.
- Alugue um apartamento
Nós alugamos um apartamento no Airbnb e foi ótimo! Super recomendo.
Alugamos com um brasileiro, mas ele não estava em Paris e quem entregou as
chaves foi um amigo dele francês que nos deu altas dicas (inclusive que nosso
apto ficava a 500 m de uma das melhores padarias de Paris) e depois ainda levou
a gente no Marais mostrando tudo! E levou um vinho de presente pra gente! Conseguimos
um apartamento um pouco mais afastado do centro, mas com um preço ótimo e em um
bairro bem tranquilo, no 20° . Como não era uma localização turística, achamos
que as pessoas foram mais pacientes e simpáticas quando atenderam a gente.
Aliás, eu me surpreendi muito com os franceses, sempre escutei coisas horríveis
sobre eles serem grossos e blá blá blá, mas encontrei muitas pessoas simpáticas
e dispostas a nos ajudar, não sei se é porque estávamos com crianças. E começar
uma conversa sempre com um “bonjour” ajudava, eles apreciam o esforço de tentar
falar francês.
- Leve um carrinho e/ou mochilik
Nós levamos o carrinho duplo das meninas e já prevíamos que
elas iam dominar os assentos em todos passeios. Minha ideia era levar o
Francisco no sling, de preferência o wrap, mas aí encontrei o mochilik da
Petliksling ()e foi além das minhas expectativas. Ele alia o aconchego do sling com
a praticidade do canguru e foi perfeito. Francisco passou muito tempo ali
comigo, dormindo ou acordado, quase não ficou no carrinho. E quando íamos para
os parques ele ficava solto brincando com as meninas. Usei todos os dias e
agora que voltamos estou até sentindo falta de usar, pode? Super recomendo! Um
produto 100% brasileiro e acomoda muito bem os bebês e crianças até 20kg.
- Prepare-se para perder dinheiro
Essa parte eu descobri no meio do caminho. Quando você sai
com três crianças sempre tem gastos imprevisíveis para começo de conversa, seja
um brinquedo, muitos lanchinhos no meio dos passeios ou imprevistos. Nós
tivemos que comprar dois carrinhos lá porque perderam o nosso, por exemplo. Por
sorte, acharam logo em seguida e, no fim, ficamos com três carrinhos sem saber
o que fazer. Também deixamos sacola cheia de comida em loja, esquecemos tickets
de metrô no apartamento, compramos ingresso errado em Versaillhes, e o pior de
todos: perdemos nosso voo para Montpellier e a passagem não era reembolsável,
ou seja, preju total, porque chegamos atrasados no aeroporto.
- Faça um roteiro
tranquilo mas não se apegue
Quando a gente resolveu ir, minha amiga, que mora na França
e tem três filhos, me aconselhou a fazer um passeio/local por dia. Mas eu a
louca surtada das viagens que quer fazer mil coisas pensei que podíamos esticar
até uns três. Porém, ela estava certa. Acho que só conseguimos ir em dois
lugares um dia só. Ainda sim, como tinha programado dois lugares todos os dias
foi bom porque me deu opções. Pegamos dois dias de chuva e tivemos que
improvisar na hora o que fazer. E alguns lugares que eu queria muito conhecer
como Montmartre (Amelie não foi dessa vez) e o Museu Rodin e não deu. O bom é
que agora vou ter que voltar lá, né?
- Não tenha medo do avião
Um dos maiores medos do Marco era passar nove horas dentro
do avião com os três, mas foi super tranquilo e muito disso porque estávamos
tranquilos também. Vimos que não ia ter jeito, era preciso passar por aquela
etapa para chegar no nosso destino, então relaxamos. Pras meninas, andar de
avião foi o máximo. Em algum ponto da viagem, eu perguntei pra Bella: o que
você mais gostou até agora? E ela disse: do avião! Hahahahahaha Francisco se
comportou bem também e milagrosamente ficou no meu colo numa boa. Levamos
brinquedos, caderno de colorir, massinha, mas o entretenimento mesmo foi o
avião, de fato. O que foi terrível: ficar cinco horas no aeroporto de Lisboa
para pegar o voo para Paris. Foram as piores cinco horas da minha vida porque a
gente não dormiu direito no voo e as crianças estavam super agitadas, Portanto,
se você vai fazer escala aconselho que o intervalo seja de umas duas horas no
máximo, foi assim pra gente na volta e foi ótimo. A volta foi um voo de dia e foi
bem cansativo, Francisco não queria ficar no colo do Marco e chorava horrores
quando eu ia no banheiro, não conseguimos bercinho então ele ficou no meu colo
o tempo todo, além disso, não tinha muito o que ele fazer então o bichinho
grudou no peito. Eu não consegui comer direito e acabei passando mal com náuseas,
essa parte foi bem chata. No mais, meu conselho para avião é simples:
tranquilidade, paciência e desapego dos olhares alheios quando o seu filho
chora funcionam bem.
Aguardem mais posts com o resto da viagem porque tem é história pra contar ;)
Bacana demais inspiração pura!! Agora imagina viajarem e largar seus filhotes aqui iria a mil lugares mas seu coração estaria aqui..bjoss marina
ResponderExcluirTati, deu até vontade de fazer uma viagem com meus geminhos...Mas ainda falta a grana heheheh...
ResponderExcluirQue aventura vai ficar na memória para o resto da vida e como vc disse a vida é curta e acho q as vezes somos prudentes e pensamos de mais e acabamos nao fazendo nada...
Bjs felicidades.
Cíntia/Londrina PR
Ai, que delícia! Louca pra ler mais sobre a viagem!
ResponderExcluirNão sei pq falam tanto q os franceses são grossos, não acho. Se formos educados eles tb são :) Agora, se formos mal educados, ai sim podemos "receber" uma grosseria em troca, mas isso não é só aqui.
ResponderExcluirTati, amei ler este post!!! Confesso que me encorajou!
ResponderExcluirvc é uma das minhas!
ResponderExcluirAliás, odeio esse papo "eles não vão lembrar depois".... Sono que dá dessas pessoas que acham que então nem precisamos fazer nada com uma criança de até uns 2 anos pois é certeza que nso lembrará de nada depois.... Aff
Quero saber tu-do.!
ResponderExcluirAi, Tati! Que coragem! Mas concordo contigo, escolheu ter 3 filhos agora aguenta e curte como der. E olha que dá pra curtir bastante... Por aqui as viagens são sempre uma loucura também, mas a gente aproveita mesmo assim. O que tem me ajudado é baixar as expectativas e fazer o que der. Comigo funciona. Claro que em Paris deve ser difícil ficar satisfeito com o que der e não com tudo que vc queria fazer. Mas a farra que a molecada proporciona faz valer a pena. E vc ainda tem motivos para voltar!
ResponderExcluirBeijo
Tati, com este blog lindo não tem como eles esquecerem de nada! Quando eles forem maiores navegarão muito neste blog moderno, pode ter certeza!
ResponderExcluirOi Tati,
ResponderExcluirAmei o post. Também sou dessas que não se imagina vivendo um momento como esses sem o guri. Sou mãe de um garotinho de quase 4 anos e as melhores viagens que fiz foi em companhia dele. Neste post do meu blog, conto um pouco disso: http://www.verdemae.com/2014/03/viajantes-malas-e-ops-um-bebe.html
Estou curtindo de mais o seu relato de viagem...
Um grande abraço,
Jaqueline Lima
www.verdemae.com
P.S: Tb sou de Brasília... quem sabe nos esbarramos por aí....