quarta-feira, 21 de novembro de 2012

Os bebês e a televisão

Há uns dois meses, eu estava na sala de espera do pediatra e ele tinha acabado de instalar uma televisão por lá para colocar desenhos e afins para as crianças. Comecei a conversar com outra mãe e a filha dela, que deveria ter uns 4 anos, comentou que adorava aquele filme que estava na tela, então ela me perguntou:

- Elas gostam desse desenho?
- Não, elas não assistem TV.
- Não? Mas nem Galinha Pintadinha?
- Não.
- Mas, menina, TV é bom que dá um sossego pra gente.

Eu dei um sorrisinho, depois, eu acabei mudando de assunto. A verdade é que Maria e Isabella não assistem televisão. Não, elas não sabem o que é Galinha Pintadinha, Backardigans, Vila Sésamo ou Dora, a aventureira. E nem vão descobrir tão cedo. Foi uma decisão pensada, repensada e pensada ainda mais um pouquinho. O fato é que eu acho que ver televisão não é coisa para bebês e não faz bem. Pronto falei. Sei que tem muita gente que lê o blog que pensa o contrário, mas essa foi apenas uma escolha que eu fiz e que gostaria de compartilhar aqui.

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Quando eu estava grávida, vi umas duas reportagens falando sobre isso. Em uma delas, uma super especialista, dizia: "qualquer pessoa com um pouco de especialização em pedagogia não recomenda que as crianças assistam TV antes dos dois anos". Hã? Mas peraí, como assim, e os bebês fofos que vêem desenho? Fiquei intrigada, dei uma pesquisada e descobri que essa é uma recomendação também da Associação Americana de Pediatria e de outras dezenas de pesquisas. A TV atrasa o desenvolvimento motor da criança, a interação social e, ao contrário do que muitos pais pensam, não é educativo, ela pode prejudicar especialmente a comunicação da criança e a fala. Isso não sou eu falando, vamos combinar, é a ciência. É só colocar: bebê + televisão no Google para descobrir. Acho que também muita gente não sabe disso porque é comum, é bonitinho, que um bebê assista desenhos e DVDs animados, como eu sempre achei também. O que eu mais escuto é: "como assim? elas não assistem desenho nenhum? nunca?", porque virou quase um costume nos dias de hoje.

Eu não sou contra a televisão, quero deixar claro. Ela fica ligada por bastante tempo aqui em casa e eu fui criada, como a maioria das crianças brasileiras, vendo televisão. Mas eu não vou incentivar isso com as meninas. E, é claro, também não vou colocar as duas em uma bolha e afastá-las do mundo normal. De manhã, por exemplo, eu assisto o jornal e elas brincam no chão, ou eu vejo Friends e elas continuam a brincar. Pode ser que olhem para a tela, mas não dura mais do que 10 segundos. Tinha uma coisa sem explicação também com aberturas de novela, quando tocava aquele "oi,oi,oi" de Avenida Brasil, elas paravam tudo para olhar. Meus pais compraram o dvd da Galinha Pintadinha e tentaram mostrar pra elas, mas, acho que como elas não estão acostumadas, não prendeu a atenção. Também não saio correndo com as duas quando a gente vai em um aniversário com DVD rolando, ou na casa de alguém, e está passando um desenho na TV. É claro que fiquei tentada algumas vezes, especialmente, pelos filmes da Disney, mas elas vão ter que esperar mais um pouquinho e eu também. E qual a graça ver um filme que não se entende nada? História da Cinderela só nos livros, por enquanto.

Eu não sou contra a televisão, mas sou contra a hipnotização. Deixar a criança olhando para imagens coloridas que não querem dizer nada pra ela (só porque ela ri e presta atenção não quer dizer que entende), que está longe da sua realidade, no lugar de deixar o bebê explorar o espaço, pegar brinquedos, juntar peças, engatinhar, subir, descer, conversar, cantarolar, explorar, aprender. Eu entendo a facilidade, de ter um tempo para ir na cozinha, por exemplo, e voltar. Mas eu consigo fazer isso, com duas, sem a ajuda da dona TV.  Não condeno quem usa esse recurso, só não segui esse caminho. E existem outras formas de distrair um bebê, como brincar ou conversar com ele.

Sobre o sossego: eu iria adorar ter um pouco. E, de vez em quando, ele vem. Seja em um passeio tranquilo e sem reclamação durante a manhã, ou nas sonecas do dia, ou quando eu escuto as duas brincando, rindo, enquanto eu costuro ou vou passar o café. É claro que, às vezes, tudo é interrompido, mas ele não deixa de aparecer.

Para quem quiser se aprofundar no assunto e ver a tal das pesquisas tem matérias aqui, aqui e aqui

8 comentários:

  1. Tati,
    Um ótimo post, e baseando-se nas pesquisas, uma decisão fundamentada de uma mãe que quer o melhor pras filhas. Certíssimo.
    Bjbj!!

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  2. Bacana sua visão... estou com um sobrinho de 4 meses que fica vendo Galinha Pintadinha e eu acho lindo! Mas nunca pensei por esse lado.. que pode prejudicar... Vc é sempre muito sensata! E paga o preço de cada coisa que você faz para suas filhas! Parabéns e que Deus continue a lhe dar sabedoria!
    bjs!

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  3. Tati Querida,
    ADOREI o seu post e suuuuper concordo!
    Enxergo tudo isso mais como um comodismo dos pais e/ou das babás de hipnotizarem as crianças e não terem o menor trabalho de entrete-las. Penso a respeito do uso de computadores tão cedo também.
    Uma outra curiosidade também é a escola bilíngue. Vi uma matéria que diz que trata-se mais de uma ansiedade dos pais do que da facilidade da criança em aprender outra língua. Aí acho que entra aquele conhecido termo MOMPETITION. Tudo tem sua hora!!!
    Beijocas,
    Lívia

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  4. Parabésn pelo post!! Muito útil. Gosto muito do blog, mas, principalmente das imagens, caras e bocas destas meninas lindas. Obrigada! bjs

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  5. Aplaudi de pé! Porque eu falo exatamente isso e todo mundo olha com cara de "sua louca varrida". Tá! Posso até ser louca varrida, mas pra mim funciona!

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  6. Demais!!!! concordo com sua decisão,e admiro demais!

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  7. Tati era tudo o q eu queria ler. E o q eu quero fazer, sendo minha escolha - q não será apoiada pelo pai que chega em casa todo dia pra ver TV a noite. E como será difícil em casa onde todo mundo cultua a TV e principalmente o youtube - todos meus sobrinhos sentavam no colo da minha sogra pra ver videozinhos no computador... enquanto minha cunhada lava louça, minha sobrinha de 4 anos jogando joguinho que nem te dá oi quando vc chega. A minha opinião é exatamente essa, criança fica hipnotizada olhando tudo aquilo sem entender, e muito, muito, muito cedo. Não precisa. Fora o consumismo q gera. Prefiro deixar uma música rolando, cantar a musiquinha do Pintinho Amarelinho pra ele imaginar como ele é e não vidrada no pintinho da Galinha Pintadinha. E livros, mtos livros. Beijos!

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  8. Oi, Tati... Onde você comprou essas caixas pra guardar os brinquedos? Bjos

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