terça-feira, 22 de março de 2016

mudar é preciso ou o que ser mãe de três seres em desenvolvimento me ensinou

Ah, essa é aventureira, Essa é a quietinha, É danado, é tímido, é destemida, é falante, é delicada.
É. É. É. Sou. Sou. Sou. Somos. 
Por que temos essa necessidade tão grande de definir nossos filhos? Fulaninho é assim, ele é assado. E, eu até já escrevi sobre isso por aqui, vamos nos pegando nos rótulos. Às vezes, o bebê acaba de nascer e vira logo o "bonzinho" ou o "agitado". "Esse vai dar trabalho, hein?". Acho que é natural sentirmos isso, somos seres racionais que precisamos de significados. 
Agora, volta e esquece isso.
Pois bem, ao ser mãe de três pessoas em pleno desenvolvimento, que a cada dia se formam e se descobrem, eu começo a entender que a gente está em mudança constante e eles também. Não podemos nos apegar a certas definições, certos padrões que criamos para nós mesmos e para eles. 
Pausa, gente. Porque o negócio tá complexo. Virei conhecedora da psique humana. Só que não. hahahaha Como disse, é tudo observação mesmo. Quatro anos de trabalho em campo apenas. Por isso, deixa eu escrever o que está aqui na cabeça. 




Por aqui foi lindo ver como a relação entre os três foi se desenhando depois que o Francisco nasceu. A Maria ficou meio desconfiada, a Bella adorou ter um bebê. Fiquei pensando: "será que a Maria e ele não vão se dar bem?". Quando ele começou a interagir mais com elas e a participar mais das brincadeiras já com um ano, sentimos um movimento de exclusão por parte da Bella. Ela não queria brincar com ele de jeito nenhum e a Maria ia toda com jeito e paciência. Não forçamos nada, se eles brigavam, é claro que intervíamos, mas sem estresse, Sabíamos que era uma fase, mas por alguns momentos cheguei a pensar: "será que a Bella não vai se dar tão bem assim com o Francisco, será que ele e a Maria vão ser mais ligados?". Uns meses depois, Francisco prestes a completar dois, elas quatro, a Bella grudou nele. Era Franchisco (como elas chamam o irmão até hoje) o tempo todo, e eles até entraram numa brincadeira de mãe e filho. Ela super carinhosa e amorosa com ele. Outro dia ela até me disse: "mamãe, fiquei feliz que o Francisco entrou na nossa escola, sentia saudades dele". Então, deixar as coisas fluírem era o caminho? 

Se a história é personalidade, nada me surpreendeu mais do que a Maria. Ela era aventureira, subia em tudo, fugia da sala, "rebelde" sem causa, super corporal, enfim. Passaram-se fases aqui e outras ali, e ela seguiu para um caminho oposto, sensível, carinhosa, prefere ficar mais tranquila, está numa fase super boneca, ainda que goste também de uma aventura ou outra.  

O que eu percebo sendo mãe de três é que eles estão em constante movimento, se descobrindo, escolhendo outros caminhos. E mesmo que eu tenha passado por tantas transformações e mudanças, eles me mostram uma certa leveza no mudar. Eles passam por fases, uma hora um tá mais simpático, às vezes não, uma hora gosta disso, depois daquilo, uma hora se irrita mais, outra de menos. Tudo faz parte da descoberta. E que caminho longo eles ainda têm pela frente. Ainda bem. Que eles me mostrem ainda mais, que a gente se descubra ainda mais, que a gente consiga despegar dos conceitos e que mude sempre. Sempre. 

Um comentário:

  1. Obrigada! Esse depoimento me aliviou é bom saber q eles mudam e é só uma fase.

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