terça-feira, 22 de outubro de 2013

Síndrome do Segundo/Terceiro filho

Eu tenho pensando um pouco (não muito) sobre como esse bebê vai ser, como ele vai se encaixar na nossa família. Quando ele vier para os meus braços, eu não vou ser aquela mesma mulher, que com um misto de felicidade e medo, que pegou primeiro uma menina na UTI Neonatal, olhou, admirou, viu cada detalhe e tentou colocar no peito; depois pegou a outra, olhou, admirou, viu cada detalhe, ficou impressionada com a semelhança com a irmã e tentou colocar no peito. Eu vou ser outra, a situação vai ser outra, mas o amor vai ser o mesmo, disso eu não tenho dúvidas. A felicidade que já existe vai respirar ainda mais fundo e eu vou saber aproveitá-la. Ah, se vou. Mas ainda que o medo seja diferente, bem diferente, ele existe.

E eu não tenho medo de "não dar conta do recado" ou de "como eu vou fazer para cuidar de três crianças". Sei que tudo vai dar certo e a gente sempre dá um jeito. Mas tem uma coisa que eu tenho medo sim, tenho medo desse bebê cair na inércia. Ponto (não, pronto), falei. Eu tenho medo dele cair nesse ditado de que o terceiro filho "tem sorte ou sobrevive". É uma coisa que eu reparo que acontece com o segundo/terceiro filho, a gente deixa fluir porque sabe que ele vai crescer, vai comer eventualmente, um dia dorme a noite toda, e tudo isso é verdade. Tudo bem, realmente, a gente aprende muita coisa com o primeiro, no meu caso, as primeiras. Mas, eu tenho medo de não me esforçar tanto. De não ser mais a mãe insistente, que tenta, faz dá certo, que me fez chegar até aqui. E aí a coisa desandar mesmo. Faz sentido? Sou psica? Fico super me analisando, essa sou eu, e acho que toda mãe deveria ser assim também, não ficar pensando só no que os outros podem ou fazem errado, mas no que a gente faz ou pode fazer errado também. Por isso, não quero deixar de me esforçar por esse bebê.

PicFrame
É claro que as coisas vão ser diferentes, a gravidez já está sendo bem diferente. Como eu disse, não sou mais a mesma e tudo o que passei com a Maria e a Bella me fizeram o que eu sou hoje. Mas não quero me perder no caminho e preciso me lembrar disso. Quero continuar sendo a mãe prática que as meninas me ensinaram a ser, sem deixar de ser disciplinada, sem deixar de insistir. Portanto, venha bebêzinho que estamos te esperando, para passar por mais um desconhecido com gostinho familiar. Parar deixar a felicidade ainda mais completa, transbordando como tem que ser.

Eu também escrevi um post sobre que tipo de mãe eu queria ser quando estava grávida das meninas. Sabe que até que eu não me desviei tanto das minhas ideias originais? ;)

6 comentários:

  1. I feel the same way, but I ALSO have the fear about the middle child, which you may not have (hopefully). People say that the middle child is the one who is left behind, sort of, because he/she is not the oldest one nor the youngest one. I have known many middle children who feel this way all their life and try to be the center of attention in many ways or never feel loved enough. This scares me so much because I love all my children and I do not want any of them to ever feel that way. Plus I am alone with no family or friends to help out, so having a third child is very scary for me... However they do say that when you have a third child, the other two grow VERY close, so hopefully everything will turn out for the best. You are a much better mum than me and a lovely person, everything will turn out to be ok and your family will be very very happy. Best wishes!
    Lara.

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    1. Lara, I've missed you! Preciso escrever pra você urgente. Vou tentar hoje à noite :)

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  2. Acho que só de você falar disso já é um grande estímulo pra não deixar "desandar". Você tem sido boa mãe pras meninas e com certeza será também pra esse bebezinho lindo que vem por aí! Beijos!

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  3. ah eu acho que esse síndrome acontece só com famílias que tem preferencias entre os filhos. aqui em casa sempre fui bem de boa com a existência da minha irmã mais nova e vice versa hehe. beijos.

    se puder visite nosso blog :)
    www.sostrinta.com

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  4. Eu vou ser sincera e dar meu depoimento como mãe de segunda viagem... vc infelizmente não consegue dar 100% de amor, de tudo que você deu pro primeiro filho exatamente por causa do primeiro filho... O amor é duplicado, isso o primeiro não perde, mas ele sente que perde, entende?

    E ai por amor, você é obrigada a não dar 100% para o segundo porque você precisa dar um pouco do seu tempo também para o primeiro. Principalmente nos primeiros meses, depois acostuma.

    Meu primeiro foi um menino e meu sonho era ter uma menina, e tive. Ele participou de toda gravidez, houve muito incentivo. Depois que ela nasceu, ele amava muito ela e não dizia nada mas eu sentia que ele estava se sentindo de lado, as vezes ele até comentava algo e pra uma mãe, simplesmente não dá pra passar por cima disso, por mais que eu quisesse mimar, morder, e apertar minha filha, não podia ver meu filho sendo deixado de lado, não só por mim, mas por todos que iam nos visitar.... em resumo, o primeiro filho você dá 100%, no segundo você dá apenas 50% pra cada um e tenta fazer seu melhor nesses 50% pra que nenhum dos filhos se sintam deixados de lado...

    E quanto as expectativas, realmente não nos preocupamos tanto porque já sabemos cuidar de um bebê, no meu caso, eu achei bom porque sabia como fazer as coisas e com isso pude fazer melhor por ela do que fiz com meu primeiro, pois tudo era novidade com ele. Então não vejo como falta de esforço, mas sim, ser uma mãe mais segura, sabendo que ela vai cair, vai levantar, vai comer, vai dormir, etc...
    Bjuss

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  5. Tati, excelente post e acho que todas nós, mães, pensamos como você. Só que não falamos... Eu penso tanto que decidi que só terei o 2o filho se eu estiver disposta a fazer o que fiz pela minha filha, por ele(a). Se não estiver, é que não estou preparada. E, por enquanto, não estou. Quero acordar à noite com o mesmo amor, amamentar por mais de 1 ano como fiz, enfi, estar disponível. Porque isso a maternidade me ensinou, que precisamos estar disponíveis e isso não é tão simples!
    E você está, claro que está. E as meninas também, afinal, elas nunca foram filhas únicas, olha que vantagem? bjs Tati

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