Sim, nós conseguimos! E, olha, não foi aquele bicho de sete cabeças que eu esperava, foi até tranquilo!
Mas, antes de ir aos detalhes, queria dizer que o esquema de um sono de um bebê, quem dirá dois, é muito pessoal e varia de família pra família. Não existe fórmula ou encanto, mas uma dica aqui e outra ali, uma experiência legal ou outra melhor, e você precisa criar seu próprio método/técnica/rotina que funcione pra você e pro seu bebê. Eu acredito em insistência, persistência e que é possível guiar/educar uma criança da forma que você escolher, como eu disse, aqui em casa nunca teve aquela coisa "ah, não se adaptou", "não teve jeito" "não quer de jeito nenhum", eu sempre me virei pras coisas simplesmente darem certo quando eu queria que elas dessem certo e elas sempre precisaram dar certo. Então, é criar um objetivo e partir pro abraço!
Outra coisa (calma, que já vem o post!): passamos por diversas fases de dormir aqui: primeiro, fiz o que eu achava que era feito com todo bebê e ninei. Ninei horrores. Aí com uns quatro meses pensei: como vou ninar as duas sozinha? E tentei colocar no berço. Ficava fazendo carinho nas duas dentro do berço e era super cansativo, elas lutavam contra o sono do mesmo jeito. E foi quando me rendi a chupeta. Sim, elas começaram a chupar chupeta com quatro meses. Aí no meio do caminho, consegui fazer as duas dormirem na sala, no edredom que a gente colocou no chão pra elas brincarem, era dar a chupeta, carinho e elas dormiam. Lutavam também, mas era uma forma de um dos dois (eu ou o Marco) fazer as duas dormirem sozinhos, enquanto o outro podia jantar, arrumar a casa, fazer outra coisa, etc. Depois, resolvemos mudar tudo quando elas tinham uns 10 meses e passamos pelo processo de colocar as duas para dormirem sozinhas no berço. E foi assim até agora.
Decidimos colocar as duas na caminha porque achamos que estava na hora. Simples assim. Elas não tentavam escalar ou pular o berço, mas mostravam alguns sinais. Se antes acordavam e ficavam no berço brincando com os brinquedos enquanto eu tomava café (eu sei, era maravilhoso e eu aproveitei muito!), já não curtiam tanto. E o nosso método de colocar no berço à noite pra dormir, dava certo, mas em alguns dias elas ficavam agitadas e demoravam mais de uma hora pra dormir. E eu queria que elas tivessem a liberdade de ir e vir, quando acordasse
fossem brincar ou me procurar no quarto. Se quisessem deitar na cama e
ficar de preguiça que fossem, enfim. Aproveitamos que íamos voltar pra casa depois da reforma e compramos a caminha.
O processo todo durou três dias, mas para o sucesso mesmo foi um total de cinco, porque tivemos que fazer uma pausa no meio quando achámos que a obra estava pronta e não estava. Vamos lá:
Primeiro dia: Elas viram a caminha e adoraram! Deitaram e rolaram em cima, também não sei se era felicidade de voltar pra casa. Chegamos no começo da noite, já tinha dado o jantar na casa da minha mãe, mas continuamos com a rotina: banho e um pouco de brincadeira, 20h hora de dormir. Resolvemos ir deitar com as duas na cama. Esse era o novo método. Pra facilitar a transição. Cada um deitou com uma, lemos um livrinho, depois apagamos a luz. Tentei cantar uma música, mas estava com tosse e não deu. Elas ficaram um pouco agitadas, queriam levantar e a gente deitava de novo e falava "agora, chega tá na hora de dormir". O tempo inteiro fiquei com vontade de falar com o Marco: "será que isso vai dar certo?". Foi um tal de "deita, tá na hora de dormir, chega". Até que uma hora depois, dormiram. E dormiram a noite toda. Uma hora alguém chorou e o Marco foi lá, colocou a chupeta, e elas voltaram a dormir numa boa.
Segundo dia: Não fizemos a soneca porque almoçamos fora e elas já vieram dormindo no carro. Mas à noite foi o mesmo processo e a gente começou a questionar se estava fazendo a coisa certa e mais importante: como eu ia fazer pra colocar as duas pra dormir sozinha durante a semana? E quando o bebê nascesse e eu estivesse amamentando? Tinha que ser um trabalho para um só. Marco começou a questionar se era a hora mesmo e a gente não deveria montar o berço de novo (eu sei, exagerado!). Eu disse que não. Agora não há como voltar atrás.
Pausa para a reforma: ficamos mais nove dias fora de casa e de volta para um berço desmontável na casa da minha mãe.
Terceiro dia: Viemos pra casa de noite de novo. Como já tinham jantando foi banho, brincar e dormir. Deixamos ficar até um pouco mais tarde porque elas estavam empolgadas com a casa. Na hora de dormir, lemos um livrinho, deitamos juntos e apagamos a luz. Pense em duas meninas agitadas! Eu e o Marco já perdemos a paciência porque estávamos cansado e começamos a discutir no meio se aquilo era o jeito certo. Alerta de parent fail pra nós. Mas aí continuamos com o ", deita, tá na hora de dormir, chega", e pasmem: Bella dormiu 1 hora e meia depois, Maria quase duas horas! Era hora de mudar de plano, mas ainda não sabíamos qual e estávamos com muito sono e cansaço para pensar em qualquer coisa.


Bella e Maria
Quarto dia: De novo, saímos para almoçar e não testamos a soneca. À noite, baixou uma confiança no Marco que ele disse: "deixa comigo, vou tentar sozinho, se elas ficarem muito agitadas, te chamo". A nossa ideia era sentar entre os dois berços e ir acalmando as duas, fazendo carinho, até que elas dormissem. E foi isso que ele fez. Uma hora depois, ele sai do quarto todo orgulhoso! "Rá, já posso até escrever um livro!". Posso? hahahahaha Acho que no fim deitar com as duas mais estava incomodando e agitando do que outra coisa. Respiramos aliviados por um dos dois, sozinho, conseguir fazer elas dormirem.
Quinto dia: É meu dia de testar o método e a soneca da tarde fica por minha conta. Deito as duas cada uma na sua cama cantando "tá na hora de dormir", sento no meio, começo cantar as músicas que costumavam embalar as duas quando ainda eram bebêszitas. Elas dão sinal de que vão levantar e se agitar e eu coloco as duas deitadas e falo firme: "chega, tá na hora de domir". Bella pega na minha mãe e dorme cinco minutos depois. Maria fica um pouco agitada ainda, deito ela mais umas duas vezes, até que ela dorme. Eu olho pras duas e meu olho fica marejado de tanto amor. Que mané berço o quê! Ponto positivo pra caminha: ensinar seu filho a dormir, a descansar como tem que ser, se sentindo seguro, sabendo que tem hora pra tudo "hora de dormir", mas rodeado de carinho. Saio do quarto vinte minutos depois cheia de orgulho, e tira uns cinco minutos aí que eu fiquei lá só olhando pras duas e pensando na vida. À noite, a mesma coisa. Marco demora 40 minutos para colocar as duas pra dormir.
Os restos dos dias continuam na mesma. Alguns dias demoram menos, outros mais. É claro que antes, só colocando as duas no berço e saindo do quarto, tínhamos mais tempo e liberdade. Mas não sentimos falta disso. Estamos gostando do processo de colocar as duas pra dormir e nós dois descobrimos no meio do caminho o quanto é importante sentir que você está ensinando algo tão valioso e, aparentemente, simples pra uma criança: dormir. Assim, a gente também tem a chance de ter um momento de carinho com as duas e descobre como cada uma lida com a situação. Bella gosta de virar pro lado, deixar o olhar pro nada e fechar os olhinhos de uma vez, enquanto a Maria vira, vira até que para e vai fechando os olhos lentamente.
A única desvantagem da cama até o momento é que elas têm acordado mais cedo. Se antes acordava às 8h, agora acordam 7h30, 8h. E a gente tem que levantar logo junto também para fazer café pras duas, arrumar a vida logo. Porque com a caminha cortamos a mamadeira da manhã. Elas agora tomam café com a gente e depois lá pra umas 9h faço uma vitamina ou um smoothie pras duas tomarem no copo de vidro com canudinho. Quando estou com pressa ou vou sair, ainda uso o copo de transição, mas mamadeira é coisa do passado por aqui. Mas essa coisa de acordar logo e mais cedo não é de todo mal porque dá oportunidade do Marco ficar mais tempo com elas antes de sair pro trabalho e quando bebê número 3 nascer é bem provável que esse seja o horário de acordar por aqui.
E a gente vai mudando e se adaptando ao fato de que elas estão crescendo. Próximos objetivos: tchau chupeta e desfralde. Aguardem e confiem.