quinta-feira, 19 de fevereiro de 2015

Sobre ser mãe, empreender, escolher, família e um convite

Quem acompanha o blog ou o @familiamoderna no instagram viu que desde o ano passado eu tenho feito bolos. Muitos bolos. E disso nasceu a Komboleria. Era pra ser uma coisa pequena. Depois que o Marco passou a trabalhar seis horas nossa renda familiar caiu bastante e eu estava pensando em um jeito de ajudar um pouco e ganhar um dinheiro a mais. Eu fazia bolo aqui em casa quase toda a semana e ficava inventando receita com o legume ou fruta, que tinha na geladeira. E o melhor: as pessoas gostavam! Então, pensei: “hum, em Brasília não tem uma opção de lugar para comprar um bolo diferente e saudável, que não fosse carregado de açúcar e manteiga”. Pronto, vou fazer bolo pra fora. Coisa pequena, uma encomenda aqui e outra ali, quem sabe em uns dois anos não virava um negócio.

Na mesma época, o meu irmão estava querendo mudar de rumos. Ele tinha comprado uma Kombi e numa dessas conversas depois de um almoço em família, nem me lembro mais quem disse: “a gente podia vender os bolos na kombi”. Aí começamos a viajar num plano de negócio muito louco. Mas, como nada na minha família fica apenas na ideia, a coisa começou a tomar forma de verdade. As encomendas começaram a aumentar e em pouco tempo me vi colocando a minha geladeira na sala para um forno industrial caber na minha cozinha. Desde do começo, a minha ideia era fazer alguma coisa em casa, que eu pudesse ficar com as crianças e sempre perto delas. No papel é lindo e ideal, na vida prática nem tanto. A minha casa ficou um caos, as meninas sempre impacientes, eu só amamentava o Francisco e já colocava ele no tapete pra brincar e ia fazer os bolos. Por outro lado, o negócio estava crescendo e ficava cada vez mais conhecido. Nesse processo todo, eu e meu irmão sofremos com o orçamento restrito, com as incertezas de abrir o negócio. Passamos por altos e baixos todos os dias, muita vontade de desistir várias vezes. Empreender não é fácil mesmo.

Passei meses me questionando enquanto íamos trabalhando. Até que chegou um ponto onde ou gente colocava pra frente ou desistia. Pensei muito e cheguei à conclusão de que com três filhos não dava pra me entregar do jeito que um novo negócio precisava. Não tinha sido essa a minha escolha quando tive filhos e todo esse processo de "faz ou não faz" estava me deixando triste. Eu, confesso, me via atrasando o meu irmão e o desenvolvimento da Komboleria. E me vi no dilema que muitas mães modernas passam, de trabalhar ou ficar em casa, terceirizar ou não a criação do filho e se existia o ideal. Será que era isso que eu queria mesmo? Afinal, o que eu queria fazer? Bem, descobri que para isso não há solução pronta. E se cada pessoa segue seu destino e eu estava percebendo, mais uma vez qual era o meu.

Até que no fim do ano passado, meu irmão resolveu ir além do foodtruck e abrir um espaço gastronômico. E eu vi que não ia conseguir acompanhar, Agora, a família inteira, meu pai, minha mãe e minha cunhada, estão super empenhados pra ver o negócio prosperar. Uma loja para vender os bolos, mas também para servir de encontros criativos, por isso no segundo andar vão acontecer vários cursos por lá. Eu percebi que não posso participar ativamente do processo, mas vou continuar na consultoria de receitas e na agenda dos cursos E vamos ver onde o vento nos leva.
  

Untitled Francisco na loja

Agora vem o convite. No sábado é a inauguração da loja, finalmente, e adoraria ver todo mundo lá! Vai ter muito bolo, foodtrucks, pula-pula pras crianças e diversão para as famílias modernas. Nos vemos lá?
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quarta-feira, 4 de fevereiro de 2015

Soluções para saídas de carro sem choro

Antes de tudo: eu não especialista em bebês. Sou apenas mãe de três que aprende com mil e uma tentativas, acerta quando erra e erra quando acerta. E preciso fazer uma confissão de blogueira: estou particularmente cansada das fórmulas mágicas e posts com guias e soluções para problemas da maternidade. Primeiro, porque eu estou cansada das pessoas verem a maternidade como um problema e segundo porque estou numa premissa louca aqui em casa de que "tudo é fase, tudo vai passar", inclusive todas as coisas lindas que nossos filhos fazem ou têm para nos ensinar. Por isso, estou aproveitando mais e tentando sofrer menos. Mas, eu tenho uma amiga que estava passando por isso, dos choros no carro. Eu já passei por isso e passo ainda com o Francisco, então, resolvi colocar no papel, ou melhor, no computador, algumas coisas que funcionam bem por aqui na esperança de que ajude alguém por aí.

Untitled Meninas lendo, Francisco reclamando e lá vamos nós em mais uma ida pra escola

Outra coisa: às vezes os bebês choram no carro. Às vezes choram muito. Mas é uma fase e, sim, vai passar. As meninas choraram muito quando eram pequenas. O Francisco chorava todos os dias quando eu ia buscar as meninas na escola nas primeiras semanas. Chorava tanto que eu chorava junto. Hoje em dia, no auge dos seus 11 meses, ele reclama toda vez que a gente coloca ele na cadeirinha. E muitas vezes chora porque não quer estar ali. É claro, a gente não pode achar que é colocar a criança ali e ela fica quietinha olhando pro teto, né? Aí eu acabei tentando um milhão de coisas para tentar fazer esses passeios de carro menos aterrorizantes pra eles e pra gente. E sem uso de celulares, dvds ou outras tecnologias. Então, vamos para algumas pequenas soluções que podem ajudar e amenizar essa coisa chata que é ficar sentado na cadeirinha ver todo o movimento lá fora passar. Aí vai:

- Comida é tudo. Se o bebê for mais novinho é sempre bom dar um mamá antes de sair. Amamente e depois saia de casa. É uma estratégia que eu uso até hoje com o Francisco. E para os bebês mais "velhos" leve um lanchinho. Serve alguma fruta ou o bom biscoito de polvilho. Aqui em casa quando o Francisco começa a reclamar no carro, até as meninas já sabem "mamãe, tem biscoito pra ele?". E elas vão lá e dão na mão dele. Aliás, aqui em casa eu nunca saio de mãos vazias. Eu posso esquecer fralda, lencinho, roupa, mas tem sempre algo que eles possam comer na minha bolsa.

- Brinquedo é bom. Com as meninas tinha época que meu carro virou um armário de brinquedos ambulantes. Cada hora era uma coisa pra ver se distraía. Ia tirando da bolsa e dando na mão delas. Com o Chico vale o mesmo, às vezes é uma capinha de celular, uma garrafa de água vazia, o que tiver por perto, e funciona. Com as meninas agora o novo vício são livros. Elas ficam "lendo" as histórias e contando do jeito delas.

- No desespero, pare o carro. Seja pra amamentar ou pegar um brinquedo que caiu. Vale consolar também. Mas quase nunca isso deu certo por aqui. Eles continuaram chorando. O jeito é cantar música pra ver se acalma todo mundo e ir pra casa o mais rápido possível.

- Não desista. A única forma do bebê se acostumar com o carro é continuar andando de carro. Não desanime para sair. É só uma fase e vai passar. Pode ser hoje ou pode ser amanhã. Além disso, tente o que você achar que seu bebê ou filho vá gostar. E assim a gente, como ser natural e mãe que é, vai fazendo a vida acontecer.